Palavra do leitor
- 22 de agosto de 2008
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A Igreja como serva do mundo
Com a institucionalização da fé, isto tendo no governador romano Flavius Valerius Constantinus (306 -- 337 a.D.) em seu principal articulador. O espaço geográfico da ação da Igreja no mundo foi reduzido, drasticamente, ao espaço institucional, o lugar sagrado tornou-se as catedrais, e Igreja deixou de ser gente, para ser instituição. Hoje, a igreja evangélica sustentada na denominacionalidade, tem a sua espiritualidade no seu espaço denominacional, que é o espaço de um edifício, onde tudo acontece, esta espiritualidade prossegue onde a denominação pode ir, com seus braços e pernas, o mais grave é que, o espiritual, é aquilo que é exercido neste raio de ação da instituição. Os ministérios, dons e talentos passam a ser instrumentos manejados nesta esfera da existência humana, seguindo a dramática realidade do sagrado e do secular. Neste perigoso universo institucional, os membros institucionais passam a viver uma dicotomia perigosa, exercem uma espiritualidade florida nos guetos das igrejas e saem desses guetos denominacionais para viverem relaxadamente, aprovando e experimentando uma vida distante da ética cristã. Quando se lê Mateus 20.28 “tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. Percebe-se, nas palavras de Jesus, o propósito para a caminhada da sua Igreja neste mundo. Portanto, a Igreja de Cristo é e sempre será constituída de gente, Igreja que é o corpo de Cristo, e cada discípulo de Cristo, membro do Corpo. Ser membro de denominação, não traz sobre si, nenhum diferencial em si mesmo, até porque a igreja evangélica ou católica romana não são detentoras da salvação, a salvação está em Cristo, Cristo que dá vida (porque Ele é a vida) e vive na Igreja, para que esta prossiga o seu ministério neste mundo. Sendo assim, um instrumento de Deus para servir este mundo em caos, o próprio Jesus diz: “Que não veio para ser servido, mas para servir...” Por isso é que quando Jesus está ensinando no sermão do monte em Mateus 5.1-11, onde nos fala das bem-aventuranças, ele fala do caráter do discípulo, e logo em seguida fala da missão do discípulo, missão, esta que é possível, porque ele (discípulo) é. “Vós sois o sal da terra...” Mateus 5.13 e “Vós sois a luz do mundo...” Mateus 14a, em ambas as figuras percebemos que somos chamados para servir. O exercício da fé não está condicionado às manifestações, tão somente nas reuniões comunitárias, mas no exercício de cada membro do corpo de Cristo, que é a Igreja, neste mundo. Sendo assim, ser espiritual não está condicionado a fazer algo “espiritual”, ou, realizar coisas sob a égide denominacional, como ensinam as igrejas. Ser espiritual é nascer do Espírito Santo, é experimentar a morte de Cristo na cruz, e experimentar a sua ressurreição dia a dia, como diz 1 Pedro 2.5 “...sois edificados casa espiritual...”. As denominações quando muito, servem como abrigo para o usufruto da Igreja de Cristo experimentar a comunhão, a edificação e o amor uns com outros e com a humanidade. Na perspectiva bíblica tudo que somos e tudo que fazemos deve ser para a glória de Deus “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” 1 Coríntios 10.31. O discípulo de Cristo, vive, para servir ao Senhor, e o seu Senhor veio não para ser servido, mas para servir ao mundo. Portanto, não há distinção; tudo que faço é espiritual, é culto oferecido ao meu Senhor, no serviço ao meu próximo. A recomendação de Paulo é “Servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens” Efésios 6.7. Biblicamente, não há diferença entre o serviço de pastor, e o serviço de pedreiro, ambos podem ou não estar fazendo algo espiritual. Ouvimos muito a seguinte pergunta: O que você faz na igreja? E muitas vezes a resposta, é: nada, ou simplesmente, sou intercessor, participo do louvor, etc, A perspectiva é sempre do ministério que é exercido no gueto institucional. Porém, biblicamente, a perspectiva é: Qual seu ministério na Igreja? A resposta deveria ser: sou gari do Senhor servindo ao mundo, Sou padeiro do Senhor servindo ao mundo, sou médico do Senhor servindo ao mundo, sou dona de casa do Senhor servindo á minha família, etc. Esta verdade bíblica nos libertaria desta dicotomia doentia, de viver uma vida muitas vezes dupla, porque nós vivemos o que cremos, e se você crer errado acerca deste assunto, certamente viverá errado, como diversos casos de piores funcionários e que são chamados evangélicos ou católicos. Todavia, como discípulo de Cristo, devemos viver ministerialmente neste mundo, sendo instrumentos Dele e para Ele, entendendo que tudo quanto fazemos é um ato espiritual a Deus. Que Deus nos dê uma perspectiva correta do serviço cristão.
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