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Palavra do leitor

A Febre de Recosturar o Véu

A FEBRE DE RESCOSTURAR O VÉU

“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8).

A mais nova moda dos denominados evangélicos é o cristianismo judaizante. Na verdade, este movimento religioso e herético é a nova febre da atualidade. Isto porque, alguns dos evangélicos têm introduzido praticas relativas ao velho testamento nos cultos e liturgias de suas igrejas. Na verdade, tais pessoas têm declarado que o resgate dos valores judaicos é uma revelação de Deus a igreja contemporânea, cujo slogan é “Sair de Roma e voltar para Jerusalém”
O problema judaizante vem sendo enfrentado desde os primórdios da igreja cristã. Paulo escreveu aos Gálatas (c. 49 d.C) para, entre outros propósitos, condenar a prática judaizante. Muitos judeus tinham se convertido ao cristianismo e queriam impor a lei mosaica sobre os cristãos gentios. Estas pessoas passaram a ser conhecidas como os "judaizantes".
O termo judaizante vem do verbo grego ioudaizō, “viver como judeu”, e aparece no Novo Testamento em (Gl 2.14).
Os judaizantes modernos ensinam que os crentes devem guardar as festas judaicas como a festa dos tabernáculos, ler a Torah e guardar o sábado. É comum ver alguns usando kipás (bonezinho usado pelos judeus) e o Talit (um manto ou xale de orações) que é usado por todo judeu, que são as vestimentas que os judeus praticantes usam para ir a sinagoga, entre outras coisas. Até mesmo nos cultos de algumas igrejas, músicas e danças judaicas foram inseridas. Cada vez mais, cantores e os conjuntos diversos da igreja se intitulam como “levitas do Senhor” em referência ao sacerdócio Levítico da Antiga Aliança.
Em nome de suposto amor a Israel a bandeira da nação é colocada em destaque na igreja, o Menorah ou a Estrela de Davi, protótipos da Arca da Aliança a fim de simbolizar entre os cristãos a presença de Deus, utensílios do tabernáculo são ostentados nos cultos e considerados objetos “sagrados”, então o shofar é tocado e promovem-se as festas com a promessa de uma nova unção sobre a vida de quem participa de tais celebrações. Há igrejas onde as pessoas não podem adentrar ao templo de sandálias ou sapatos e são orientadas a tirar os calçados, pois, segundo ensinam, irão pisar terra santa.
Há um fetichismo com a dita “terra santa”, areia santa, água santa, sal santo, folha de oliveira santa, etc. No cristianismo as pessoas são santas, mas as coisas não. Desta forma a prática judaizante caminha paralelamente com a superstição e feitiçaria. É parente da paganização. Tudo isto é produto de uma hermenêutica defeituosa, que não compreende as distinções entre os dois Testamentos. Os critérios para interpretá-los são diferentes.
Mesmo com o sacrifico de Jesus, a perseguição, lutas, morte dos apóstolos e todos os mártires do evangelho e da Reforma Protestante, parece ser insignificante para diversos líderes cristãos evangélicos do Brasil, retrocedem nas práticas do Judaísmo e veneração a Israel. Voltar ou resgatar a lei seria como "recosturar o véu" e negar Cristo e, a obra de redenção da Cruz.
Somos Cristãos, brasileiros, protestantes, evangélicos e crentes em Jesus Cristo. O Judeu é membro das tribos Judá de um Israelita, ou convertidos ao Judaísmo. Ora foi para combater as heresias judaizantes que Paulo escreveu aos gálatas e, mostrou àqueles irmãos que voltar as práticas e aos cerimoniais da Lei era cair da graça (Gl 5:1-10). O concílio apostólico de Jerusalém, cuja menção histórica se acha no capítulo quinze do livro de Atos dos Apóstolos, decidiu que os costumes judaicos não eram obrigatórios para os cristãos. As circuncisões, a guarda do Sábado, os cerimoniais e as festas judaicas, por exemplo, foram abolidas tanto para judeus como para gentios, por não fazerem parte da dispensação do evangelho.
No entanto, estas práticas entram sutilmente na liturgia do culto e precisam ser erradicadas. Espera-se dos líderes que sejam firmes na defesa da fé cristã. É necessário promover estudos bíblicos acerca da salvação pela graça. Os púlpitos das igrejas não podem ser cedidos para cantores ou pregadores adeptos de tais modismos. O líder que permite ou autoriza práticas judaizantes na igreja iguala-se aos que invalidam a cruz de Cristo (1Co 1.17).
Caro leitor, não existem pressupostos bíblicos para que a igreja de Cristo, queira “recosturar” o véu do templo.
As leis cerimoniais judaicas, os ritos sacrificiais, as festas anuais, foram abolidas definitivamente por Cristo na cruz do calvário(o significado de cada uma delas se cumpriu em nosso Senhor). Por esse motivo, mesmo os judeus que se convertem hoje ao cristianismo estão dispensados das leis cerimoniais judaicas. É por esta razão que crentes em Jesus, não fazem sacrifícios de animais, não guardam o sábado, não celebram as festas judaicas, não se prostram diante a Arca da Aliança e nem tampouco fazem uso do shofar.
Em Cristo, Wesley Souza
São Paulo - SP
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