A preocupação do diabo e a de Jesus

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Os do mundo já estão em suas mãos, então ele, Satanás, concentraria-se, logicamente, nos da igreja. Ouvi isso inúmeras vezes no meio evangélico, no qual convivo com muito prazer.

Questiono todavia a veracidade desta teoria, levando-se em conta que nunca vi na Bíblia algo explícito sobre o assunto. A propósito as Sagradas Escrituras falam pouquíssimo sobre o diabo, talvez só o necessário mesmo para sabermos que ele exista e que não devemos ignorá-lo. Tanto o novo como o velho testamento se concentram mesmo é em Deus e no ser humano.

Assim, algo que vemos de forma bem cristalina na Bíblia é a preocupação de Jesus. Preocupação às vezes é um termo forte para atribuirmos a Jesus. O Mestre não se pré-ocupou. Ele se ocupava e muito, também orava ou meditava (diga-se de passagem, também uma ocupação), e às vezes, simplesmente, descansava.

Mas com certeza ele se preocupava, como todos nós fazemos. A própria oração é em parte uma espécie de santa preocupação. E como há dois mil anos atrás, o pensamento e ações do Senhor estão hoje ainda voltados intensamente para fora e não para dentro da igreja.

Basta analisarmos as parábolas da dracma, ovelha e filho perdidos para vermos que Deus está à busca, diligente, angustiante e sofredora do que se perdeu.

Como se as próprias afirmativas do Senhor não bastassem para nos convencer disso, de que ele não viera para os sãos mas para os doentes, essas parábolas revelam que o bom pastor deixa 99 para buscar uma fora do aprisco. A mulher gasta seu tempo na procura daquela moedinha tão especial e o pai não consegue dormir direito preocupado com o filhinho rebelde. Tudo mais é secundário.

Por isso concluímos que Jesus sim é quem está preocupado com os de fora pois os de dentro já estão (teoricamente) nas mãos dele!

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Opinião do leitor