Palavra do leitor
- 06 de novembro de 2011
- Visualizações: 1634
- 1 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
A fiel companhia
Goiania, 30 de outubro de 2011
De manhã, ao acordar sempre o vejo e desvio o olhar no desejo de ignorá-lo. Por alguns instantes, durante a oração matinal deixo de percebê-lo, mas, ao entrar no banheiro e, me ver pelo espelho constato a imagem dele sobreposta à minha.
No percurso para o trabalho, inicialmente ele fica silencioso, mas, quando menos se espera sua voz suave me faz esquecer muitas coisas ao derredor. Há dias, que com firmeza consigo mantê-lo a distancia, mas, naqueles em que surgem contratempos na caminhada, ele além de não me abandonar, ainda toma a frente, e, se dispõe a resolver todos os embaraços, sem dar importância aos meios, pois, de acordo com sua filosofia, o meu 'bem estar' é a prioridade.
No ambiente do trabalho tento rechaçá-lo de todas as formas e maneiras, mas, ele sempre consegue fazer que suas ações se entrelacem às minhas, e que os seus pensamentos formem um "todo" com os meus. No final as decisões parecem ser tomadas de comum acordo, mas, a ideia principal, aquela que está no cerne de toda questão, sempre lhe pertence, pois, além de ser mais forte, também é mais rápido mais preciso, e mais determinado.
Muitos são os dias, e, as vezes que tento me rebelar ao seu comando, mas, com maestria cita argumentos irrefutáveis, me convencendo de que a razão e a justiça precisa sempre estarem ao meu favor. Acontece que em alguns dias, -na maioria deles- seu comando se torna algo tão natural; chega a passar despercebido fazendo com que sua companhia seja bastante prazerosa.
Só à noite, ao examinar os feitos do dia, e, colocá-los perante a luz de DEUS é que posso ver o meu companheiro diário em toda sua plenitude. Quanto mais leio a Bíblia, quanto mais me concentro nas orações, mais sinto o seu odor fétido, e, mais nítido é revelada sua imagem asquerosa. Desespero-me, me envergonho, e concluo: "não há água, sabão, ou qualquer produto de limpeza que possa limpar a sujeira por ele impregnada". Nesse momento, ao me sentir no auge da impotência vislumbro o verdadeiro significado da OBRA DA CRUZ, e, esse vislumbre faz com que no meio de toda tristeza, surja a alegria trazida pela certeza da GRAÇA DE DEUS.
Convicto; consciente de que minhas forças são insuficientes e ineficazes para vencer o comando da 'Fiel Companhia', me fortaleço na lembrança de que: "a Salvação não pertence aos decentes e piedosos, e que Jesus afirma, com efeito, que o Reino de seu Pai, não é uma subdivisão para os justos nem para os que sentem possuir o segredo de estado da salvação. O Reino não é um condomínio fechado elegante com regras esnobes a respeito de quem pode viver ali dentro. Não; ele é para um elenco mais numeroso de pessoas, mais rústico e menos exigente, que compreendem que são pecadores porque já experimentaram o efeito nauseante da luta moral". (1)
Fortaleço-me na afirmação do "monge Thomas Merton": um santo não é alguém bom, mas alguém que experimenta a bondade de Deus.
Fortaleço-me nas palavras de Paul Tillich ao comentar Efésios 2.8,9 [Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie]:
"A graça nos atinge quando estamos em grande dor e desassossego. Ela nos atinge quando andamos pelo vale sombrio da falta de significado e de uma vida vazia... Ela nos atinge quando, ano após ano, a perfeição há muito esperada não aparece, quando as velhas compulsões reinam dentro de nós da mesma forma que tem feito há décadas, quando o desespero destrói toda a alegria e coragem. Algumas vezes naquele momento uma onda de luz penetra nossas trevas, e é como se uma voz dissesse: 'você é aceito, aceito pelo maior do que você, o nome do qual você não conhece. Não pergunte pelo nome agora; mais tarde talvez você descubra. Não tente fazer coisa alguma agora; talvez mais tarde você faça bastante. Não busque nada, não realize nada, não planeje nada. Simplesmente aceite o fato de que você é aceito'. Se isto acontece conosco, experimentamos a graça".
Diante de tudo isso, confiante na Palavra de Deus, que foi proclamada pelo profeta Habacuque:
EIS O SOBERBO! SUA ALMA NÃO É RETA NELE, MAS O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ, me derramo na presença de Deus, e tenho a ousadia de lhe dizer: Senhor perdoa-me pelas iniquidades cometidas hoje. Senhor perdoa-me pois, mais uma vez cedi à tentação permitindo que o comando fosse da fiel companhia: O PECADO!
De manhã, ao acordar sempre o vejo e desvio o olhar no desejo de ignorá-lo. Por alguns instantes, durante a oração matinal deixo de percebê-lo, mas, ao entrar no banheiro e, me ver pelo espelho constato a imagem dele sobreposta à minha.
