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Palavra do leitor

A precariedade é necessária dentro da reflexão teológica

Precariedade, substantivo feminino, Qualidade do que é precário.1

Precário, adjetivo, 1. Inseguro, não estável. 2. Pobre; difícil; minguado; estreito. 3. Frágil; débil; delicado. Origem etimológica: latim precarius, -a, -um, obtido por meio de súplica, concedido por favor, incerto, precário, passageiro.2

Em um primeiro momento, aos nossos olhos, pode parecer absurdo a ideia de adjetivar a precariedade de forma tão bela. Julgar o objeto de nossa reflexão, seja ele qual for, como necessário, é o mesmo que dizer que este objeto é "essencial, imprescindível", o que caracteriza em idolatria, em algum sentindo, a menos que o objeto da nossa reflexão seja Deus. Mas se tomarmos o adjetivo em questão no sentido de o "Que não pode deixar de ser ou de se fazer", não poderemos ser acusados de idolatria ou mesmo de irrelevância. Mas devemos nos perguntar: podemos realmente adjetivar a precariedade desta maneira? Se sua resposta for sim, você captou bem o que quero dizer, e portanto já abraçou a precariedade. Caso você tenha respondido não, então precisar assumir o risco de cair em idolatria, pelo menos a idolatria da reflexão pela reflexão, ou a idolatria da reflexão engessada e rígida, onde tudo está pronto, acabado, o que não condiz com a realidade.

Uma vez que se tenha abraçado a precariedade como necessária, devemos deixar que ela seja nossa placa de "pare", para evitarmos colidir com, podendo ter uma perda total do nosso intelecto e senso crítico, os veículos chamados rigidez, inerrância intelectual e a falsa pretensão de se ter toda a verdade. É a precariedade que nos mostrará que nossa reflexão sobre qualquer assunto que seja, e quero aqui me limitar a reflexão teológica, é sempre limitada e condicionada a um dado momento histórico e, portanto não se pode julgar acabada, pronta, perfeita, a máxima expressão da mente de Deus, conforme Ele mesmo revelou. É esta mesma que nos mostrará que os nossos melhores argumentos e teorias são apenas lampejos de uma verdade que escapa a nós, em sua totalidade. É claro que não nego que a verdade seja imutável, atemporal e cognoscível, mas nego que a possamos identificar, em sua totalidade, com quaisquer dos sistemas teológicos que se encontram disponíveis a nós na concretude da história.

Na história do pensamento cristão existem lugares comuns e princípios fundantes que foram consolidados ao longo da história, mas chegaram a este estado de coisas devido ao dialogo conciliar, por direção do Espirito Santo, em um ato providencial que dirigiu as personagens do dialogo e seu contexto, e ainda assim, a despeito disso, as personagens muitas vezes se valeram de métodos e situações que nada tem a ver com Deus, embora use o nome dEle. Àquilo que é comum a toda cristandade deve ser reafirmado como lugar-comum e princípio fundante de identificação, mas só possível fazer tal coisa mediante a aceitação da precariedade como necessária a reflexão teológica. Uma vez tomada tal decisão e, feita tal escolha, não devemos pretender que nossa tradição teológica, que é apenas um vislumbre de um pequeno aspecto da verdade, seja erigida como edifício epistemológico acabado e irretocável.

Portanto, toda tradição teológica deve abraçar a precariedade como necessidade primaz, se não o fizer, poderá se tornar deus, um deus segundo o nosso coração e nossas falsas pretensões de se ter em totalidade a verdade plenamente manifestada em nossas tradições teológicas.

Referências
¹ https://dicionario.priberam.org/precariedade
² https://dicionario.priberam.org/prec%C3%A1rio
Fortaleza - CE
Textos publicados: 2 [ver]
Site: http://linktr.ee/michaelbezerra
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