Palavra do leitor
- 06 de junho de 2016
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A (s) vítima (s) Dina e Tamar: dois retratos, dois estupros!
A (s) vítima (s) Dina e Tamar: dois retratos, dois estupros!
Mais um caso de estupro e, agora, com proporcionalidades consideráveis trouxe e tem trazido toda uma abundância de discussões e embates sobre a dignidade, o respeito, a liberdade e a urgência de medidas legais efetivas para punir os autores de atos bárbaros e vergonhosos. Nessa costura de ideias e interpretações, a adolescente de dezesseis anos, quer queiram ou não, desaguou, em um cenário de conceber a vida humana, como um objeto a ser usado, descartado, quando não vomitado, sem qualquer serventia e utilidade. Agora, tudo isso me leva também, aos estupros em surdina nas periferias, nos condomínios de alto padrão, nas baladas regidas com substancias alucinógenas e alcoólicas, ao quais tem como autores algozes (pais, irmãos, tios, vizinhos, namorados, esposos). Parto de tais enfoques e folheo a história de Dina, narrada em Gênesis 34. 01 a 02 (E saiu Diná, filha de Lia, que esta dera a Jacó, para ver as filhas da terra. E Siquém, filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra, viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-a.) e em 2 Samuel 13.22 (Então disse Amnom a Tamar: Traze a comida a câmara, para que eu coma da tua mão. E Tamar, tomando os bolos que fizera, levou-os à câmara, ao seu irmão Amnom. Quando lhos chegou, para que ele comesse, Amnom pegou dela, e disse-lhe: Vem, deita-te comigo, minha irmã. Ela, porém, lhe respondeu: Não, meu irmão, não me forces, porque não se faz assim em Israel; não faças tal loucura. Quanto a mim, para onde levaria o meu opróbrio? E tu passarias por um dos insensatos em Israel. Rogo-te, pois, que fales ao rei, porque ele não me negará a ti. Todavia ele não quis dar ouvidos à sua voz; antes, sendo mais forte do que ela, forçou-a e se deitou com ela. Depois sentiu Amnom grande aversão por ela, pois maior era a aversão que se sentiu por ela do que o amor que lhe tivera. E disse-lhe Amnom: Levanta-te, e vai-te. Então ela lhe respondeu: Não há razão de me despedires; maior seria este mal do que o outro já me tens feito. Porém ele não lhe quis dar ouvidos, mas, chamando o moço que o servia, disse-lhe: Deita fora a esta mulher, e fecha a porta após ela.). Sem nenhuma divagação literária, os textos apresentados acima, esposam duas jovens submetidas a um processo de violência, de invasão, de desumanização, sem precedentes, sem nenhuma margem para clemência; afinal de contas, tão somente, valia, ali, atender os instintos, dar ênfase a libido, consumar o desejo de consumar o prazer e nada mais. Tanto Diná quanto como Tamar tiveram a marca de humilhação, da humanidade de cada uma lançada na cisterna, como se fosse um produto desnecessário, após sua utilização. É bem verdade, muitos ressoam a cultura da bundanização (se é que há essa palavra), da bestificação, da estupidificação, de as mulheres aceitarem as regras de um jogo, pelo qual são vistas como meios para as ânsias de uma geração submersa ao hedonismo barateado. Mesmo assim, semelhantemente a Tamar e Diná, como essa adolescente e tantas outras (mulheres estupradas em seus lares, quando retornam do serviço, nas faculdades) se torna permissível aceitar as mazelas de uma sociedade eticamente desordenada e conflitante para não enfrentar a questão frontalmente. Em outras palavras, devemos aceitar uma realidade voltada a sermos meios e não fins em si mesmo, sem qualquer via ou viés do individualismo egonarcisico. Grosso modo, fim em si mesmo, para uma leitura da vida, com utopias possíveis, ou seja, as utopias de que, por mais excitante seja observar uma mulher, até nua, na rua, isto não concede e muito menos confere o direito de a reduzir a um meio, a uma caminho para minhas temerárias paixões? Tristemente, isso não aconteceu com Tamar e nem com Diná e o interessante passa e perpassa pelo modo como a bíblia traz a tona o quão agente potenciais de posturas irrisórias podemos ser, não esconde nada, mostra os bastidores e toca o dedo na ferida do coração enganoso, enredado pelos equívocos dos homens. Dou mais uma pincelada, qual tem sido nossa postura e proceder, com relação a maneira como orientamos nossas futuras gerações no que toca a forma de encarar o sexo que nos complementa? Abro uma porta para observarmos o quanto ainda interpretamos textos bíblicos, segundo a ótica da mulher como submissa, ao invés de influenciarmos e impactarmos os futuros homens com a capacidade para a complementariedade, para o diálogo, para o respeito ao não. Digo isso, porque, e aqui falo do contexto cristão, há uma inclinação para uma exigência de a mulher esta a disposição, quer queira ou não. Ora, caso não queira, ao ser submetida essa imposição, não estamos diante de um estupro, velado, com outra roupagem, mas não muda a direção? Retomando ao fio da meada, a maior intervenção a ser feita, além daquelas de ordem judicial, trilha pela mudança de visão, por uma metanóia profunda no espaço das relações humanas, ao qual carecem, sim e sim, de um resgate da alteração de papeis, dia a dia.
