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Palavra do leitor

A Noite Escura da Alma

O tema deste artigo tem sido tratado ao longo do tempo por teólogos, místicos e filósofos em geral e já foi objeto de livros, poemas e músicas. Uma canção do final do século passado diz o seguinte:

"Eu senti a escuridão. Se aproximando de mim...Sombras silenciosas. Me cercando…
Eu tive o veneno. Escorrendo por dentro da minha pele. E ele corroeu o meu coração. Sangrou-o. Cortou-o.
Noite escura da minha alma..."

Sim, quem nuca passou por essa tal noite quando tudo parece sombrio, quando nada faz sentido, quando nosso espírito está desfalecido, abatido, inerte, sem cor, sem vida? Noite que parece interminável. Madrugada intransponível. Escuridão plena e total ausência de esperança. Momentos aqueles que nos sentimos sozinhos, órfãos, indefesos. Quando tempestades e trovões turbulentam nossa mente. Momentos quando sentimos a ingratidão do filho que cuidamos ou do amigo que tanto cativamos; quando o diagnóstico do médico nos é negativo e percebemos nossa finitude ou quando temos que ver os que amamos partirem; quando as finanças acabam diante de tantas demandas; quando notamos a injustiça e a insensatez dominarem corações; quando percebemos a dificuldade da nossa pequena fé em dar um salto no escuro. Quando descobrimos, de fato, que não podemos mudar certas realidades e temos que aceitar o inevitável e encarar o imprevisível. Quando, qual água em nossas mãos, tudo parece se esvair, se derramar, como rios que deságuam no profundo mar. Como passageiros de uma nave que não podemos controlar.
Noites escuras da alma!

Grandes homens e mulheres de Deus já experimentaram essa realidade. O que não pensar de Abraão na noite anterior em que iria sacrificar seu único filho? Ou Moisés, quando se viu perseguido pelos seus outrora amigos egípcios tendo que fugir para o deserto? E José, abandonado pelos próprios irmãos num buraco no meio do nada? E Davi, ao fugir de seu arqui-inimigo Saul decidido em eliminá-lo? Talvez Daniel e seus amigos quando sentenciados à fornalha de fogo pelo rei da Babilônia? E Rute, ao perder seu marido e seus filhos, e assim, a esperança na vida? Como não se lembrar de Jó, cuja própria mulher o aconselhou diante de tantas tragédias: "amaldiçoa a Deus e morre"! E Pedro ao ser sentenciado pelo Império Romano por ter sido fiel à grande comissão de Cristo? Sem falar de João, o apóstolo do amor, banido por muitos anos na pequena ilha grega de Patmos.
Noites escuras da alma!

Poderíamos ainda citar gente que viveu mais próximo de nós. Madre Teresa de Calcutá por muitos anos viveu em depressão e constante angústia. "Na minha alma, sinto exatamente aquela terrível dor da perda", escreveu ela certa vez,"de Deus não me querer - de Deus não ser Deus - de Deus não existir". O que não pensar de Horatio Spafford, um advogado cristão americano, conhecido pela autoria do famoso hino cristão "Sou Feliz", quando soube que, num acidente de navio em 1873 no oceano Atlântico, havia perdido suas quatro filhas. E o teólogo luterano Bonhoeffer que fora preso e morto pelo regime nazista em 1945 por lutar contra as atrocidades cometidas por este? Quantas noites ele não deve ter sido visitado pela dor da solidão e da morte iminente?
Noites escuras da alma!

Paulo, sabedor das dores pelas quais passariam os discípulos de Jesus, adverte-nos: "Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo" (2Co 4.7-10). Portanto, a dor virá mas não será a derradeira palavra.

Jesus também, em algumas ocasiões, se sentiu desamparado. Numa distante sexta-feira, no momento derradeiro da sua obra redentora, naquela cruz exposta no monte Caveira, sentindo na pele a mais profunda dor, abandonado pelos seus, Aquele que esvaziou-se e humilhou-se a si mesmo (Fl 2.7), bradou em alta voz ao Pai: "Porque me abandonastes?" Sua alma dilacerada sentia, naquele momento, a escuridão que nós, humanos caídos, sentimos na nossa jornada. Ele sabia, que sem dor e morte, não poderia salvar seu povo do poder do pecado e da alienação total de Deus. Por isso, somente Ele tinha todas as condições de nos livrar da eterna noite escura da alma. Agora, com Ele e por Ele podemos ter manhãs brilhantes, sóis arrebatadores, horizontes claros, vida significativa, vida abundante.

Então, quando a chuva passar, a noite escura se for, abra a janela e veja e sinta a imensidão do amor de Deus. Amor que socorre. Amor que adentra a dor e cura e sara as feridas.

Que as palavras de Horatio ecoem em nossos lábios a cada dia: "Se paz a mais doce me deres gozar, Se dor a mais forte sofrer, Oh! Seja o que for, tu me fazes saber. Que feliz com Jesus sempre sou!"

• Presbítero Tony
faos.ead@gmail.com
Graduado em Liderança/Haggai International
Brasília - DF
Textos publicados: 80 [ver]
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