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Palavra do leitor

A salvação hereditária

"Crê no senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa" (At 16.31).

Estas palavras proferidas pelo apóstolo Paulo ao carcereiro de Filipos, próprias para a época e as circunstâncias em que Paulo às proferiu, devem ser observadas, literalmente, como convite à conversão individual do carcereiro e resultantemente à salvação dele e de toda sua família, em dependência da conversão dele. Evidentemente neste caso específico, de (At 16.31) a Bíblia afirma realmente tratar-se, em questão exclusiva e isolada, de uma proposta de salvação hereditária, própria e biblicamente só aplicada a questão da conversão do carcereiro, devido as crenças e práticas pagãs, dele, naquela época, alicerçadas no politeísmo greco-romano, onde o chefe da família era o sacerdote e líder religioso de toda sua prole. Por isso, a expressão paulina foi cabível, justa e eficaz. Referidamente, essa exortação paulina (At 16.31), usada nos dias de hoje, não condiz muito com o que a proposta propõe.

Evidencialmente, estas palavras do apóstolo Paulo são atualmente muito usadas nas pregações evangelísticas, tanto em campanhas evangelizadoras, como em cruzadas, cultos dominicais, e também em pregações individuais, quando em quaisquer dos casos a proposta é dirigida ao ouvinte ainda não conhecedor de Jesus Cristo. Em termos de proposta de salvação em Cristo, dentro do sentido de expressão que a ocasião exige, quando no caso de o alvo a ser atingido é uma pessoa não crente, estas palavras do apóstolo Paulo, uma vez usadas na condição de recurso de persuasão ao incrédulo, elas estão de forma evangelística muito bem aplicada. Lógico e notoriamente, (At 16.31) tem cumprido hodiernamente, nestes termos, o seu propósito como Palavra de Deus, por possuir os seus efeitos próprios contidos nos desígnios divinos através do evangelho da anunciação universal deixado por Paulo como herança da Igreja primitiva dos apóstolos. Concordantemente, muitas pessoas foram alcançadas e direcionadas a Cristo, e consequentemente, a salvação, recebendo, quando evangelizado, este princípio bíblico paulino: "Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e a tua casa".

Observando-se a expressão paulina juntamente com o sentido de aplicação ao pé da letra, de muitos pregadores atuais, quando eles usam o referido versículo, como proposta de conversão ao não crente, levam a impressão de que o princípio paulino, está atualmente assumindo o compromisso de, se o incrédulo se converter a Jesus Cristo, aceitando-o como seu salvador, automaticamente todos os seus familiares serão herdeiros da salvação dele, por motivo de ele individualmente, ter sido alcançado por Cristo. Entretanto é sabível que a salvação é individual e a experiência com Jesus Cristo é pessoal. É reconhecível também que, na maioria das vezes acontece justamente ao contrário. Quando o chefe da família se converte, a família muitas vezes se revolta, por motivo da imposição de novas regras de conduta impostas, devido ao novo estilo de vida do pai.

Analítica e biblicamente falando, considerando os dias atuais, a aplicação deste versículo não condiz com o compromisso proposto por alguns pregadores, nem com as considerações bíblicas, de como se o apóstolo Paulo tivesse usado sua exortação também para futuras conversões dentro do plano da salvação hereditária. É evidente, no entanto, que este princípio paulino cumpre seu compromisso, realmente de salvação hereditária, de forma específica somente no carcereiro de Filipos. É real a intenção e afirmação de Paulo que, se aquele homem aceitasse a Jesus como seu suficiente salvador, toda sua família seria também salva através da confissão dele, em crê na Palavra: "Serás salvo, tu e a tua casa". De forma específica, o apóstolo Paulo oferece ao carcereiro a salvação hereditária, com base principal no desejo de conversão que ele demonstrou depois do episódio das celas se abrirem, e no testemunho interior de frustração dele (reconhecido espiritualmente por Paulo) relativo às crendices pagãs que aquele pobre homem apresentou ao ver o cárcere aberto e ele ter que pagar com a vida dele a fuga dos prisioneiros.

A salvação hereditária oferecida aquele homem, Paulo o fez com base em saber que ele e toda sua família eram fiéis praticantes dos cultos domésticos romanos, onde eles como politeístas buscavam, nas diversas divindades que adoravam, bênçãos alimentares e proteção de vida, para ele como chefe de sua casa, e para toda sua família. As divindades cultuadas para este caso de proteção familiar eram os lares e os penates, deuses invocados pelo pater família, o qual exercia o cargo de sacerdote doméstico. No caso, o carcereiro.

