Palavra do leitor
- 28 de junho de 2011
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A restauração do inferno (Parte I)
Isto aconteceu quando Jesus revelava sua doutrina aos homens.
Seu ensino era tão claro, tão fácil de seguir e salvava os homens do mal de forma tão evidente que parecia impossível que não fosse aceito, ou que algo impedisse a sua disseminação.
Belzebu ficou apreensivo. Ele via claramente que seu poder sobre os homens terminaria para sempre, a não ser que Jesus renunciasse ao seu ensino. Ficou apreensivo mas não perdeu as esperanças, e incitou os escribas e fariseus, seus obedientes servos, a que insultassem e atormentassem Jesus o máximo que pudessem, e aconselhou os discípulos de Jesus a que fugissem e o abandonassem. Ele esperava que a condenação a uma execução vergonhosa, a humilhação e o abandono por parte de todos os seus discípulos, e finalmente o sofrimento e a condenação em si, levariam Cristo a renunciar ao seu ensino no último momento, e que essa renúncia destruísse todo o seu poder.
A questão foi decidida na cruz. Quando Cristo exclamou: “Meu Deus, Meu Deus, por que me desemparaste?”, Belzebu exultou. Tomou os grilhões que tinha preparado para Jesus e experimentou-os em suas próprias pernas, ajustando-as de modo a que não se soltassem quando colocadas em Jesus.
De repente, no entanto, ouviram-se da cruz as seguintes palavras:
– Pai, perdoe-os porque eles não sabem o que fazem. Depois disso Cristo exclamou: “Está consumado!” e entregou o espírito.
Belzebu compreendeu que tudo estava perdido. Tentou libertar as pernas dos grilhões e fugir, mas não conseguiu sair do lugar. Os grilhões haviam se soldado a ele, e atavam seus próprios membros.
Incapaz de suportar isso, caiu pelo assoalho despedaçado, com um grito lancinante, para as regiões inferiores.
Trezentos anos se passaram.
Belzebu não contava o tempo. Mas de repente – ele não recordava ou não sabia quantas centenas de anos haviam transcorrido – ouviu acima de si sons que lembravam passos, gemidos, gritos e ranger de dentes.
Belzebu ergueu a cabeça e começou a ouvir.
Que o inferno pudesse ser restabelecido depois da vitória de Cristo era incrível demais para ele acreditar, mas os passos, os gemidos, os gritos e o ranger de dentes soavam cada vez mais nítidos.
Ele ergueu o corpo e pôs-se de pé com suas pernas hirsutas e seus cascos crescidos pela falta de uso (para sua perplexidade os grilhões caíram por si mesmos) e, batendo livremente as asas estendidas, deu o assobio pelo qual costumava convocar seus servos e assistentes para junto de si.
Um diabo reluzente agachou-se diante do rosto do próprio Belzebu e, rolando os olhos para cima e para baixo, sorria sem cessar, balançando a comprida cauda de modo ritmado, de um lado para o outro.
– Que barulho é esse? – perguntou Belzebu, apontando para o alto. – O que está acontecendo lá em cima?
– Só o que costumava sempre acontecer – respondeu o diabo reluzente.
– Quer dizer que temos mesmo uns novos pecadores? – quis saber Belzebu.
– Muitos – explicou o reluzente.
– Mas que é do ensino daquele de quem não quero dizer o nome? – perguntou Belzebu.
– Esse ensino não nos atrapalha de modo algum. As pessoas não acreditam nele.
– Mas é evidente que esse ensino salvou-as de nós, e isso ele selou pela sua morte – disse Belzebu.
– Mudei tudo isso – disse o diabo reluzente.
– O que você fez?
– Consegui que as pessoas não acreditem no ensino dele mas no meu, que chamam pelo nome dele.
– E como conseguiu isso? – quis saber Belzebu.
– Aconteceu espontaneamente. Só dei uma ajudinha.
– Conte resumidamente o que aconteceu – disse Belzebu.