Mais um caso de estupro e, agora, com proporcionalidades consideráveis trouxe e tem trazido toda uma abundância de discussões e embates sobre a dignidade, o respeito, a liberdade e a urgência de medidas legais efetivas para punir os autores de atos bárbaros e vergonhosos. Nessa costura de ideias e interpretações, a adolescente de dezesseis anos, quer queiram ou não, desaguou, em um cenário de conceber a vida humana, como um objeto a ser usado, descartado, quando não vomitado, sem qualquer serventia e utilidade. Agora, tudo isso me leva também, aos estupros em surdina nas periferias, nos condomínios de alto padrão, nas baladas regidas com substancias alucinógenas e alcoólicas, ao quais tem como autores algozes (pais, irmãos, tios, vizinhos, namorados, esposos). Parto de tais enfoques e folheo a história de Dina, narrada em Gênesis 34. 01 a 02 (E saiu Diná, filha de Lia, que esta dera a Jacó, para ver as filhas da terra. E Siquém, filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra, viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-a.) e em 2 Samuel 13.22 (Então disse Amnom a Tamar: Traze a comida a câmara, para que eu coma da tua mão. E Tamar, tomando os bolos que fizera, levou-os à câmara, ao seu irmão Amnom. Quando lhos chegou, para que ele comesse, Amnom pegou dela, e disse-lhe: Vem, deita-te comigo, minha irmã. Ela, porém, lhe respondeu: Não, meu irmão, não me forces, porque não se faz assim em Israel; não faças tal loucura. Quanto a mim, para onde levaria o meu opróbrio? E tu passarias por um dos insensatos em Israel. Rogo-te, pois, que fales ao rei, porque ele não me negará a ti. Todavia ele não quis dar ouvidos à sua voz; antes, sendo mais forte do que ela, forçou-a e se deitou com ela. Depois sentiu Amnom grande aversão por ela, pois maior era a aversão que se sentiu por ela do que o amor que lhe tivera. E disse-lhe Amnom: Levanta-te, e vai-te. Então ela lhe respondeu: Não há razão de me despedires; maior seria este mal do que o outro já me tens feito. Porém ele não lhe quis dar ouvidos, mas, chamando o moço que o servia, disse-lhe: Deita fora a esta mulher, e fecha a porta após ela.). Sem nenhuma divagação literária, os textos apresentados acima, esposam duas jovens submetidas a um processo de violência, de invasão, de desumanização, sem precedentes, sem nenhuma margem para clemência; afinal de contas, tão somente, valia, ali, atender os instintos, dar ênfase a libido, consumar o desejo de consumar o prazer e nada mais. Tanto Diná quanto como Tamar tiveram a marca de humilhação, da humanidade de cada uma lançada na cisterna, como se fosse um produto desnecessário, após sua utilização. É bem verdade, muitos ressoam a cultura da bundanização (se é que há essa palavra), da bestificação, da estupidificação, de as mulheres aceitarem as regras de um jogo, pelo qual são vistas como meios para as ânsias de uma geração submersa ao hedonismo barateado. Mesmo assim, semelhantemente a Tamar e Diná, como essa adolescente e tantas outras (mulheres estupradas em seus lares, quando retornam do serviço, nas faculdades) se torna permissível aceitar as mazelas de uma sociedade eticamente desordenada e conflitante para não enfrentar a questão frontalmente. Em outras palavras, devemos aceitar uma realidade voltada a sermos meios e não fins em si mesmo, sem qualquer via ou viés do individualismo egonarcisico. Grosso modo, fim em si mesmo, para uma leitura da vida, com utopias possíveis, ou seja, as utopias de que, por mais excitante seja observar uma mulher, até nua, na rua, isto não concede e muito menos confere o direito de a reduzir a um meio, a uma caminho para minhas temerárias paixões? Tristemente, isso não aconteceu com Tamar e nem com Diná e o interessante passa e perpassa pelo modo como a bíblia traz a tona o quão agente potenciais de posturas irrisórias podemos ser, não esconde nada, mostra os bastidores e toca o dedo na ferida do coração enganoso, enredado pelos equívocos dos homens. Dou mais uma pincelada, qual tem sido nossa postura e proceder, com relação a maneira como orientamos nossas futuras gerações no que toca a forma de encarar o sexo que nos complementa? Abro uma porta para observarmos o quanto ainda interpretamos textos bíblicos, segundo a ótica da mulher como submissa, ao invés de influenciarmos e impactarmos os futuros homens com a capacidade para a complementariedade, para o diálogo, para o respeito ao não. Digo isso, porque, e aqui falo do contexto cristão, há uma inclinação para uma exigência de a mulher esta a disposição, quer queira ou não. Ora, caso não queira, ao ser submetida essa imposição, não estamos diante de um estupro, velado, com outra roupagem, mas não muda a direção? Retomando ao fio da meada, a maior intervenção a ser feita, além daquelas de ordem judicial, trilha pela mudança de visão, por uma metanóia profunda no espaço das relações humanas, ao qual carecem, sim e sim, de um resgate da alteração de papeis, dia a dia.
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