Palavra do leitor
- 28 de agosto de 2011
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A figura heróica do inspetor de alunos
Ele é uma figura das mais importantes dentro e fora da Escola. Seu trabalho não se limita apenas a olhar os alunos, o que já seria algo cansativo e dispendioso. A sua função se multiplica à medida em que aparecem as necessidades dentro do contexto administrativo, educacional e disciplinar da Unidade Escolar. Apesar de suas múltiplas funções, ele é apenas o inspetor de alunos: - uma pessoa muitas vezes pouco compreendida e até odiada em muitas ocasiões. Quando há aumento de salários ele sequer é mencionado, afinal ele é só um serviçal, um "pau para toda obra", um funcionário sem qualificações, uma pessoa importante, sim, mas é apenas uma peça a mais nesta engrenagem complexa que é a Educação Pública. E lá vai o inspetor de alunos separar mais uma briga - e provavelmente ganhará mais alguns hematomas e será xingado e ameaçado por gangues rivais que muitas vezes agem dentro das escolas. Para mim, ele é um herói, um soldado que nunca foi condecorado, mas está diariamente na frente da batalha.
A figura do inspetor de alunos é muito importante e a sua história eu conheço muito bem. Ingressei no serviço público estadual como Inspetor de Alunos no ano de 1985, em cuja função trabalhei sete anos. Em 1992, prestei um concurso interno e, sendo aprovado, fui trabalhar na secretaria da escola onde convivi com outras pessoas e pude aprender o serviço burocrático. Foram 16 anos de trabalho mexendo com papéis e atendendo o público - onde da melhor forma procurei realizar a minha função. Apesar de trabalhar na Secretaria, de certa forma continuei ligado à minha função anterior. Muitas vezes sonhei que estava atendendo a algum ferido ou separando alguma briga rotineira e sendo xingado e até ameaçado pela necessidade de usar muitas vezes a força nesses embates. Quem já separou brigas sabe muito bem do estou falando. Primeiro a gente fala, depois grita e entra no meio e faz o que pode para evitar o pior. A violência nas escolas sempre existiu e negar esta realidade seria o mesmo que tentar "tapar o sol com uma peneira". Quem viveu ou vive lá dentro sabe que a violência lá é uma rotina - costumo dizer que para muitos alunos isto é uma diversão. E a tendência é piorar cada vez mais. Hoje, felizmente, existe a Ronda Escolar que, dentro de suas possibilidades, presta uma ajuda valioa às escolas. Toda ajuda é bem vinda quando o assunto é violência nas escolas. O inspetor de alunos, coitado, como se diz na linguagem popular: é o primeiro a apanhar e o último a reclamar.
Tem gente que não gosta de ouvir ou ler estas verdades. Mas elas precisam ser ditas e escritas, principalmente por alguém que vive esta realidade. A minha intenção é, sobretudo, enaltecer a figura heróica e emblemática do inspetor de alunos - um herói cada dia mais solicitado e ocupado em sua função, muitas vezes agindo como um bombeiro em meio a um incêndio podendo inclusive perder a sua vida golpeado por algum aluno mais exaltado e violento. Hoje, devido a falta de funcionários, estou desempenhando de novo a função de inspetor de alunos e já estou sentindo na pele os graves problemas que rondam as escolas. Na verdade, hoje, nas escolas, todos de alguma forma são inspetores de alunos, inclusive os professores. A violência recrudesceu muito e todos têm que se dar as mãos para manter um mínimo de harmonia e educação nas escolas públicas. Infelizmente, a nossa educação chegou neste ponto e não vejo como mudar este quadro perigoso e aterrorizante. A escola hoje é um reflexo dos lares, das familias, da falta de estrutura, em suma: da falta ou da ausência de Deus na vida de muitas pessoas. E quem acaba sofrendo a pancada mais forte é o inspetor de alunos - um herói sem medalhas, sem condecorações, enfim, sem nenhum reconhecimento. Um autêntico herói brasileiro.
A figura do inspetor de alunos é muito importante e a sua história eu conheço muito bem. Ingressei no serviço público estadual como Inspetor de Alunos no ano de 1985, em cuja função trabalhei sete anos. Em 1992, prestei um concurso interno e, sendo aprovado, fui trabalhar na secretaria da escola onde convivi com outras pessoas e pude aprender o serviço burocrático. Foram 16 anos de trabalho mexendo com papéis e atendendo o público - onde da melhor forma procurei realizar a minha função. Apesar de trabalhar na Secretaria, de certa forma continuei ligado à minha função anterior. Muitas vezes sonhei que estava atendendo a algum ferido ou separando alguma briga rotineira e sendo xingado e até ameaçado pela necessidade de usar muitas vezes a força nesses embates. Quem já separou brigas sabe muito bem do estou falando. Primeiro a gente fala, depois grita e entra no meio e faz o que pode para evitar o pior. A violência nas escolas sempre existiu e negar esta realidade seria o mesmo que tentar "tapar o sol com uma peneira". Quem viveu ou vive lá dentro sabe que a violência lá é uma rotina - costumo dizer que para muitos alunos isto é uma diversão. E a tendência é piorar cada vez mais. Hoje, felizmente, existe a Ronda Escolar que, dentro de suas possibilidades, presta uma ajuda valioa às escolas. Toda ajuda é bem vinda quando o assunto é violência nas escolas. O inspetor de alunos, coitado, como se diz na linguagem popular: é o primeiro a apanhar e o último a reclamar.
Tem gente que não gosta de ouvir ou ler estas verdades. Mas elas precisam ser ditas e escritas, principalmente por alguém que vive esta realidade. A minha intenção é, sobretudo, enaltecer a figura heróica e emblemática do inspetor de alunos - um herói cada dia mais solicitado e ocupado em sua função, muitas vezes agindo como um bombeiro em meio a um incêndio podendo inclusive perder a sua vida golpeado por algum aluno mais exaltado e violento. Hoje, devido a falta de funcionários, estou desempenhando de novo a função de inspetor de alunos e já estou sentindo na pele os graves problemas que rondam as escolas. Na verdade, hoje, nas escolas, todos de alguma forma são inspetores de alunos, inclusive os professores. A violência recrudesceu muito e todos têm que se dar as mãos para manter um mínimo de harmonia e educação nas escolas públicas. Infelizmente, a nossa educação chegou neste ponto e não vejo como mudar este quadro perigoso e aterrorizante. A escola hoje é um reflexo dos lares, das familias, da falta de estrutura, em suma: da falta ou da ausência de Deus na vida de muitas pessoas. E quem acaba sofrendo a pancada mais forte é o inspetor de alunos - um herói sem medalhas, sem condecorações, enfim, sem nenhum reconhecimento. Um autêntico herói brasileiro.
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