Palavra do leitor
- 14 de agosto de 2009
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A evolução e a queda
Há muito tempo a questão evolução x criação deixou de ser um problema de fé para mim. Aceitei que há coisas grandiosas demais para as quais não tenho, e não preciso, de respostas. Isto não se deu sem sofrimento – foi com muita angústia e anos de conflitos, dos mais variados tipos, que aprendi, ou antes, aceitei como minha a prece do salmo davídico:
"Senhor, o meu coração não é orgulhoso
e os meus olhos não são arrogantes.
Não me envolvo com coisas grandiosas
nem maravilhosas demais para mim.
De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma.
Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe;
a minha alma é como essa criança.
Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel,
desde agora e para sempre." (Sl 131, NVI)
Durante este processo, li e reli muito. E uma das frases que se tornaram alicerce foi "let God be god!": deixe Deus ser Deus.
Percebi que pouco importava para mim se Adão e Eva foram personagens históricos concretos, ou apenas símbolos, ou metáforas, ou representantes, ou o que seja. Minha fé não se alicerça no que Gênesis fala, mas no que toda a Escritura diz, e Ela canta "Jesus, de Nazaré, filho de Davi, que foi morto e ressurgiu ao terceiro dia".
A mim, pouca importa o processo. Deus Pai é Deus Criador, que deu origem a tudo, dentro de Seu poder discricionário, de sua poesia, de seu desejo visceral de compartilha vida.
Minha mente treinada pede um modelo racional sobre o qual eu possa ter uma compreensão da realidade e saber conduzir minha existência. A fé não pode ficar fora do racional, ainda que dê saltos e aceite como inquestionavelmente verdadeiros certos fatos. Neste ponto, alegra-me saber que a mais atualizada ciência também dá saltos e igualmente aceita dogmas.
A teologia precisa ser racional, lógica, especulativa, investigativa, provocadora, incentivadora. E como entender o relato da queda no contexto da teoria da evolução era um desafio, nem que fosse acadêmico. "Supondo a teoria da evolução como verdadeira, como entender a narrativa da queda e o plano salvífico sua consequência?"
Influenciado por um livro-texto de teologia sistemática, reformada, deduzi que somente a hipótese criacionista seria coerente com o restante da Revelação.
Descobri o raciocínio do Dr. Francis S. Collins, que não é original, mas desconhecido para mim até então (admito a possibilidade de que é a envergadura científica de Collins que transmite autoridade, e que já posso ter encontrado seus argumentos na pena, ou boca, de outros, mas somente a ele atribui credibilidade).
O primeiro casal seria, na realidade, uma representação da atitude que cada ser humano, durante toda a história, tomou e toma frente à realidade do Deus Criador: decisão pela soberania, por ser "dono do próprio nariz", determinando o que é certo e o que é errado. E é perfeitamente possível construir a partir daí a teologia da justificação, e as demais.
Leitura sugerida: biologos.org/questions/
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"Senhor, o meu coração não é orgulhoso
e os meus olhos não são arrogantes.
Não me envolvo com coisas grandiosas
nem maravilhosas demais para mim.
De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma.
Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe;
a minha alma é como essa criança.
Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel,
desde agora e para sempre." (Sl 131, NVI)
Durante este processo, li e reli muito. E uma das frases que se tornaram alicerce foi "let God be god!": deixe Deus ser Deus.
Percebi que pouco importava para mim se Adão e Eva foram personagens históricos concretos, ou apenas símbolos, ou metáforas, ou representantes, ou o que seja. Minha fé não se alicerça no que Gênesis fala, mas no que toda a Escritura diz, e Ela canta "Jesus, de Nazaré, filho de Davi, que foi morto e ressurgiu ao terceiro dia".
A mim, pouca importa o processo. Deus Pai é Deus Criador, que deu origem a tudo, dentro de Seu poder discricionário, de sua poesia, de seu desejo visceral de compartilha vida.
Minha mente treinada pede um modelo racional sobre o qual eu possa ter uma compreensão da realidade e saber conduzir minha existência. A fé não pode ficar fora do racional, ainda que dê saltos e aceite como inquestionavelmente verdadeiros certos fatos. Neste ponto, alegra-me saber que a mais atualizada ciência também dá saltos e igualmente aceita dogmas.
A teologia precisa ser racional, lógica, especulativa, investigativa, provocadora, incentivadora. E como entender o relato da queda no contexto da teoria da evolução era um desafio, nem que fosse acadêmico. "Supondo a teoria da evolução como verdadeira, como entender a narrativa da queda e o plano salvífico sua consequência?"
Influenciado por um livro-texto de teologia sistemática, reformada, deduzi que somente a hipótese criacionista seria coerente com o restante da Revelação.
Descobri o raciocínio do Dr. Francis S. Collins, que não é original, mas desconhecido para mim até então (admito a possibilidade de que é a envergadura científica de Collins que transmite autoridade, e que já posso ter encontrado seus argumentos na pena, ou boca, de outros, mas somente a ele atribui credibilidade).
O primeiro casal seria, na realidade, uma representação da atitude que cada ser humano, durante toda a história, tomou e toma frente à realidade do Deus Criador: decisão pela soberania, por ser "dono do próprio nariz", determinando o que é certo e o que é errado. E é perfeitamente possível construir a partir daí a teologia da justificação, e as demais.
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