Palavra do leitor
- 11 de agosto de 2007
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A porta continua estreita
"Entrai pela porta estreita, pois apertado é o caminho que conduz à vida..."
Esse texto de Jesus nos traz uma importante e necessária reflexão sob a perspectiva quanto ao modo como conduzimos nosso ser. Sinceramente não sei se é possível afirmar que estamos verdadeiramente trilhando um caminho de vida, caminho que nos faz sair das nossas próprias impossibilidades (no tocante a nossa miserável interpretação quanto a nossa realidade) e navegarmos construindo a verdadeira vida que só é proveniente através Dele. Esta, que tira a ociosidade e traz luz onde é obscuro ou que é até visível, mas que ainda não exista nenhum significado quanto à vida.
O ativismo que somos entregues diariamente, às vezes, é meramente tentativa de se auto promover diante da sociedade e ganhar notoriedade, e que procuramos minimizar assumindo tarefas de contribuições passageiras ou algum tipo de doação que sai apenas da tentativa de se livrar de uma auto condenação intitulada pelo próprio eu, posto que ele se faz refém das próprias atitudes numa tentativa de auto justificação. Para estes que pensam ter assumido a porta estreita como referencial para a vida, na verdade estão somente diante do "pórtico do templo" com possibilidades de idas e vindas sem nenhuma objeção. Somos levados muitas vezes a nos calar diante do ser humano quando nos pede uma ajuda, diante do cego quando nos pede uma conduta, diante do enfermo quando nos pede para o acalentar, e somos um trovão para abrirmos a boca e falarmos aquilo que queremos ou até aquilo que não queremos, mas se o meio quer somos rapidamente levados pela levada na autopromoção pelo meio, mesmo que isso não produza uma só possibilidade de esperança e transformação naqueles que nos cercam. É lamentável como às vezes nos portamos diante das várias portas estreitas que nos são oferecidas dia-a-dia e simplesmente a ignoramos para o nosso bem-estar, pois afinal se compadecer da necessidade do outro não é uma tarefa "nossa" (e pensamos até nas justificativas quanto às intenções de quem recebe). Isso é o que passa constantemente aos lábios dos agitadores de igreja e aqueles que pensam que por muito falar é que serão ouvidos pelo Mestre e pelos "pequeninos" de Jesus. A porta continua estreita, mas queremos abrir cada vez mais espaço para que tenhamos condições mais favoráveis de ser achados pelo Reino, como se a nossa tentativa mudasse alguma relação com a Graça do Mestre e nos fizesse os reais mentores da razão. A porta que é estreita e o que nos conduz ao verdadeiro e único caminho é facilmente negociado com a nossa ânsia de bem-estar e satisfação. Queremos o bem de Deus, mas a possibilidade do mal, mesmo que seja apenas "possibilidade" nos deixa mudos, calados e muitas vezes inoperantes diante das solicitudes da vida.
Queremos desfrutar do tempo bom, mas quando não há visibilidade alguma achamos que Deus não está perto. Hoje, é difícil alguém querer lançar o pão sobre as águas, porque os muitos dias podem não vir e serem vistos como alguém que não "fez por onde" para obtê-lo novamente. Há felicidade quando há nascimento, mas não há regozijo no encontro com a verdadeira vida, mesmo que para isso haja morte; queremos plantar, construir, no entanto arrancar, mesmo que seja para a própria sustentação da vida, isso nos desestabiliza, pois acreditamos que o solo já não será mais o mesmo; a possibilidade de cura é para nós o escape da alma, porém fazer morrer aquilo que nos aprisiona e que nos dá o verdadeiro escape isso passa de longe; o tempo de alegria nos traz encanto e às vezes grandes surtos de realidade, mas não encaramos o choro como sendo a possibilidade de sermos pessoas melhores e libertas de pesos e frustrações; o abraço nos permite sentir o outro com nosso próprio ser, porém o deixar de abraçar nos permite às vezes nos encontrar; o tempo de buscar nos ronda como auto-afirmação das nossas próprias vontades, porém o tempo de perder visualizamos como sendo algo diabólico e melancólico e às vezes gritamos na histeria evangélica: "Restitui e traga de volta o que é meu". Esquecemos que, simplesmente, a perda é o que proporciona o resgate de valores essenciais à vida e à própria existência perdida Nele. O falar demasiado nos permite muito mais distanciar do que aproximar, e o outro que só ouve é o que se deixa permitir com a sintonia do verdadeiro Espírito. Que maravilhoso o tempo de amar! (e sem trocadilho), mas talvez tenhamos de resgatar o tempo de odiar o nosso próprio eu interpretativo, que não valoriza que há tempo para tudo, tempo de guerra e de paz.
Que Deus nos tenha por misericórdia, e nos permita ver com a simplicidade de Jesus, sem, no entanto, procurar meios para não ver como vê Jesus e assim tenhamos condições de acolher a humanidade no coração e entrarmos juntos com ela com grande alegria pelo caminho que conduz à vida.
