Palavra do leitor
- 25 de agosto de 2008
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A necessária arte de discordar
Por mais que os poderosos governantes não gostem, discordar é preciso. Eu sei que murmuração é pecado, que rebeldia é pecado, e que o mero "criticismo" não ajuda em nada. Mas não estou me referindo a nenhuma dessas coisas! Refiro-me à diferença de idéias num sistema, comunidade ou instituição.
Nenhuma instituição se renova quando escolhe estabelecer um pensamento único, um "partido único". Ela pode até permanecer por anos e séculos a fio, mas nunca será uma instituição renovada.
Discordar com critério e fundamento é como um óleo que lubrifica o motor. Quem governa ou exerce o poder de alguma forma precisa valorizar opiniões divergentes, mesmo que estejam erradas. É necessário esse arejamento, a fim de que as coisas funcionem, amadureçam e melhorem.
Os ditadores são inseguros. Têm dúvidas sobre suas idéias inseguras, e por isso as impõem aos outros.
Fico triste quando leio na Internet comentários de leitores que defendem tenazmente o Governo, mesmo quando este erra vergonhosamente, por incompetência ou má-fé. Eu não sei se sempre foi assim, mas me parece que nos Governos anteriores as pessoas eram mais críticas das ações e pecados governamentais. Agora até me ocorre a impressão de que determinados partidos aparelham os sites de jornais e blogs de jornalismo político com o intuito de inserir comentários de leitores otimistas com o Presidente da República. Isso me asusta. Será que o Governo é tão bom assim?
Penso nos jovens que não são capazes de se indignar. Creio que uma juventude abestalhada é a pior coisa que um País pode sofrer, pois seu futuro lhe está entregue. E essa juventude se abestalha em drogas, bebidas, sexo descompromissado, analfabetismo político, canções vazias, desrespeito aos pais, falta de disciplina e desonestidade. Com uma juventude dessas, quem ainda acha que o Brasil é o País do futuro?
Penso também nos crentes que não são capazes de se indignar, talvez por causa de uma teologia que desequilibra as virtudes, exortando a uma subserviência que nada tem que ver com humildade, paciência ou mansidão. A respeito disso, vale consultar o "site" www.cppc.org.br, em que há um artigo muito interessante intitulado Neurose Cristã Induzida. Pelo que entendi, o autor chama a atenção para um tipo de neurose provocada em pessoas normais ante a pregação que se faz nas igrejas cristãs, em sua interpretação errônea de admoestações do Evangelho.
Eu mesmo sou um indignado por natureza, e tento me expressar da melhor maneira possível, especialmente no meu blog, que é um de meus refúgios. Outro refúgio é minha própria casa, onde minha esposa e eu filosofamos e resolvemos todos os problemas do mundo enquanto lanchamos na cozinha. Ela tem os mesmos valores que eu, e considera legítima a minha indignação.
O desafio para quem exerce a arte de discordar é múltiplo:
a) avaliar se as críticas refletem uma preocupação real ou se são fruto de motivações outras, como a soberba, a emulação e o espírito crítico;
b) manter a integridade entre o falar e o agir;
c) admitir que pode estar errado;
d) aceitar, ele mesmo, as críticas que virão;
e) fazer algo positivo na vida, em vez de tão-somente apontar o erro dos outros;
f) tomar conhecimento do assunto antes de emitir opiniões;
g) estar seguro de que suas declarações partiram de reflexão, até para que possa sustentá-las no momento oportuno. Afinal, pessoas como nós de vez em quando são chamadas a dar explicações...
Obs.: O texto mencionado é o seguinte: Neurose cristã induzida: Um exame dos Paradoxos Pragmáticos e da fé cristã. Induced Christian neurosis- An examination of pragmatic paradoxes and the Christian faith.By: Watson, P.J.; Cohen, E.J.; Folbrecht, J. Tradutor: Adami A. Gabriel,Psicólogo Clínico. O leitor clica em Textos e publicações, e depois clica em Artigos. O artigo estará em ordem alfabética. Vale a pena ler.
Nenhuma instituição se renova quando escolhe estabelecer um pensamento único, um "partido único". Ela pode até permanecer por anos e séculos a fio, mas nunca será uma instituição renovada.
Discordar com critério e fundamento é como um óleo que lubrifica o motor. Quem governa ou exerce o poder de alguma forma precisa valorizar opiniões divergentes, mesmo que estejam erradas. É necessário esse arejamento, a fim de que as coisas funcionem, amadureçam e melhorem.
Os ditadores são inseguros. Têm dúvidas sobre suas idéias inseguras, e por isso as impõem aos outros.
Fico triste quando leio na Internet comentários de leitores que defendem tenazmente o Governo, mesmo quando este erra vergonhosamente, por incompetência ou má-fé. Eu não sei se sempre foi assim, mas me parece que nos Governos anteriores as pessoas eram mais críticas das ações e pecados governamentais. Agora até me ocorre a impressão de que determinados partidos aparelham os sites de jornais e blogs de jornalismo político com o intuito de inserir comentários de leitores otimistas com o Presidente da República. Isso me asusta. Será que o Governo é tão bom assim?
Penso nos jovens que não são capazes de se indignar. Creio que uma juventude abestalhada é a pior coisa que um País pode sofrer, pois seu futuro lhe está entregue. E essa juventude se abestalha em drogas, bebidas, sexo descompromissado, analfabetismo político, canções vazias, desrespeito aos pais, falta de disciplina e desonestidade. Com uma juventude dessas, quem ainda acha que o Brasil é o País do futuro?
Penso também nos crentes que não são capazes de se indignar, talvez por causa de uma teologia que desequilibra as virtudes, exortando a uma subserviência que nada tem que ver com humildade, paciência ou mansidão. A respeito disso, vale consultar o "site" www.cppc.org.br, em que há um artigo muito interessante intitulado Neurose Cristã Induzida. Pelo que entendi, o autor chama a atenção para um tipo de neurose provocada em pessoas normais ante a pregação que se faz nas igrejas cristãs, em sua interpretação errônea de admoestações do Evangelho.
Eu mesmo sou um indignado por natureza, e tento me expressar da melhor maneira possível, especialmente no meu blog, que é um de meus refúgios. Outro refúgio é minha própria casa, onde minha esposa e eu filosofamos e resolvemos todos os problemas do mundo enquanto lanchamos na cozinha. Ela tem os mesmos valores que eu, e considera legítima a minha indignação.
O desafio para quem exerce a arte de discordar é múltiplo:
a) avaliar se as críticas refletem uma preocupação real ou se são fruto de motivações outras, como a soberba, a emulação e o espírito crítico;
b) manter a integridade entre o falar e o agir;
c) admitir que pode estar errado;
d) aceitar, ele mesmo, as críticas que virão;
e) fazer algo positivo na vida, em vez de tão-somente apontar o erro dos outros;
f) tomar conhecimento do assunto antes de emitir opiniões;
g) estar seguro de que suas declarações partiram de reflexão, até para que possa sustentá-las no momento oportuno. Afinal, pessoas como nós de vez em quando são chamadas a dar explicações...
Obs.: O texto mencionado é o seguinte: Neurose cristã induzida: Um exame dos Paradoxos Pragmáticos e da fé cristã. Induced Christian neurosis- An examination of pragmatic paradoxes and the Christian faith.By: Watson, P.J.; Cohen, E.J.; Folbrecht, J. Tradutor: Adami A. Gabriel,Psicólogo Clínico. O leitor clica em Textos e publicações, e depois clica em Artigos. O artigo estará em ordem alfabética. Vale a pena ler.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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