No percurso para o trabalho, inicialmente ele fica silencioso, mas, quando menos se espera sua voz suave me faz esquecer muitas coisas ao derredor. Há dias, que com firmeza consigo mantê-lo a distancia, mas, naqueles em que surgem contratempos na caminhada, ele além de não me abandonar, ainda toma a frente, e, se dispõe a resolver todos os embaraços, sem dar importância aos meios, pois, de acordo com sua filosofia, o meu 'bem estar' é a prioridade.
No ambiente do trabalho tento rechaçá-lo de todas as formas e maneiras, mas, ele sempre consegue fazer que suas ações se entrelacem às minhas, e que os seus pensamentos formem um "todo" com os meus. No final as decisões parecem ser tomadas de comum acordo, mas, a ideia principal, aquela que está no cerne de toda questão, sempre lhe pertence, pois, além de ser mais forte, também é mais rápido mais preciso, e mais determinado.
Muitos são os dias, e, as vezes que tento me rebelar ao seu comando, mas, com maestria cita argumentos irrefutáveis, me convencendo de que a razão e a justiça precisa sempre estarem ao meu favor. Acontece que em alguns dias, -na maioria deles- seu comando se torna algo tão natural; chega a passar despercebido fazendo com que sua companhia seja bastante prazerosa.
Só à noite, ao examinar os feitos do dia, e, colocá-los perante a luz de DEUS é que posso ver o meu companheiro diário em toda sua plenitude. Quanto mais leio a Bíblia, quanto mais me concentro nas orações, mais sinto o seu odor fétido, e, mais nítido é revelada sua imagem asquerosa. Desespero-me, me envergonho, e concluo: "não há água, sabão, ou qualquer produto de limpeza que possa limpar a sujeira por ele impregnada". Nesse momento, ao me sentir no auge da impotência vislumbro o verdadeiro significado da OBRA DA CRUZ, e, esse vislumbre faz com que no meio de toda tristeza, surja a alegria trazida pela certeza da GRAÇA DE DEUS.
Convicto; consciente de que minhas forças são insuficientes e ineficazes para vencer o comando da 'Fiel Companhia', me fortaleço na lembrança de que: "a Salvação não pertence aos decentes e piedosos, e que Jesus afirma, com efeito, que o Reino de seu Pai, não é uma subdivisão para os justos nem para os que sentem possuir o segredo de estado da salvação. O Reino não é um condomínio fechado elegante com regras esnobes a respeito de quem pode viver ali dentro. Não; ele é para um elenco mais numeroso de pessoas, mais rústico e menos exigente, que compreendem que são pecadores porque já experimentaram o efeito nauseante da luta moral". (1)
Fortaleço-me na afirmação do "monge Thomas Merton": um santo não é alguém bom, mas alguém que experimenta a bondade de Deus.
Fortaleço-me nas palavras de Paul Tillich ao comentar Efésios 2.8,9 [Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie]:
"A graça nos atinge quando estamos em grande dor e desassossego. Ela nos atinge quando andamos pelo vale sombrio da falta de significado e de uma vida vazia... Ela nos atinge quando, ano após ano, a perfeição há muito esperada não aparece, quando as velhas compulsões reinam dentro de nós da mesma forma que tem feito há décadas, quando o desespero destrói toda a alegria e coragem. Algumas vezes naquele momento uma onda de luz penetra nossas trevas, e é como se uma voz dissesse: 'você é aceito, aceito pelo maior do que você, o nome do qual você não conhece. Não pergunte pelo nome agora; mais tarde talvez você descubra. Não tente fazer coisa alguma agora; talvez mais tarde você faça bastante. Não busque nada, não realize nada, não planeje nada. Simplesmente aceite o fato de que você é aceito'. Se isto acontece conosco, experimentamos a graça".
Diante de tudo isso, confiante na Palavra de Deus, que foi proclamada pelo profeta Habacuque:
EIS O SOBERBO! SUA ALMA NÃO É RETA NELE, MAS O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ, me derramo na presença de Deus, e tenho a ousadia de lhe dizer: Senhor perdoa-me pelas iniquidades cometidas hoje. Senhor perdoa-me pois, mais uma vez cedi à tentação permitindo que o comando fosse da fiel companhia: O PECADO!
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
- 06 de novembro de 2011
- Visualizações: 1634
- 1 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Revista Ultimato
- +lidos
- +comentados
- A democracia [geográfica] da dor!
- O cristão morre?
- Só a Fé, sim (só a Escolha, não)
- Mergulhados na cultura, mas batizados na santidade (parte 2)
- Não nos iludamos, animal é animal!
- Amor, compaixão, perdas, respeito!
- O soldado rendido
- Até aqui ele não me deixou
- O verdadeiro "salto da fé"!
- E quando a profecia te deixa confuso?