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Palavra do leitor

A fraqueza forte

"Para que, segundo as riquezas da Sua Glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Seu Espírito no homem interior." Ef 3;16

Paulo orando pelos efésios pedindo que eles recebessem poder, fortalecimento interior.

Vulgarmente a ideia de poder é a ascendência sobre o semelhante; embora, não seja a coisa mais aconselhável é o que o mundo busca; "Tudo isto vi quando apliquei meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua." Ecl 8;9

O escopo de um homem moral e espiritualmente sadio, em eventual investidura de autoridade sempre será de dever, não, poder. Mas, vimos na recente campanha eleitoral o quão subterrâneos certos entes podem ser em seu afã pelo poder.

Entretanto, em se tratando do homem interior, o poder empresta-se ao domínio próprio, não, ao domínio sobre terceiros.

Embora o vulgo jacte-se de ser livre, fazer o que quiser, amiúde, é escravo dos vícios, e o melhor que consegue sem auxílio Divino é um tênue desejo por justiça, refém de uma vontade ímpia que o subjuga; "Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; o querer está em mim, mas, não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas, o mal que não quero." Rom 7;18 e 19

Assim, o íntimo de muitos pecadores traz nuances nostálgicas da "Casa Paterna", como o Filho Pródigo na amargura do auto-exílio. Um frágil desejo pela prática da justiça, por comportar-se como filho de Deus, que, sucumbe aos hábitos pecaminosos latentes na rebeldia carnal.

Sabedor disso, junto com a dádiva da salvação O Eterno anexou o "poder no homem interior", no dito de Paulo; "A todos quantos o receberam, (a Cristo) deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem do homem, mas, de Deus." Jo 1;12 e 13

Muitos dizem: "Deus é Pai, não é Padrasto; também sou filho de Deus". Será. A queda derivada do pecado foi da condição de filho, para a de criatura; de servo de Deus para escravo da corrupção; vejamos: "A ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas, por causa do que a sujeitou, na esperança de que a criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus." Rom 8;19 a 21

Preso à corrupção, criatura; na regeneração de filhos por Cristo, liberdade, glória.

A filiação Divina demanda algumas coisas mais que palavras; "O filho honra ao pai, o servo ao seu senhor; se, Eu Sou Pai, onde está Minha honra? Se, Eu Sou Senhor, onde está Meu temor?..." Mal 16

O surgimento do homem interior capacitado a atuar como filho de Deus é imediato à conversão.

Porém, há um processo decorrente com humana participação, a santificação gradativa pelo abandono das práticas mundanas e aprendizado dos "pensamentos de Deus." Essa prática nos fortalece para que, cada dia, mais próximos do Santo possamos pecar menos, andar em espírito mortificando aos apelos naturais.

Sócrates alegorizou o ser humano como sendo um "invólucro de pele contendo uma besta policéfala (de várias cabeças) e no alto um homenzinho". Cada desejo malsão da humana natureza equivalia a uma cabeça do monstro; o homenzinho minúsculo tipificava a razão; normalmente impotente diante da voracidade da besta das paixões.

Pois bem, cambiemos a razão pelo homem espiritual após a conversão, e aquele homenzinho que, segundo Paulo até podia desejar as coisas certas, embora, não as pudesse praticar, agora, na "academia do Espírito" virou um "sarado"; foi capacitado a enfrentar o monstro das paixões perversas, pois, foi graciosamente fortalecido no homem interior.

Ironicamente ele não é fortalecido "puxando ferros", antes, negando-se, enfraquecendo aos apelos naturais para ser potencializado nos predicados espirituais; "Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então, sou forte." II Cor 12;10

Essa "fraqueza" que faz aos "boinas verdes" espirituais. "Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade." Prov 16;32

Assim, o fortalecimento espiritual faz ao agraciado dominador sobre os próprios desejos, capaz de viver segundo Deus. Quanto aos "poderosos" naturais, podem reger um império, enquanto são escravizados pelos vícios e vontades perversas.

O mais terrível dos feitores é o ego; não há homens livres onde ele habita. "Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo; tome cada dia a sua cruz, e siga-me." Luc 9;23
Tio Hugo - RS
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Site: http://ofarol21.blogspot.com.br

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