Palavra do leitor
- 05 de novembro de 2012
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A igreja e os seus feridos
Vou sair do meu usual tratamento na 1ª pessoa do plural [nós], e usar a 1ª pessoa do singular, o abominável, o detestável “eu” [ego].
O meu mestre de português, Professor Augusto Gotardelo, Instituto Granbery, aconselhava o “nós por modéstia”.
O “eu” é porque estou me incluindo, entre outros, no rol dos cristãos que inobservam a orientação do Senhor Jesus quanto ao procedimento a adotar em relação àqueles que nos ofendem.
Um bispo de uma Igreja na qual servimos por uns 12 anos, dizia: “A igreja é o único exército que mata os seus feridos!” (sic).
À época, cá com os meus botões, discordava disso, pois vejo a Igreja como uma extensão do Amor de Deus [Ágape], embora não possa negar que existam situações inimagináveis que ocorrem dentro de uma igreja.
Tenho que, pela experiência de quase 60 anos exercendo liderança na Casa de Deus, reconhecer casos inúmeros de pessoas que passaram por problemas e não foram assistidas pelos pastores, pelos diáconos, pelos presidentes ou coordenadores de ministérios, pelos membros da comunidade.
Temos [eu e todos os citados] que reconhecer e confessar os nossos erros, os nossos pecados, e pedir perdão por eles.
Um exército, em guerra, e a vida cristã é uma luta constante contra os ataques de satanás e seus “anjos” [demônios]; esse exército secular, em guerra, acolhe os seus feridos e os cuida, os sara, ou pelo menos envida o maior de seus esforços no sentido de restaurar a saúde, a vida do soldado atingido por petardos do exército inimigo.
Em 1984, nós [eu, minha esposa, e outros casais] fizemos um trabalho de intensa visitação aos membros afastados da igreja; a Deus todo o louvor, toda a honra e toda a glória por esse trabalho feito por Ele, tendo-nos como instrumentos.
A grande maioria, dos afastados que visitamos, não havia se transferido para nenhuma outra igreja; eles simplesmente deixaram de congregar porque tinham mágoas, feridas não saradas, queixas, ressentimentos [ninguém os visitou].
O Censo, hoje, mostra que o segmento religioso que mais cresce é o dos “sem igreja”, justamente os que se afastaram.
Diziam os visitados, e com razão: “tive fome, e não me destes de comer”; “tive sede, e não me destes de beber”; “era forasteiro, e não me hospedastes”; “estava nu, e não me vestistes”; “estava enfermo, e não me visitastes”; “estava preso, e não me fostes ver” (Mt 25 42-43).
As alegações não eram exatamente essas, mas bem parecidas com o texto bíblico em que o Senhor Jesus, se referindo à sua 2ª vinda, separa os não arrebatados uns dos outros: os que fizeram boas obras aos seus pequeninos irmãos [judeus perseguidos na Grande Tribulação] e os que nada fizeram.
Em 2002, passamos [eu e minha esposa] por um procedimento nem um pouco justo, constrangedor, no qual uma pessoa de caráter degenerado, embora dissimulasse bem a sua real situação, envenenou o coração da liderança contra nós com calúnias, infâmias, difamações, coisas que não fizéramos e nem sequer havíamos pensado; não tivemos como nos defender.
Pedimos perdão pelo que não fizemos; não atendidos, voltamos para o nosso berço espiritual.
“Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8 28). Foi o que ocorreu!
O Senhor Jesus orienta (4 vezes), claramente, o modo de agir para situações dessa natureza, ou seja, quando um cristão está magoado com um irmão, um líder, ou com a Igreja:
1. “Se teu irmão pecar [contra ti],vai arguí-lo, entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize à igreja; e se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.” (Mt 18 15-17). Isso não é feito hoje!
2. Diz Ele ainda ao ensinar o “Pai nosso” [Oração do Senhor]: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos [assim como nós temos - é a ênfase] perdoado aos nossos devedores” (Mt 6 12).
3. Após o teor da oração, Ele acrescenta: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (v. 14-15).
4. Ele disse: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta [não só financeira, mas de vida], ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta. Entra em acordo sem demora com o seu adversário, enquanto estás com ele e a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão [inferno]” (Mt. 5 23-25). Aqui é o ofendido quem pede perdão.
