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Palavra do leitor

A Glória se foi, mas ninguém sabe!

A bíblia relata os enredos de um homem cheio da glória ou da presença singular de Deus. De certo, despertou e desperta nas pessoas as mais diversas posturas de reavivarem sua fé. Sem hesitar, os acontecimentos vivenciados por esse homem são estupendos e até hoje considerado por muitos, com uma importância sem precedentes na história de um povo e da humanidade. 

Falo de um homem chamado – ‘’Moisés’’, protagonista das mais intensas e impactantes intervenções do Deus que disse, quando indagado sobre quem era (Eu sou o que sou), ao qual levou o, então, cativo povo hebreu, a mais de quatrocentos anos no Egito, na condição de escravos, a uma libertação colossal. Não há como negar as dez pragas, a passagem pelo mar vermelho, a provisão no deserto e outros episódios que apontavam para a glória de Deus, ao qual perpassava pela vida de Moisés e acarretava benesses ao denominado povo escolhido.

Agora, indo ao texto de Êxodo 33. 19 a 23, encontramos o retrato de esvair da glória, do arrefecer da crença e de uma tentativa de Moisés de evitar, a todo e qualquer custo, a condição de as pessoas perceberem isso. Para tanto, colocou um véu no rosto e, de tal modo, pudesse aparentar o alumiar da divindade, em sua existência. Valho – me de uma expressão coloquial, sem a intenção de descambar para a vulgaridade, - ‘’sair bem na foto’’. Afinal de contas, qual seria a reação das pessoas, caso percebe respectiva situação?

Ora, por vezes, não estamos em idêntica situação, como se a glória de Deus tivesse esvaído de nossa vida, ido embora, escoado ladeira abaixo, desaparecido, nos abandonado e outros termos voltados a demonstrar um estado de aparente abismo?
Nesses momentos, adentramos na periculosa via de manter as aparências, mascarar uma espiritualidade sem sabor, sem viço, sem docilidade, sem ânimo e, enfim, maquiar – nos com uma irreal intimidade com Deus. Para isso, muitos buscam no ativismo o paliativo adequado; já outros se lançam em movimentos propagadores de uma renovação fenomenal e, lá no fim, tão somente, alastram sua sequidão.

Infelizmente, nos arraiais evangélicos, acabamos presos pela armadilha de uma vetusta e conhecidíssima frase:

- O que vão pensar de mim?

De imediato, sentimo – nos inclinados a não enfrentar a sequidão, a ausência de renovo e, por consequência, começamos a nos valer de artifícios, de interpretações espirituais mais compromissadas a atender protocolos eclesiásticos, ao invés de nos levar a um recomeçar sério e sincero. Ah, não poderia deixar de falar das interpretações místicas falseadas (revelações, profecias, dons de línguas e outras experiências tidas como sobrenaturais, mas na mais pura verdade, não passa de uma tentativa de tampar o sol com a peneira e pode até engodar todos, com exceção de si mesmo).

Em outras palavras, é gente com uma face de laço estreito com Deus e, no interior de sua história, carrega um universo de conflitos e dúvidas. É a narrativa de gente que abre a bíblia e se vale da retórica para manter as aparências de homem de Deus. É a narrativa de gente que expressa uma vida de oração e jejum, mas sem qualquer misericórdia, paz, justiça e alegria. É a narrativa de gente que sorrir por sorrir, participar da comunhão por participar, cumpre os mandamentos como um ritualismo mórbido e chato. É a narrativa de gente que defende a família, a igreja, os valores cristãos; porém, caso pudesse, partia para o divórcio, para outra comunidade, para outras propostas e por ai vai.

De todas essas palavras, será correto reconhecer os momentos pelos quais perfazemos a trilha arrefecidos?

Digo isso, porque há momentos marcados por uma vida cristã desprovida de sentido, em que olhar para a Cruz não nos leva ao Cristo Ressurrecto, em que os nossos lábios mais se assemelham a uma caatinga, em que os nossos ouvidos parecem monturos de ideias mortas.

Nada mais nos impulsiona para o suscitar das boas notícias!

Sigo adiante, enfoco os cenários sem lenha, sem fogueira e, somente, nos deparamos com as cinzas de um período perdido na névoa enegrecida do passado, em que discipular, servir e confessar passam a ser um absurdo, uma imposição de homens e por ai vai.

Ao olharmos para Moisés, não podemos restringir ao episódio do véu, chegaremos o quanto esteve diante de situações de reveses, do desgaste na caminhada, das tempestades de areia, da solidão atordoadora, dos dedos acusadores. Acredito, piamente, Moisés teve a coragem para reconhecer as rachaduras, as infiltrações, parar e permitir o repor das energias, a abrir mão de não ser imune aos as ambiguidades e as tensões da vida.

Eis o desafio a ser assumido, por cada um de nós, desatar as cordas e ser levado, por meio do Espírito Santo, a um pulsar em direção a uma espiritualidade livre, aberta, franca e honesta para ser inundado pelas boas notícias de um Deus de recomeços e acertos.
São Paulo - SP
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