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Palavra do leitor

A Igreja e as Redes Sociais. Sociais?

Há muito tempo o fenômeno das redes sociais tem chamado a atenção de pais, conselheiros familiares, educadores, psicólogos, sociólogos e teólogos ao redor do mundo inteiro. Expressões como Facebook, Twitter, MySpace, Linkedin, YouTube, Google+, por exemplo, e até o já "ultrapassado" Orkut, fazem parte não só do vocabulário, mas do cotidiano indispensável da vida de milhões de pessoas. Minha crítica não é concentrada nessas ferramentas em si, mas na maneira como elas estão sendo utilizadas, principalmente pelas crianças, adolescentes e jovens.

Na vanguarda de toda essa interatividade virtual está o Facebook. Segundo o site da revista Veja, a rede social criada em 2004 alcançou, em março deste ano, a marca de 901 milhões de usuários ativos (pessoas cadastradas que acessaram o serviço ao menos uma vez no mês) – um acréscimo de 41% em relação ao mesmo período de 2011 (680 milhões). O Facebook aproxima, assim, da marca de 1 bilhão de pessoas conectadas em todo o mundo e no Brasil, o número de cadastrados caminha para a casa dos 50 milhões.

De acordo com o pastor Sandro Baggio, em artigo para a revista Lar Cristão, "O principal atrativo que as redes sociais oferecem é a facilidade de conexão entre pessoas distantes e a reaproximação de amigos e conhecidos. Além disso, elas servem para troca de informações, opiniões, discussões, denúncias, propostas de namoro e emprego, mobilização para causas, protestos, promoção de eventos, álbuns fotográficos, músicas, vídeos, etc.". Algumas empresas norte-americanas vêm usando as redes sociais na seleção de seus funcionários e talvez essa prática dentro em breve chegará ao Brasil.Não há como negar as vantagens encontradas e as descobertas que são realizadas, mas também não há como negar a quantidade exagerada de lixo e futilidade que são produzidos instantaneamente.

Sabemos que nem todos curtem a ideia das redes sociais e há sérias justificativas para isso. Há muitos riscos que as pessoas enfrentam quando deixam-se envolver por esse fascínio impregnado na sociedade moderna. A demasiada exposição de dados pessoais e familiares; o acesso a conteúdos impróprios, presente em toda a internet; o abuso no uso da imagem alheia, através de denúncias infundadas e preconceituosas; o assédio on-line promovido pelos hackers sexuais; etc., são apenas alguns dos muitos perigos causados pelo mau uso das redes sociais. Elas podem promover como denegrir uma pessoa ou instituição em fração de segundos. O que se posta fica marcado para sempre. Já soube de casamentos sendo destruídos, pessoas e famílias inteiras sendo afastadas umas das outras, igrejas e pastores entrando em rota de colisão por causa do uso indiscrimidado e inconsequente das redes sociais. Geralmente quando uma mensagem,foto ou vídeo são publidados, imediatamente surgem comentários maliciosos e inconvenientes de alguem "anônimo", mas que na verdade não é tão anônimo assim. Muitos se camuflam e mostram quem realmente são quando agem dessa maneira.

Você sabe quais são as duas maiores preocupações da geração das redes sociais? Ficarem sem conexão ou não serem aceitas nem "curtidas". Todos buscam seguidores e anseiam por amizades imaginárias - pura ilusão. Milhões de pessoas perdem tempos preciosos conectadas ao mundo virtual e no entanto, no mundo real, permanecem distantes e isoladas umas das outras. É a epidemia da solidão que se desenvolve silenciosa e compulsivamente.

E o que a igreja tem a ver com isso? Como esperança para este mundo e seus anseios, precisamos resgatar e promover o encontro real em ambientes saudáveis e acolhedores, a começar dentro de casa, do lugar que chamamos de "lar" - da mesma raiz de "lareira" - lugar que aquece não só corpos, mas também corações e sentimentos. Igreja, seja em casa ou no templo, é lugar da família reunida. Igreja é lugar de vida, de comunhão, de abraço e de sorriso. Na igreja, Corpo de Cristo, somos aceitos e permanecemos conectados à Videira, que é Jesus, e o melhor: não corremos o risco de sermos deletados nem excluídos.
Rio De Janeiro - RJ
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