Palavra do leitor
- 28 de fevereiro de 2016
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A Missão segundo Judas
“Mas Judas Iscariótes, um dos seus seguidores, aquele que haveria de trair Jesus, disse: “Esse perfume valia uma fortuna. Deveria ser vendido, e o dinheiro dado aos pobres. ” ... Jesus respondeu: “Deixem Maria em paz. Ela fez isto como preparação para o meu sepultamento. Vocês sempre podem socorrer os pobres, porém Eu não estarei com vocês por muito tempo mais. ” A Bíblia Viva – João 12: 4 a 8
A Teologia da Libertação é descrita pelos seus proponentes como uma interpretação da fé cristã através do sofrimento dos pobres, sua luta e esperança, e uma crítica à sociedade e da fé católica e do cristianismo através dos olhos dos pobres, mas outros a descrevem como marxismo cristianizado.
Ouvi um pastor, que foi meu colega na Faculdade Teológica Batista, desses que estão na moda, enfatizando que a Igreja dele pratica a Missão Integral (ou na integra) e está administrando cerca de trinta e dois projetos (diretos e indiretos) de cunho social e socorro aos necessitados (pobres).
Se meu propósito fosse esculachar os paspalhos citados, eu diria que esses dois grupos estariam praticando a missão segundo Judas. Entretanto, não me parece o caso, não exatamente. Judas queria aparecer se fazendo passar por espiritual e sensível. Mas Jesus o contradisse imediatamente. Judas defendeu a hipótese que o ideal era ajudar os pobres, como missão prioritária.
Entretanto, Jesus rebaixou o cuidado aos pobres a um segundo plano sem descartar a hipótese, totalmente, apenas o fez momentaneamente, já que a pobreza será eterna. Antes, porém, expôs a tese do cristianismo “Eu não estarei sempre com vocês”.
A não ser que esses caras estejam querendo aparecer, seja lá por qual intenção, o desvio de propósito pode ser apenas mais um pequeno problema de hermenêutica, no que eles sempre se equivocam, não é novidade. Estudar não é o forte dos tolos.
O que estaria o Mestre querendo dizer com mais esse enigma: “Não estarei com vocês por muito tempo” ou “A mim nem sempre tendes”? Será uma menção ao fato de que só o teremos em nossas vidas finitas, ou ele estava se referindo à sua previsão de que em breve partiria dessa para melhor.
Se era assim, por que Ele, preocupado com toda a humanidade, do começo ao fim dela, se importaria em fazer tal advertência ou lembrete? Será que ele, com aqueles lampejos proféticos que o caracterizaram, estaria prevendo que o diabo (ou seja lá quem administre o mal) usaria de tais expedientes (além de todos os outros –sexo, dinheiro e poder-) para desviar os cristãos do alvo?
Só para colocar mais lenha na fogueira, Jesus legou, com pompa e circunstância, uma missão a seus seguidores, aquela de enviá-los a fazer discípulos e ensiná-los com tudo que dele aprendemos, em nosso caminho ou perambulação nessa vida. Fez isso, sem esquecer de recomendar “dê a quem lhe pede”, ou seja, os pobres, sempre presentes em nossa caminhada, quando não os somos nós mesmos.
A missão legada por Jesus não é auspiciosa para quem tenha outros objetivos de vida. Mas para aqueles portadores da vocação celestial é tudo, a grande abstração e êxtase, a razão única. Entretanto, não tenha dúvidas, a missão é eminentemente espiritual. Quem está nessa senda será visto celebrando a disciplina, não por obrigação, mas por resignação e fé. Um livro a ser citado agora, sem dúvida, é “A Celebração da Disciplina” do Richard J. Foster ou se você for como eu, mais atrevido, indico “O Céu Começa em você” de Anselm Grun.
Há muito que muitos dos nossos pastores, por exemplo, se entediaram com a missão. Aos poucos, foram trocando as disciplinas pelo púlpito, onde havia alguma visibilidade com notoriedade, para começo de conversa. Mais à frente, o púlpito já não bastava e eles começaram a descer dali para outros voos. Hoje há pastores em todos os lugares, das casas do fazer política às casas de prostituição, passando pelas confrarias satânicas e clubes de bilhar. Discípulos foram rebaixados a contribuintes e os pobres em projetos de captação de recursos.
Em outras palavras, a missão cristã é, cem por cento, espiritual, repito. Eu exemplifiquei com os pastores, mas isso diz respeito a todos nós que confessamos essa fé. Ninguém está dizendo que os pobres devam ser abandonados, nem eu e muito menos Jesus Cristo. Só estamos dizendo que embora isso seja relevante, não é o mais importante. Como diria o Mestre, faça isso e jamais abandone a vida espiritual como prioritária e muito menos a Jesus, pois Ele nem sempre estará por aqui.
