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Palavra do leitor

A morte do jornalista

Poderia ter sido a morte de qualquer outra pessoa. Todos os dias morrem pessoas das mais diversas formas através de acidentes, doenças e homicídios. A morte tem sempre a mesma face e traz consigo o mesmo temor. A fumaça da morte se espalha no ar no acidente em que um helicóptero se chocou com um caminhão no Rodoanel. Poderia ter sido diferente, mas, na verdade, morte é sempre igual. Quero falar da morte e do que ela causa: os comentários, as opiniões, os prós e os contras, as advertências, o medo, as ocorrências e os fatos.

A morte do jornalista falante e famoso chocou o País e foi comentada em todos os meios de comunicação com vídeos e áudios de seus comentários, de suas opiniões, críticas e insinuações. Ricardo Boechat era muito famoso, muito ouvido e assistido e por muitos ele era querido. Mas a morte não vê isto e não tem medo de fama, nem de cara feia. A morte não vê, nem enxerga, não poupa ninguém por algum motivo ou razão. A morte ainda é um mistério que vai além do cemitério, além do adeus e das lágrimas. Um homem que falava tanto, sabia tanto, opinava tanto e era tão amado (e também odiado) nem ele escapou da morte.

A morte é um segredo, leva ateus e religiosos, políticos e trabalhadores, mulheres e crianças, atores e atletas, analfabetos e poetas. E desta vez ela levou o polêmico jornalista que falava e gesticulava, que discutia e reverberava. Eu o ouvi poucas vezes, parei de ouvi-lo desde uma discussão que ele travou ao vivo com um pastor e falou palavras que não se deve falar usando um meio de comunicação de massa. Por fim, deixei de assistir e de ver, mas ele continuou falando e opinando como grande comunicador que era. Era jornalista e ateu, mas sobretudo era um grande nome da comunicação.

No entrevero que ele teve com o pastor citou igrejas e crentes, falou mal de pastores e de ovelhas quebrando a ética jornalística. Mas ele foi aplaudido por muitos e a sua audiência só cresceu após esse episódio infeliz. Hoje eu me sento para escrever sobre o poder da morte, a sua força incontrolável, o seu pulso forte e a sua capacidade. Ela não escolhe, ou não poupa ninguém. Ela ainda é um mistério que só Deus conhece, afinal, para onde vai a pessoa após a morte? Ninguém voltou aqui para contar e se alguém voltou se esqueceu de como são as coisas do outro lado da vida. A Bíblia diz: "Aos homens está ordenado morrer uma vez vindo depois disto o juízo" (Hebreus 9.27). Juízo neste caso é ser confrontado, é dar conta do que fez aqui. Juízo é ser julgado, é se submeter ao julgamento das obras que se fez através do corpo. E isto vale para todas as pessoas.

Quem crê na Bíblia sabe o que é isto, entende que Jesus hoje é o nosso Advogado junto ao Pai e ele será o Juiz. Estas são as funções precípuas do Senhor Jesus. Hoje temos acesso a Deus através de Jesus, o nosso Advogado, o nosso Senhor. Mas haverá um dia em que ele julgará a todos. Às vezes eu me pego pensando nessas coisas e tento entender como será tudo isto. Para o homem isto é muito complicado, pois há pessoas que aos nossos olhos são boas, praticam boas obras e muitas delas nem falam palavrões, mas só Deus conhece aqueles que são salvos, aqueles que nasceram de novo, que abriram o coração para Jesus fazer morada.

Quando acontece um acidente como este, muitas pessoas ficam alarmadas, pois se trata de uma pessoa conhecida do grande público, mas para Deus a morte é sempre igual para todos, pois todos terão que dar conta de si um dia. Não vamos questionar, vamos confiar em Deus que sabe todas as coisas. A nós cabe entregar a vida a Jesus que derramou o seu sangue por nós - e ele cuidará de tudo e de todos.
Mogi Guaçu - SP
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