Não é o autor deste texto quem está impondo perdição eterna para quem não perdoa, mas, sim, o próprio Salvador, o Senhor Jesus! Se somos cristãos [seguidores de Cristo], temos que perdoar tudo e esquecer.
O meu mestre de português, Professor Augusto Gotardelo, Instituto Granbery, aconselhava o “nós por modéstia”.
O “eu” é porque estou me incluindo, entre outros, no rol dos cristãos que inobservam a orientação do Senhor Jesus quanto ao procedimento a adotar em relação àqueles que nos ofendem.
Um bispo de uma Igreja na qual servimos por uns 12 anos, dizia: “A igreja é o único exército que mata os seus feridos!” (sic).
À época, cá com os meus botões, discordava disso, pois vejo a Igreja como uma extensão do Amor de Deus [Ágape], embora não possa negar que existam situações inimagináveis que ocorrem dentro de uma igreja.
Tenho que, pela experiência de quase 60 anos exercendo liderança na Casa de Deus, reconhecer casos inúmeros de pessoas que passaram por problemas e não foram assistidas pelos pastores, pelos diáconos, pelos presidentes ou coordenadores de ministérios, pelos membros da comunidade.
Temos [eu e todos os citados] que reconhecer e confessar os nossos erros, os nossos pecados, e pedir perdão por eles.
Um exército, em guerra, e a vida cristã é uma luta constante contra os ataques de satanás e seus “anjos” [demônios]; esse exército secular, em guerra, acolhe os seus feridos e os cuida, os sara, ou pelo menos envida o maior de seus esforços no sentido de restaurar a saúde, a vida do soldado atingido por petardos do exército inimigo.
Em 1984, nós [eu, minha esposa, e outros casais] fizemos um trabalho de intensa visitação aos membros afastados da igreja; a Deus todo o louvor, toda a honra e toda a glória por esse trabalho feito por Ele, tendo-nos como instrumentos.
A grande maioria, dos afastados que visitamos, não havia se transferido para nenhuma outra igreja; eles simplesmente deixaram de congregar porque tinham mágoas, feridas não saradas, queixas, ressentimentos [ninguém os visitou].
O Censo, hoje, mostra que o segmento religioso que mais cresce é o dos “sem igreja”, justamente os que se afastaram.
Diziam os visitados, e com razão: “tive fome, e não me destes de comer”; “tive sede, e não me destes de beber”; “era forasteiro, e não me hospedastes”; “estava nu, e não me vestistes”; “estava enfermo, e não me visitastes”; “estava preso, e não me fostes ver” (Mt 25 42-43).
As alegações não eram exatamente essas, mas bem parecidas com o texto bíblico em que o Senhor Jesus, se referindo à sua 2ª vinda, separa os não arrebatados uns dos outros: os que fizeram boas obras aos seus pequeninos irmãos [judeus perseguidos na Grande Tribulação] e os que nada fizeram.
Em 2002, passamos [eu e minha esposa] por um procedimento nem um pouco justo, constrangedor, no qual uma pessoa de caráter degenerado, embora dissimulasse bem a sua real situação, envenenou o coração da liderança contra nós com calúnias, infâmias, difamações, coisas que não fizéramos e nem sequer havíamos pensado; não tivemos como nos defender.
Pedimos perdão pelo que não fizemos; não atendidos, voltamos para o nosso berço espiritual.
“Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8 28). Foi o que ocorreu!
O Senhor Jesus orienta (4 vezes), claramente, o modo de agir para situações dessa natureza, ou seja, quando um cristão está magoado com um irmão, um líder, ou com a Igreja:
1. “Se teu irmão pecar [contra ti],vai arguí-lo, entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize à igreja; e se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.” (Mt 18 15-17). Isso não é feito hoje!
2. Diz Ele ainda ao ensinar o “Pai nosso” [Oração do Senhor]: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos [assim como nós temos - é a ênfase] perdoado aos nossos devedores” (Mt 6 12).
3. Após o teor da oração, Ele acrescenta: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (v. 14-15).
4. Ele disse: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta [não só financeira, mas de vida], ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta. Entra em acordo sem demora com o seu adversário, enquanto estás com ele e a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão [inferno]” (Mt. 5 23-25). Aqui é o ofendido quem pede perdão.
Não é o autor deste texto quem está impondo perdição eterna para quem não perdoa, mas, sim, o próprio Salvador, o Senhor Jesus! Se somos cristãos [seguidores de Cristo], temos que perdoar tudo e esquecer.
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