A Igreja tem salvação sim, e a resposta é muito simples: resgatar a espiritualidade e privilegiar o estar com Jesus de Nazaré. Os fieis praticando as disciplinas (Meditação, Oração, Jejum, estudo, simplicidade, solitude, submissão, serviço, confissão, adoração, orientação, celebração) e os templos de volta como casas de oração somente, sem o mercado. Sem isso, nossa Missão será só a missão preconizada por Judas Iscariótes, muito diferente da Missão dada por Jesus Cristo.
E não esqueça, Ele não estará conosco muito tempo mais.
A Teologia da Libertação é descrita pelos seus proponentes como uma interpretação da fé cristã através do sofrimento dos pobres, sua luta e esperança, e uma crítica à sociedade e da fé católica e do cristianismo através dos olhos dos pobres, mas outros a descrevem como marxismo cristianizado.
Ouvi um pastor, que foi meu colega na Faculdade Teológica Batista, desses que estão na moda, enfatizando que a Igreja dele pratica a Missão Integral (ou na integra) e está administrando cerca de trinta e dois projetos (diretos e indiretos) de cunho social e socorro aos necessitados (pobres).
Se meu propósito fosse esculachar os paspalhos citados, eu diria que esses dois grupos estariam praticando a missão segundo Judas. Entretanto, não me parece o caso, não exatamente. Judas queria aparecer se fazendo passar por espiritual e sensível. Mas Jesus o contradisse imediatamente. Judas defendeu a hipótese que o ideal era ajudar os pobres, como missão prioritária.
Entretanto, Jesus rebaixou o cuidado aos pobres a um segundo plano sem descartar a hipótese, totalmente, apenas o fez momentaneamente, já que a pobreza será eterna. Antes, porém, expôs a tese do cristianismo “Eu não estarei sempre com vocês”.
A não ser que esses caras estejam querendo aparecer, seja lá por qual intenção, o desvio de propósito pode ser apenas mais um pequeno problema de hermenêutica, no que eles sempre se equivocam, não é novidade. Estudar não é o forte dos tolos.
O que estaria o Mestre querendo dizer com mais esse enigma: “Não estarei com vocês por muito tempo” ou “A mim nem sempre tendes”? Será uma menção ao fato de que só o teremos em nossas vidas finitas, ou ele estava se referindo à sua previsão de que em breve partiria dessa para melhor.
Se era assim, por que Ele, preocupado com toda a humanidade, do começo ao fim dela, se importaria em fazer tal advertência ou lembrete? Será que ele, com aqueles lampejos proféticos que o caracterizaram, estaria prevendo que o diabo (ou seja lá quem administre o mal) usaria de tais expedientes (além de todos os outros –sexo, dinheiro e poder-) para desviar os cristãos do alvo?
Só para colocar mais lenha na fogueira, Jesus legou, com pompa e circunstância, uma missão a seus seguidores, aquela de enviá-los a fazer discípulos e ensiná-los com tudo que dele aprendemos, em nosso caminho ou perambulação nessa vida. Fez isso, sem esquecer de recomendar “dê a quem lhe pede”, ou seja, os pobres, sempre presentes em nossa caminhada, quando não os somos nós mesmos.
A missão legada por Jesus não é auspiciosa para quem tenha outros objetivos de vida. Mas para aqueles portadores da vocação celestial é tudo, a grande abstração e êxtase, a razão única. Entretanto, não tenha dúvidas, a missão é eminentemente espiritual. Quem está nessa senda será visto celebrando a disciplina, não por obrigação, mas por resignação e fé. Um livro a ser citado agora, sem dúvida, é “A Celebração da Disciplina” do Richard J. Foster ou se você for como eu, mais atrevido, indico “O Céu Começa em você” de Anselm Grun.
Há muito que muitos dos nossos pastores, por exemplo, se entediaram com a missão. Aos poucos, foram trocando as disciplinas pelo púlpito, onde havia alguma visibilidade com notoriedade, para começo de conversa. Mais à frente, o púlpito já não bastava e eles começaram a descer dali para outros voos. Hoje há pastores em todos os lugares, das casas do fazer política às casas de prostituição, passando pelas confrarias satânicas e clubes de bilhar. Discípulos foram rebaixados a contribuintes e os pobres em projetos de captação de recursos.
Em outras palavras, a missão cristã é, cem por cento, espiritual, repito. Eu exemplifiquei com os pastores, mas isso diz respeito a todos nós que confessamos essa fé. Ninguém está dizendo que os pobres devam ser abandonados, nem eu e muito menos Jesus Cristo. Só estamos dizendo que embora isso seja relevante, não é o mais importante. Como diria o Mestre, faça isso e jamais abandone a vida espiritual como prioritária e muito menos a Jesus, pois Ele nem sempre estará por aqui.
A Igreja tem salvação sim, e a resposta é muito simples: resgatar a espiritualidade e privilegiar o estar com Jesus de Nazaré. Os fieis praticando as disciplinas (Meditação, Oração, Jejum, estudo, simplicidade, solitude, submissão, serviço, confissão, adoração, orientação, celebração) e os templos de volta como casas de oração somente, sem o mercado. Sem isso, nossa Missão será só a missão preconizada por Judas Iscariótes, muito diferente da Missão dada por Jesus Cristo.
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