Palavra do leitor
- 20 de abril de 2020
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A Igreja que não tinha igreja
Não sei se todos sabem, mas a primeira, segunda e terceira geração de discípulos não tinham templos para promoverem reuniões de celebração a Deus como fazemos hoje. Os primitivos da fé cristã eram uma Igreja sem igreja. Porém os mais atentos podem questionar essa afirmação citando Atos 2.46 que diz: "E, perseverando unânimes todos os dias no templo…" Certo, mas esse templo mencionado por Lucas não é um templo cristão (Igreja), mas o templo dos judeus situado em Jerusalém, construído por Salomão, reconstruído por Zorobabel e reformado por Herodes, o Grande. Os discípulos do século 1, residentes em Jerusalém faziam uso de uma parte do templo judaico para oração, como nos informa Lucas (Atos 3).
Mas essa relação da Igreja Primitiva com o templo judeu não demorou muito. Duas são as explicações: 1) Lucas afirma que após a morte de Estevão foi iniciada uma severa perseguição aos discípulos que estavam em Jerusalém (Atos 8.1). Pela perseguição e hostilidade dos líderes judaicos, os discípulos deixaram de fazer uso do templo. 2) Outro fator foi sua destruição. No ano 70 d.C, com a invasão do exército romano em Jerusalém, liderado pelo general Tito, os judeus foram massacrados e o templo foi destruído, cumprindo assim a profecia de Jesus: "Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada". Mateus 24.2
Mas o que se percebe nessa relação Igreja/Templo, é que não ter um lugar separado para cultos não incomodava os discípulos, eles tinham as casas. Nunca foram reféns de um templo como nos informa Lucas: "E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração…" Atos 2.46. Nossos irmãos primitivos viam suas casas como espaços para adoração, comunhão e ensino das verdades de Cristo.
As descobertas arqueológicas confirmam que os lugares dedicados especificamente ao culto (Templos Cristãos) é posterior a metade do terceiro século. A igreja mais antiga descoberta até agora é a de Dura-Europos, que data aproximadamente do ano 270. Mesmo assim, essa igreja não passa de uma pequena casa, com uma decoração muito simples, em nada se comparando aos templos de hoje. O historiador cubano Justo González afirma que até o século IV os cristãos se reuniam para adorar em casas particulares. Depois começaram a se reunir também em cemitérios, como as catacumbas romanas. Só no governo de Constantino e seus sucessores que templos luxuosos passaram a ser construídos.
Dessa forma a igreja primitiva permaneceu por séculos sem templos, mas isso não os impediu de viver uma vida cheia do Espírito Santo, de deixar um legado de fé, triunfo e comunhão com o Senhor. Hoje temos muitos templos (até de mais) e todos reconhecemos o valor deles na fé cristã, o estar junto para promoção da comunhão, adoração e edificação é à vontade Deus para seu povo. O que não é a vontade de Deus é uma dependência do mesmo, fé templista. A igreja primitiva não tinha templo, mas tinha vida. Hoje temos muitos templos e talvez pouca vida.
Pr. Weslei Pinha
Mas essa relação da Igreja Primitiva com o templo judeu não demorou muito. Duas são as explicações: 1) Lucas afirma que após a morte de Estevão foi iniciada uma severa perseguição aos discípulos que estavam em Jerusalém (Atos 8.1). Pela perseguição e hostilidade dos líderes judaicos, os discípulos deixaram de fazer uso do templo. 2) Outro fator foi sua destruição. No ano 70 d.C, com a invasão do exército romano em Jerusalém, liderado pelo general Tito, os judeus foram massacrados e o templo foi destruído, cumprindo assim a profecia de Jesus: "Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada". Mateus 24.2
Mas o que se percebe nessa relação Igreja/Templo, é que não ter um lugar separado para cultos não incomodava os discípulos, eles tinham as casas. Nunca foram reféns de um templo como nos informa Lucas: "E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração…" Atos 2.46. Nossos irmãos primitivos viam suas casas como espaços para adoração, comunhão e ensino das verdades de Cristo.
As descobertas arqueológicas confirmam que os lugares dedicados especificamente ao culto (Templos Cristãos) é posterior a metade do terceiro século. A igreja mais antiga descoberta até agora é a de Dura-Europos, que data aproximadamente do ano 270. Mesmo assim, essa igreja não passa de uma pequena casa, com uma decoração muito simples, em nada se comparando aos templos de hoje. O historiador cubano Justo González afirma que até o século IV os cristãos se reuniam para adorar em casas particulares. Depois começaram a se reunir também em cemitérios, como as catacumbas romanas. Só no governo de Constantino e seus sucessores que templos luxuosos passaram a ser construídos.
Dessa forma a igreja primitiva permaneceu por séculos sem templos, mas isso não os impediu de viver uma vida cheia do Espírito Santo, de deixar um legado de fé, triunfo e comunhão com o Senhor. Hoje temos muitos templos (até de mais) e todos reconhecemos o valor deles na fé cristã, o estar junto para promoção da comunhão, adoração e edificação é à vontade Deus para seu povo. O que não é a vontade de Deus é uma dependência do mesmo, fé templista. A igreja primitiva não tinha templo, mas tinha vida. Hoje temos muitos templos e talvez pouca vida.
Pr. Weslei Pinha
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