Palavra do leitor
- 23 de outubro de 2009
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A reforma deformada
No próximo dia 31 de outubro comemoraremos o dia da Reforma Protestante. Na mesma data outros comemoram o Dia de Todos os Santos e outros ainda festejam o Halloween ou Dia das Bruxas. Cuidado pra não confundir as celebrações.
Segundo Rubem Alves, a igreja católica pagou um alto preço por sua unidade, e os protestantes pagaram outro alto preço pelo livre exame das Escrituras. Trocando em miúdos: Pela unidade, muita gente permanece na igreja mesmo sem concordar com a interpretação de quem está ensinando. Enquanto outros decidem romper com uma comunidade por sentirem que a mesma encontra-se desfigurada, sem a forma original para a qual fora concebida.
O Dia de Todos os Santos vem da tradição católica. Todo dia do ano é o dia de algum dos “santos”. Como tem mais “santo” na Igreja Católica do que dias no ano, há um dia para todos eles, assim tudo se ajeita. Reforma não tem nada a ver com agradar a todos os santos ou crentes. A defesa do livre exame das escrituras, um dos pilares da Reforma, não significa dar direito ao irmão contrariado de sair e fundar outra igreja a seu bel prazer. Alguém já contou quantas denominações compõem esse circo denominacional que temos hoje?
Cremos que o compromisso do movimento protestante é com Deus. É retornar ao padrão bíblico em questões de fé e prática. Isso foi ensinado tanto por Jesus quanto pelos apóstolos que várias vezes corrigiram impropérios, mas sem que isso significasse a divisão da igreja. E a igreja primitiva já sofria com o partidarismo, sectarismo, imoralidade, mundanismo, bem como, com a contaminação da sã doutrina por ensinos de homens e demônios.
Por outro lado, também não confunda reformadores com bruxas. Não são a mesma coisa. No período da Reforma, a mentalidade deformada da Igreja Católica ocidental, defendia que quem criticava seus ensinos anti-bíblicos e suas práticas imorais tinha o mesmo destino das bruxas - a fogueira “santa”. Os apóstolos na igreja primitiva não tinham medo nem de bruxas nem de reformas. As críticas recebidas dos helenistas quanto a falhas na distribuição do pão, onde estavam sendo prejudicadas as viúvas destes foram resolvidas sábia, democrática e racionalmente . Se os próprios apóstolos reconheceram que com a nova realidade da igreja, realmente havia necessidade de reformas naquele sistema de trabalho disfuncional e instituíram o diaconato (At. 6:1–7), não podemos ignorar outro princípio da Reforma: Ecclesia reformata et semper reformanda est, a igreja reformada precisa continuar a ser reformada.
É preciso reconhecer as áreas que temos negligenciado em nossa missão como igreja e retornar à Palavra de Deus mesmo que haja um preço a ser pago por isso, pois não se pode agradar a todos os santos. Comece admitindo que muitas das críticas e reclamações de que somos alvo são razoáveis. Foi isso que os apóstolos disseram: “Irmãos, não é razoável” e resolveram a questão. Já a bruxa que a Igreja Católica tanto temia na era dos reformadores, nada mais era que a perda do poder. E semelhante ao jovem rico da parábola que Jesus contou, a Igreja Católica de então, não quis pagar o preço, pois era dona de muitas riquezas. Viva a reforma!
Sola Gratia, Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Fide, Soli Deo Gloria. Amém!
professoraebd.blogspot.com
Segundo Rubem Alves, a igreja católica pagou um alto preço por sua unidade, e os protestantes pagaram outro alto preço pelo livre exame das Escrituras. Trocando em miúdos: Pela unidade, muita gente permanece na igreja mesmo sem concordar com a interpretação de quem está ensinando. Enquanto outros decidem romper com uma comunidade por sentirem que a mesma encontra-se desfigurada, sem a forma original para a qual fora concebida.
O Dia de Todos os Santos vem da tradição católica. Todo dia do ano é o dia de algum dos “santos”. Como tem mais “santo” na Igreja Católica do que dias no ano, há um dia para todos eles, assim tudo se ajeita. Reforma não tem nada a ver com agradar a todos os santos ou crentes. A defesa do livre exame das escrituras, um dos pilares da Reforma, não significa dar direito ao irmão contrariado de sair e fundar outra igreja a seu bel prazer. Alguém já contou quantas denominações compõem esse circo denominacional que temos hoje?
Cremos que o compromisso do movimento protestante é com Deus. É retornar ao padrão bíblico em questões de fé e prática. Isso foi ensinado tanto por Jesus quanto pelos apóstolos que várias vezes corrigiram impropérios, mas sem que isso significasse a divisão da igreja. E a igreja primitiva já sofria com o partidarismo, sectarismo, imoralidade, mundanismo, bem como, com a contaminação da sã doutrina por ensinos de homens e demônios.
Por outro lado, também não confunda reformadores com bruxas. Não são a mesma coisa. No período da Reforma, a mentalidade deformada da Igreja Católica ocidental, defendia que quem criticava seus ensinos anti-bíblicos e suas práticas imorais tinha o mesmo destino das bruxas - a fogueira “santa”. Os apóstolos na igreja primitiva não tinham medo nem de bruxas nem de reformas. As críticas recebidas dos helenistas quanto a falhas na distribuição do pão, onde estavam sendo prejudicadas as viúvas destes foram resolvidas sábia, democrática e racionalmente . Se os próprios apóstolos reconheceram que com a nova realidade da igreja, realmente havia necessidade de reformas naquele sistema de trabalho disfuncional e instituíram o diaconato (At. 6:1–7), não podemos ignorar outro princípio da Reforma: Ecclesia reformata et semper reformanda est, a igreja reformada precisa continuar a ser reformada.
É preciso reconhecer as áreas que temos negligenciado em nossa missão como igreja e retornar à Palavra de Deus mesmo que haja um preço a ser pago por isso, pois não se pode agradar a todos os santos. Comece admitindo que muitas das críticas e reclamações de que somos alvo são razoáveis. Foi isso que os apóstolos disseram: “Irmãos, não é razoável” e resolveram a questão. Já a bruxa que a Igreja Católica tanto temia na era dos reformadores, nada mais era que a perda do poder. E semelhante ao jovem rico da parábola que Jesus contou, a Igreja Católica de então, não quis pagar o preço, pois era dona de muitas riquezas. Viva a reforma!
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