Esse texto de Jesus nos traz uma importante e necessária reflexão sob a perspectiva quanto ao modo como conduzimos nosso ser. Sinceramente não sei se é possível afirmar que estamos verdadeiramente trilhando um caminho de vida, caminho que nos faz sair das nossas próprias impossibilidades (no tocante a nossa miserável interpretação quanto a nossa realidade) e navegarmos construindo a verdadeira vida que só é proveniente através Dele. Esta, que tira a ociosidade e traz luz onde é obscuro ou que é até visível, mas que ainda não exista nenhum significado quanto à vida.
O ativismo que somos entregues diariamente, às vezes, é meramente tentativa de se auto promover diante da sociedade e ganhar notoriedade, e que procuramos minimizar assumindo tarefas de contribuições passageiras ou algum tipo de doação que sai apenas da tentativa de se livrar de uma auto condenação intitulada pelo próprio eu, posto que ele se faz refém das próprias atitudes numa tentativa de auto justificação. Para estes que pensam ter assumido a porta estreita como referencial para a vida, na verdade estão somente diante do "pórtico do templo" com possibilidades de idas e vindas sem nenhuma objeção. Somos levados muitas vezes a nos calar diante do ser humano quando nos pede uma ajuda, diante do cego quando nos pede uma conduta, diante do enfermo quando nos pede para o acalentar, e somos um trovão para abrirmos a boca e falarmos aquilo que queremos ou até aquilo que não queremos, mas se o meio quer somos rapidamente levados pela levada na autopromoção pelo meio, mesmo que isso não produza uma só possibilidade de esperança e transformação naqueles que nos cercam. É lamentável como às vezes nos portamos diante das várias portas estreitas que nos são oferecidas dia-a-dia e simplesmente a ignoramos para o nosso bem-estar, pois afinal se compadecer da necessidade do outro não é uma tarefa "nossa" (e pensamos até nas justificativas quanto às intenções de quem recebe). Isso é o que passa constantemente aos lábios dos agitadores de igreja e aqueles que pensam que por muito falar é que serão ouvidos pelo Mestre e pelos "pequeninos" de Jesus. A porta continua estreita, mas queremos abrir cada vez mais espaço para que tenhamos condições mais favoráveis de ser achados pelo Reino, como se a nossa tentativa mudasse alguma relação com a Graça do Mestre e nos fizesse os reais mentores da razão. A porta que é estreita e o que nos conduz ao verdadeiro e único caminho é facilmente negociado com a nossa ânsia de bem-estar e satisfação. Queremos o bem de Deus, mas a possibilidade do mal, mesmo que seja apenas "possibilidade" nos deixa mudos, calados e muitas vezes inoperantes diante das solicitudes da vida.
Queremos desfrutar do tempo bom, mas quando não há visibilidade alguma achamos que Deus não está perto. Hoje, é difícil alguém querer lançar o pão sobre as águas, porque os muitos dias podem não vir e serem vistos como alguém que não "fez por onde" para obtê-lo novamente. Há felicidade quando há nascimento, mas não há regozijo no encontro com a verdadeira vida, mesmo que para isso haja morte; queremos plantar, construir, no entanto arrancar, mesmo que seja para a própria sustentação da vida, isso nos desestabiliza, pois acreditamos que o solo já não será mais o mesmo; a possibilidade de cura é para nós o escape da alma, porém fazer morrer aquilo que nos aprisiona e que nos dá o verdadeiro escape isso passa de longe; o tempo de alegria nos traz encanto e às vezes grandes surtos de realidade, mas não encaramos o choro como sendo a possibilidade de sermos pessoas melhores e libertas de pesos e frustrações; o abraço nos permite sentir o outro com nosso próprio ser, porém o deixar de abraçar nos permite às vezes nos encontrar; o tempo de buscar nos ronda como auto-afirmação das nossas próprias vontades, porém o tempo de perder visualizamos como sendo algo diabólico e melancólico e às vezes gritamos na histeria evangélica: "Restitui e traga de volta o que é meu". Esquecemos que, simplesmente, a perda é o que proporciona o resgate de valores essenciais à vida e à própria existência perdida Nele. O falar demasiado nos permite muito mais distanciar do que aproximar, e o outro que só ouve é o que se deixa permitir com a sintonia do verdadeiro Espírito. Que maravilhoso o tempo de amar! (e sem trocadilho), mas talvez tenhamos de resgatar o tempo de odiar o nosso próprio eu interpretativo, que não valoriza que há tempo para tudo, tempo de guerra e de paz.
Que Deus nos tenha por misericórdia, e nos permita ver com a simplicidade de Jesus, sem, no entanto, procurar meios para não ver como vê Jesus e assim tenhamos condições de acolher a humanidade no coração e entrarmos juntos com ela com grande alegria pelo caminho que conduz à vida.
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