O diabo gastou um intervalo em silêncio, como se ponderasse sem pressa. Em seguida começou a sua história...
Seu ensino era tão claro, tão fácil de seguir e salvava os homens do mal de forma tão evidente que parecia impossível que não fosse aceito, ou que algo impedisse a sua disseminação.
Belzebu ficou apreensivo. Ele via claramente que seu poder sobre os homens terminaria para sempre, a não ser que Jesus renunciasse ao seu ensino. Ficou apreensivo mas não perdeu as esperanças, e incitou os escribas e fariseus, seus obedientes servos, a que insultassem e atormentassem Jesus o máximo que pudessem, e aconselhou os discípulos de Jesus a que fugissem e o abandonassem. Ele esperava que a condenação a uma execução vergonhosa, a humilhação e o abandono por parte de todos os seus discípulos, e finalmente o sofrimento e a condenação em si, levariam Cristo a renunciar ao seu ensino no último momento, e que essa renúncia destruísse todo o seu poder.
A questão foi decidida na cruz. Quando Cristo exclamou: “Meu Deus, Meu Deus, por que me desemparaste?”, Belzebu exultou. Tomou os grilhões que tinha preparado para Jesus e experimentou-os em suas próprias pernas, ajustando-as de modo a que não se soltassem quando colocadas em Jesus.
De repente, no entanto, ouviram-se da cruz as seguintes palavras:
– Pai, perdoe-os porque eles não sabem o que fazem. Depois disso Cristo exclamou: “Está consumado!” e entregou o espírito.
Belzebu compreendeu que tudo estava perdido. Tentou libertar as pernas dos grilhões e fugir, mas não conseguiu sair do lugar. Os grilhões haviam se soldado a ele, e atavam seus próprios membros.
Incapaz de suportar isso, caiu pelo assoalho despedaçado, com um grito lancinante, para as regiões inferiores.
Trezentos anos se passaram.
Belzebu não contava o tempo. Mas de repente – ele não recordava ou não sabia quantas centenas de anos haviam transcorrido – ouviu acima de si sons que lembravam passos, gemidos, gritos e ranger de dentes.
Belzebu ergueu a cabeça e começou a ouvir.
Que o inferno pudesse ser restabelecido depois da vitória de Cristo era incrível demais para ele acreditar, mas os passos, os gemidos, os gritos e o ranger de dentes soavam cada vez mais nítidos.
Ele ergueu o corpo e pôs-se de pé com suas pernas hirsutas e seus cascos crescidos pela falta de uso (para sua perplexidade os grilhões caíram por si mesmos) e, batendo livremente as asas estendidas, deu o assobio pelo qual costumava convocar seus servos e assistentes para junto de si.
Um diabo reluzente agachou-se diante do rosto do próprio Belzebu e, rolando os olhos para cima e para baixo, sorria sem cessar, balançando a comprida cauda de modo ritmado, de um lado para o outro.
– Que barulho é esse? – perguntou Belzebu, apontando para o alto. – O que está acontecendo lá em cima?
– Só o que costumava sempre acontecer – respondeu o diabo reluzente.
– Quer dizer que temos mesmo uns novos pecadores? – quis saber Belzebu.
– Muitos – explicou o reluzente.
– Mas que é do ensino daquele de quem não quero dizer o nome? – perguntou Belzebu.
– Esse ensino não nos atrapalha de modo algum. As pessoas não acreditam nele.
– Mas é evidente que esse ensino salvou-as de nós, e isso ele selou pela sua morte – disse Belzebu.
– Mudei tudo isso – disse o diabo reluzente.
– O que você fez?
– Consegui que as pessoas não acreditem no ensino dele mas no meu, que chamam pelo nome dele.
– E como conseguiu isso? – quis saber Belzebu.
– Aconteceu espontaneamente. Só dei uma ajudinha.
– Conte resumidamente o que aconteceu – disse Belzebu.
O diabo gastou um intervalo em silêncio, como se ponderasse sem pressa. Em seguida começou a sua história...
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