Palavra do leitor
- 18 de abril de 2017
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A guarida submersa
Era uma tarde daquelas em que se podia ir ao cinema e assistir o filme que marcaria a adolescência: Outubro Vermelho, o temível submarino de mísseis balísticos da União Soviética zarpou numa manhã fria e nunca mais foi visto. A cena marcante ocorreu a bordo de um submarino yankee: Courtney Bernard Vance, atuando como o técnico de sonar Ronald Jones, responde ao capitão Bart Mancuso, interpretado por Scott Glenn: "... agora que eu sei o que é para ouvir..." Foi a frase predileta naquele início dos anos noventa, aurora da mocidade, do ainda menino que via a muitos como irmãos em Cristo. Voltando para casa, refletindo sobre o filme e sobre os crentes, chocou-se ao perceber que nem todas as pessoas são fraternais; manteve o anelo de rastrear outros corações.
Na telona, quando Jones identificou o ruído que há muito perseguia, como sendo de um submarino, a satisfação aliou-se à gana de expor o embusteiro. Capitão Mancuso reconheceu a qualidade de seu tripulante e todos descobriram, com a chegada de Ryan, escritor a serviço da CIA, vivido por Alec Baldwin, que os russos apenas queriam desertar. Na vida real, quando o moço soube que a internet só existia no primeiro mundo, nela não imaginava com que personagens teria que lidar. Falando em realidade, um ardiloso e subversivo opositor na rede o faria lembrar-se do USS Dallas. Como soube a duros golpes o que é para ouvir, identificou seu oponente: um autoproclamado ombudsman da visão cristã ampliada. Fazer o quê? Navegar é preciso, viver não é preciso (*).
Passado o tempo percebeu que o perito da retórica religiosa, sentiu-se no dever de destruir, a seu talante, o que julga boçalidades evangelicais. A caçada ainda perdura, regada a uma evocação às avessas do advocatus diaboli. Mas o "rapaz", como é tratado com desdém, não deseja concorrer ao palco. Ao contrário, viu a miséria dos fartos e a estultícia calcinada dos sábios. Refletiu sobre João Batista¹, o maior na terra e menor no Reino. Enquanto Paulo, o apóstolo, diz que a Igreja² é a coluna e baluarte da verdade o antítipo da sacra oratória, ainda camuflada, insiste em patentear e assumir a verdade. O neófito, outro tratamento dado pelo antagonista, relaciona a vilania à lição de moral do Red October, de Tom Clancy, onde os personagens russos negociaram asilo liquidando-o com um bem que não era deles.
(*) "... uma sentença sobre a condição do homem..." (Rainer Sousa, Brasil Escola, sobre a frase de Fernando Pessoa). 1) Mateus 11:11, 2) 1Timóteo 3:15
Na telona, quando Jones identificou o ruído que há muito perseguia, como sendo de um submarino, a satisfação aliou-se à gana de expor o embusteiro. Capitão Mancuso reconheceu a qualidade de seu tripulante e todos descobriram, com a chegada de Ryan, escritor a serviço da CIA, vivido por Alec Baldwin, que os russos apenas queriam desertar. Na vida real, quando o moço soube que a internet só existia no primeiro mundo, nela não imaginava com que personagens teria que lidar. Falando em realidade, um ardiloso e subversivo opositor na rede o faria lembrar-se do USS Dallas. Como soube a duros golpes o que é para ouvir, identificou seu oponente: um autoproclamado ombudsman da visão cristã ampliada. Fazer o quê? Navegar é preciso, viver não é preciso (*).
Passado o tempo percebeu que o perito da retórica religiosa, sentiu-se no dever de destruir, a seu talante, o que julga boçalidades evangelicais. A caçada ainda perdura, regada a uma evocação às avessas do advocatus diaboli. Mas o "rapaz", como é tratado com desdém, não deseja concorrer ao palco. Ao contrário, viu a miséria dos fartos e a estultícia calcinada dos sábios. Refletiu sobre João Batista¹, o maior na terra e menor no Reino. Enquanto Paulo, o apóstolo, diz que a Igreja² é a coluna e baluarte da verdade o antítipo da sacra oratória, ainda camuflada, insiste em patentear e assumir a verdade. O neófito, outro tratamento dado pelo antagonista, relaciona a vilania à lição de moral do Red October, de Tom Clancy, onde os personagens russos negociaram asilo liquidando-o com um bem que não era deles.
(*) "... uma sentença sobre a condição do homem..." (Rainer Sousa, Brasil Escola, sobre a frase de Fernando Pessoa). 1) Mateus 11:11, 2) 1Timóteo 3:15
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