Palavra do leitor
- 30 de dezembro de 2023
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A forca para o outro
"As leis são necessárias para frear as nossas ambições’’.
As redes sociais servem e tem sido uma espécie de forca para o outro. Basta percorrermos por esse emaranhado de teias de discursos identitários e, cada vez mais, polarizados, com cada um na defesa de suas convicções, não adianta propor nenhuma ponderação. Decerto, a frase alcunhada por Hannah Arendt – "banalidade do mal’’ e por Sarte – ‘’liberdade repudiada’’, faz-nos desembocar na maneira como muitos de nós (e eu não me isento), renunciamos a consciência do fazer o que é certo, a não ser tomado, por completo, por nossas ambições, e sucumbir na prática contumaz da ofensa, da hostilidade, da violência, da degradação, do abuso e de ser parte de engrenagens produtoras do mal, sem sequer discernir a responsabilidade, por isso.
Decerto, as redes sociais se transformaram em campos de concentrações digitais, com o compromisso de seguir todo um compêndio de mandamentos movidos por ecos parecidos com um caudilho ditatorial, sem escutar o outro lado. Atentemos, diante de um comentário oposto as diretrizes adotadas por pessoas atreladas ao feminismo, as temáticas LGBTQ+, as religiões de matrizes africanas, aos filiados as temáticas socialistas e progressistas marxistas, ao evangelho woke, ao aborto, ao relativismo, ao utilitarismo doentio, de pronto e imediato, são tratadas como coisas a serem descartadas, negada a sua humanidade, tachadas como anti-humanos, concebidas como seres repudiáveis e vilipendiáveis. Sem sombra de dúvida, esses espaços tem existido para erradicar com a humanidade do outro, para desenhar o outro como sem efeito e sem utilidade, para destruir implacavelmente o outro.
Vou adiante: indo ao texto de 1 Coríntios 3.1-12, encontramos movimentos, de um lado, em prol de Paulo, e, de outro lado, em prol de Apolo, numa narrativa de absoluta indiferença no que toca a escutar o outro lado, de não permitir nenhuma réplica, numa tresloucada disputa pela ascensão, pela expansão e pelo domínio do poder. Salienta-se, onde deveria haver o se importar, o se refazer e o se abrir para o tempo de algo novo, constatava-se, conforme as palavras discorridas pelo Apostolo Paulo, tudo submerso ao poder (de quem cura mais, de quem tem a oração mais forte, de quem tem os melhores dons, de quem representa a maior e melhor pregação, doutrina e ênfase da fé), a uma interpretação da realidade, a partir do meu ponto de vista. Não há a lei da Graça, mas há o poder. Não há a comunhão da amizade, mas há o poder das afinidades e dos interesses de mando. Não há a liberdade pautada na responsabilidade e na justiça, porque torna a vida digna e além das ambições. Aliás, em meio a essas forças, as pessoas são vaporizadas, são apagadas, são rasgadas, são tidas como desprovidas de sentido. Não por menos, como os discordantes são um erro a ser extirpado, os pretensos detentores da verdade, não veem os seus atos como um mal, sentem-se confortáveis em viver uma negação da própria Cruz do Ressurreto, sem levar em consideração os valores, os deveres e os preceitos do Reino do Deus Ser Humano Jesus Cristo. Deveras, os apologistas de Paulo e Apolo, entranhados em suas ambições, negavam, sem nenhum pesar, as emoções, os afetos, as esperanças, as liberdades, os valores e as intenções do outro. Eram defensores de ideias e convicções impelidos por uma metafísica do mal, por uma inclinação por fazer do outro um nada, como motivados e ampliados por um ódio negador de quem estivesse ao seu lado. Eis o desafio dos discípulos do Deus Ser Humano Jesus Cristo, ao trilharem por uma vida de oração que não os tornem e não os façam de meio para o mal adentrar no orbe da vida humana e isto implica dizer não as estruturas sinistras, misteriosas e obscuras de ideologias e idealismos que, tão somente, exigem servidão para trair os valores evocados por esse Reino que começa no servir e não no sucesso, que caminha pelo escutar e não no discursar e que se completa na oração de não ser um portador para o mal e sim para uma esperança de recomeços. Anota-se, o evento descrito em 1 Coríntios mostrava e demonstrava as pessoas crédulas de pertencerem a uma correspondente verdade e de o quanto seriam contempladas, como ao procederem assim, não estavam dando guarida para a tentação do mal, de criar forcas para o outro (as forças que não tratavam o outro, como um fim em si mesmo), mas esparravam o mal da anulação, da negação e de terem o outro, inclusive, como não merecedores da salvação. Por fim, será que não temos sido construtores de forcas para outro, será que não temos nos rendidos à tentação de sermos meios para propagação e enraizamento do mal (do mal da impiedade, do egoísmo acerbado, do julgamento e da condenação, da aversão aos menos favorecidos, da predileção por quem somente se ajusta a nós, do mal por aqueles que não aderem as certas composições teológicas, espirituais, morais e de estilos)?