Filipos era um distrito resultante da divisão da Macedônia em quatro partes, procedida pela hegemonia romana. Reconhecidamente, a religiosidade romana foi por demais influenciada pela cultura grega, a ponto de fundir-se como uma só religião, oferecendo uma enorme quantidade de deuses grecos-romanos. Ainda naquela época do episódio do apóstolo Paulo e o carcereiro (anos 50 d. C) existiam as formas diferenciadas de cultuação e adoração. A sociedade elitizada era participante do culto nacional romano, o qual consistia na adoração as altas divindades, a exemplo do deus Mitra, protetor do exército romano, e Jano, guardião das portas, venerado como porteiro do céu. A abertura do ano estava ao seu cargo, por isso, a origem do nome Janeiro dado ao primeiro mês do ano.

Os cultos e adoração praticados pela sociedade menos abastadas, eram os cultos domésticos romanos, cuja finalidade era a proteção, pelas divindades no lar e nos trabalhos campesinos. Embasados nessa crença, os romanos invocavam os deuses: Jano, Vesta, Juno, e ainda as divindades espirituais como os Penates, os Genios, e os Lares.

Jano, como guardião das portas, velava pela guarda da casa. Vesta cuidava do fogo necessário ao lar. Os Penates eram os deuses da prosperidade da família, e toda despensa onde eram guardados os alimentos era consagrada a eles. O chefe da casa, ou o pater família exercia a função de sacerdote doméstico invocador dos Penates. Gênio e Juno eram os deuses ou espíritos doadores da vida humana, e por isso protegiam os seres humanos desde o nascimento até a morte. Com isso, cada homem, desde o nascer tinha particularmente, seu Gênio protetor, e cada mulher tinha a sua Juno, também lhe protegendo durante toda sua vida. O homem como chefe da casa, considerado o pater família, quando aniversariava, oferecia sacrifícios ao seu determinado Gênio, e a Juno da sua mulher, em caso de aniversário dela.

Os Lares eram tidos como os deuses parentes, por se tratarem esses deuses das almas dos seus antepassados, ou ente queridos da família que, após morrerem, por terem sido bons durante sua vida terrena, alcançaram a deificação e tornaram-se protetores de suas famílias. Os maus parentes ao morrerem, viravam lêmures ou larva. Como espíritos, era apenas uma espécie de “fantasmas”.

Conclusivamente, esta era a crença do carcereiro de Filipos. Ele como pater família tinha sua esperança de vida, toda depositada nos seus vários deuses que protegia ele e toda sua família. Como sacerdote doméstico, ele tinha deuses das mais variadas funções, segundo suas necessidades, e ainda almejava, quando morresse, alcançar a salvação, tornando-se um Lares no céu. Entretanto,quando ele teve sua experiência como carcereiro de crentes em Jesus Cristo, toda sua concepção politeísta foi desfeita subitamente pela sobrenaturalidade divina apresentada pelo Deus único de Paulo. Sua primeira experiência contrariando o seu politeísmo, causando-lhe súbita frustração foi quando o chão moveu-se, as celas se abriram e as cadeias que ele mesmo prendeu os apóstolos se soltaram, fazendo ele reconhecer naquele momento a falibilidade do seu deus Jano, a divindade guardiã das portas. Para o carcereiro, a proteção de Jano era indispensável e de suma importância devido sua profissão de responsável por guarda de presos, e uma vez que as portas se abriram sozinhas, Jano falhou.

Um outro ponto, dos mais frustrantes enfrentado pelo carcereiro, foi quando ele sentiu a sensação de pagar com a vida a fuga dos presos, atentando ele mesmo contra sua própria vida. Neste ponto ele reconheceu a falha protetora dos seus antepassados mortos (segundo ele cria) os Lares, cuja proteção cobria ele e toda sua família. É importante frisar que o Espírito Santo começou trabalhar o coração do carcereiro, a partir de quando ele acorrentou Paulo e Silas, para garantir-se de não haver fuga e ele pagar com a sua própria vida. A partir daí ele começou sendo indiretamente evangelizado através do louvor de Paulo e Silas na prisão. Resume-se que a resultancia de tudo isso, culminou com o batismo pela água (Palavra) não pela água literalmente) do carcereiro e toda sua casa. É conveniente reconhecer que como praticantes pagãos, todos em sua casa eram seus seguidores crentes no seu sacerdócio doméstico, e agora conseqüentemente, pelo poder do Espírito Santo, toda sua família tornam-se participantes da alegria do Espírito de Jesus Cristo embalando aquela família. Conclui-se assim o plano específico da expressão paulina exclusiva e própria para o carcereiro de Filipos, ser uma proposta de salvação hereditária.

"Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e a tua casa."
Olinda - PE
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