Palavra do leitor
- 15 de abril de 2017
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A Páscoa: o encontro com o túmulo, com a casca e o ovo de chocolate
A Páscoa: o encontro com o túmulo, com a casca e o ovo de chocolate
‘’Olho para a Páscoa e o que vejo? Mais uma sexta – feira santa? Mais um almoço de domingo? Mais uns dias de folga ou o chamado para celebrar a vida, a minha vida, a sua vida e nossa vida?’’
Lágrimas
‘’ao nascer,
você estava lá;
nos primeiros tropeços,
ao descobrir que a vida,
não é um mar de rosas,
nenhum jogo de cartas marcadas,
que não segue meus caprichos,
você estava lá:
em cada estação,
em cada ponteiro,
em cada sim e não:
ao me confrontar com as perdas,
ao enfrentar a verdade do que sou,
uma certeza tive:
você estava lá:
nos sonhos que se desfizeram,
nas paixões que nunca surgiram,
nas conquistas para nada,
nas ilusões que me tiraram a direção;
ao escrever,
com a companhia do silêncio,
ao ouvir my way, interpretado por Elvis Presley,
ao andar pelos corredores da saudade,
como um retrato que não renascerá,
você estava lá:
em meu derradeiro suspiro,
quando todos e tudo se afastam,
o desconhecido se aproxima,
você estará lá.
O que eu celebro na páscoa? Será uma tradição de séculos, ao qual devo manter, porque faz parte de uma cultura e crença da qual creio e participo? Se não, então, deve ser por ser a oportunidade de curtir alguns dias de descanso, pra lá de merecidos, com a família, ou com alguém, ou sozinho?
É bem verdade, nem todos compactuam desses dias, por específicas peculiaridades e convicções. Mesmo assim, observo na páscoa uma constatação de ir além de um episódio relatado na bíblia e cultuado pelos cristãos, em todo o mundo, com uma abordagem voltada ao chamado de Jesus para sermos como a casca de uma cigarra presa no tronco de uma árvore ou também como um ovo de chocolate.
Eita, agora, alguns ecos de eu tecer uma narrativa apostata, anátema, estúpida, anticristã, insana pode vir; agora, antes de começar a jorrar qualquer fúria, o texto de Mateus 27. 50 a 53 nos aponta para uma proposta de olhar, de ler e decidir pela vida fora do túmulo, do tronco, do ovo, de ir além e permitir a imaginação ser inundada por um presente que quer e pode acontecer agora, presente com uma busca as possibilidades do amor, diga – se de passagem, não reduzido ao erótico, de posse, de fazer do outro mero meio de suas satisfações, amor de tormentas e atordoações.
Em direção, faz nos perceber a vida não somente como vida, mas sim com gente, ao nosso lado, com recomeços, ao nosso lado, com um futuro que tem na esperança seu guia e nos faz ir adiante, com uma capacidade olhar para o passado, com sentimentos e afetos livres. Eis, então, mais uma páscoa, mais uma oportunidade para sair do túmulo e não precisar ficar nele, de desvendar os desafios da vida, com suas tensões, com suas ambiguidades, com suas incertezas, com suas ternuras, com suas melodias, com suas colheitas de sonhos, de paixões, de prazeres, de alegrias que são aflorescidas no encontro com o outro.
Sem hesitar, páscoa envolve celebrar a vida, o encontro com o outro para sermos próximos, durante o desdobrar dos doze meses, compreender que permanecer nos claustros, nos esconderijos, nos labirintos, debaixo da culpa e condenação pode até nos poupar de muitas situações, entretanto, passaremos por essa vida como o túmulo que não se abriu, a casca que não se rompeu, o ovo que não foi aberto, como retrato de uma fé vazia, de uma espiritualidade evasiva, de uma humanidade perdida e desperdiçada.
Sinceramente, a vida não pode e nem é nenhum mar de rosas, tem a escuridão do abandono, tem perdas, tem sensações de banimento, tem revolta e, diante disso, podemos dar um salto, como Abraão (que em face da esperança mórbida, decidiu confiar na esperança de se renovar, de se reinventar, de não permitir ser um túmulo, um inconsciente para se torturar e permitir ser o irradiar dessa Graça libertária, amorosa, adoçada, disposta a caminhar conosco, em cada momento de nossa existência).
Por fim, uma feliz páscoa, uma feliz oportunidade para não mais necessitarmos dos túmulos, das cascas, dos abismos, dos labirintos e nos, semelhante a cigarra, voamos para a vida, para essa Graça chamada Cristo, por onde nos enche de leveza, de coragem, de ousadia, de uma transcendência que me faz existir para o outro e eu e você e todos nós, somos outro.