Baruch Há Shem
As redes sociais servem e tem sido uma espécie de forca para o outro. Basta percorrermos por esse emaranhado de teias de discursos identitários e, cada vez mais, polarizados, com cada um na defesa de suas convicções, não adianta propor nenhuma ponderação. Decerto, a frase alcunhada por Hannah Arendt – "banalidade do mal’’ e por Sarte – ‘’liberdade repudiada’’, faz-nos desembocar na maneira como muitos de nós (e eu não me isento), renunciamos a consciência do fazer o que é certo, a não ser tomado, por completo, por nossas ambições, e sucumbir na prática contumaz da ofensa, da hostilidade, da violência, da degradação, do abuso e de ser parte de engrenagens produtoras do mal, sem sequer discernir a responsabilidade, por isso.
Decerto, as redes sociais se transformaram em campos de concentrações digitais, com o compromisso de seguir todo um compêndio de mandamentos movidos por ecos parecidos com um caudilho ditatorial, sem escutar o outro lado. Atentemos, diante de um comentário oposto as diretrizes adotadas por pessoas atreladas ao feminismo, as temáticas LGBTQ+, as religiões de matrizes africanas, aos filiados as temáticas socialistas e progressistas marxistas, ao evangelho woke, ao aborto, ao relativismo, ao utilitarismo doentio, de pronto e imediato, são tratadas como coisas a serem descartadas, negada a sua humanidade, tachadas como anti-humanos, concebidas como seres repudiáveis e vilipendiáveis. Sem sombra de dúvida, esses espaços tem existido para erradicar com a humanidade do outro, para desenhar o outro como sem efeito e sem utilidade, para destruir implacavelmente o outro.
Vou adiante: indo ao texto de 1 Coríntios 3.1-12, encontramos movimentos, de um lado, em prol de Paulo, e, de outro lado, em prol de Apolo, numa narrativa de absoluta indiferença no que toca a escutar o outro lado, de não permitir nenhuma réplica, numa tresloucada disputa pela ascensão, pela expansão e pelo domínio do poder. Salienta-se, onde deveria haver o se importar, o se refazer e o se abrir para o tempo de algo novo, constatava-se, conforme as palavras discorridas pelo Apostolo Paulo, tudo submerso ao poder (de quem cura mais, de quem tem a oração mais forte, de quem tem os melhores dons, de quem representa a maior e melhor pregação, doutrina e ênfase da fé), a uma interpretação da realidade, a partir do meu ponto de vista. Não há a lei da Graça, mas há o poder. Não há a comunhão da amizade, mas há o poder das afinidades e dos interesses de mando. Não há a liberdade pautada na responsabilidade e na justiça, porque torna a vida digna e além das ambições. Aliás, em meio a essas forças, as pessoas são vaporizadas, são apagadas, são rasgadas, são tidas como desprovidas de sentido. Não por menos, como os discordantes são um erro a ser extirpado, os pretensos detentores da verdade, não veem os seus atos como um mal, sentem-se confortáveis em viver uma negação da própria Cruz do Ressurreto, sem levar em consideração os valores, os deveres e os preceitos do Reino do Deus Ser Humano Jesus Cristo. Deveras, os apologistas de Paulo e Apolo, entranhados em suas ambições, negavam, sem nenhum pesar, as emoções, os afetos, as esperanças, as liberdades, os valores e as intenções do outro. Eram defensores de ideias e convicções impelidos por uma metafísica do mal, por uma inclinação por fazer do outro um nada, como motivados e ampliados por um ódio negador de quem estivesse ao seu lado. Eis o desafio dos discípulos do Deus Ser Humano Jesus Cristo, ao trilharem por uma vida de oração que não os tornem e não os façam de meio para o mal adentrar no orbe da vida humana e isto implica dizer não as estruturas sinistras, misteriosas e obscuras de ideologias e idealismos que, tão somente, exigem servidão para trair os valores evocados por esse Reino que começa no servir e não no sucesso, que caminha pelo escutar e não no discursar e que se completa na oração de não ser um portador para o mal e sim para uma esperança de recomeços. Anota-se, o evento descrito em 1 Coríntios mostrava e demonstrava as pessoas crédulas de pertencerem a uma correspondente verdade e de o quanto seriam contempladas, como ao procederem assim, não estavam dando guarida para a tentação do mal, de criar forcas para o outro (as forças que não tratavam o outro, como um fim em si mesmo), mas esparravam o mal da anulação, da negação e de terem o outro, inclusive, como não merecedores da salvação. Por fim, será que não temos sido construtores de forcas para outro, será que não temos nos rendidos à tentação de sermos meios para propagação e enraizamento do mal (do mal da impiedade, do egoísmo acerbado, do julgamento e da condenação, da aversão aos menos favorecidos, da predileção por quem somente se ajusta a nós, do mal por aqueles que não aderem as certas composições teológicas, espirituais, morais e de estilos)?
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