‘’Olho para a Páscoa e o que vejo? Mais uma sexta – feira santa? Mais um almoço de domingo? Mais uns dias de folga ou o chamado para celebrar a vida, a minha vida, a sua vida e nossa vida?’’
Lágrimas
‘’ao nascer,
você estava lá;
nos primeiros tropeços,
ao descobrir que a vida,
não é um mar de rosas,
nenhum jogo de cartas marcadas,
que não segue meus caprichos,
você estava lá:
em cada estação,
em cada ponteiro,
em cada sim e não:
ao me confrontar com as perdas,
ao enfrentar a verdade do que sou,
uma certeza tive:
você estava lá:
nos sonhos que se desfizeram,
nas paixões que nunca surgiram,
nas conquistas para nada,
nas ilusões que me tiraram a direção;
ao escrever,
com a companhia do silêncio,
ao ouvir my way, interpretado por Elvis Presley,
ao andar pelos corredores da saudade,
como um retrato que não renascerá,
você estava lá:
em meu derradeiro suspiro,
quando todos e tudo se afastam,
o desconhecido se aproxima,
você estará lá.
O que eu celebro na páscoa? Será uma tradição de séculos, ao qual devo manter, porque faz parte de uma cultura e crença da qual creio e participo? Se não, então, deve ser por ser a oportunidade de curtir alguns dias de descanso, pra lá de merecidos, com a família, ou com alguém, ou sozinho?
É bem verdade, nem todos compactuam desses dias, por específicas peculiaridades e convicções. Mesmo assim, observo na páscoa uma constatação de ir além de um episódio relatado na bíblia e cultuado pelos cristãos, em todo o mundo, com uma abordagem voltada ao chamado de Jesus para sermos como a casca de uma cigarra presa no tronco de uma árvore ou também como um ovo de chocolate.
Eita, agora, alguns ecos de eu tecer uma narrativa apostata, anátema, estúpida, anticristã, insana pode vir; agora, antes de começar a jorrar qualquer fúria, o texto de Mateus 27. 50 a 53 nos aponta para uma proposta de olhar, de ler e decidir pela vida fora do túmulo, do tronco, do ovo, de ir além e permitir a imaginação ser inundada por um presente que quer e pode acontecer agora, presente com uma busca as possibilidades do amor, diga – se de passagem, não reduzido ao erótico, de posse, de fazer do outro mero meio de suas satisfações, amor de tormentas e atordoações.
Em direção, faz nos perceber a vida não somente como vida, mas sim com gente, ao nosso lado, com recomeços, ao nosso lado, com um futuro que tem na esperança seu guia e nos faz ir adiante, com uma capacidade olhar para o passado, com sentimentos e afetos livres. Eis, então, mais uma páscoa, mais uma oportunidade para sair do túmulo e não precisar ficar nele, de desvendar os desafios da vida, com suas tensões, com suas ambiguidades, com suas incertezas, com suas ternuras, com suas melodias, com suas colheitas de sonhos, de paixões, de prazeres, de alegrias que são aflorescidas no encontro com o outro.
Sem hesitar, páscoa envolve celebrar a vida, o encontro com o outro para sermos próximos, durante o desdobrar dos doze meses, compreender que permanecer nos claustros, nos esconderijos, nos labirintos, debaixo da culpa e condenação pode até nos poupar de muitas situações, entretanto, passaremos por essa vida como o túmulo que não se abriu, a casca que não se rompeu, o ovo que não foi aberto, como retrato de uma fé vazia, de uma espiritualidade evasiva, de uma humanidade perdida e desperdiçada.
Sinceramente, a vida não pode e nem é nenhum mar de rosas, tem a escuridão do abandono, tem perdas, tem sensações de banimento, tem revolta e, diante disso, podemos dar um salto, como Abraão (que em face da esperança mórbida, decidiu confiar na esperança de se renovar, de se reinventar, de não permitir ser um túmulo, um inconsciente para se torturar e permitir ser o irradiar dessa Graça libertária, amorosa, adoçada, disposta a caminhar conosco, em cada momento de nossa existência).
Por fim, uma feliz páscoa, uma feliz oportunidade para não mais necessitarmos dos túmulos, das cascas, dos abismos, dos labirintos e nos, semelhante a cigarra, voamos para a vida, para essa Graça chamada Cristo, por onde nos enche de leveza, de coragem, de ousadia, de uma transcendência que me faz existir para o outro e eu e você e todos nós, somos outro.
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