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Palavra do leitor

A espingarda

Talvez nem todos tenham conhecimento deste assunto, mas, acredito que pelo menos alguns sabem do que irei falar. Os que foram privados da oportunidade de enriquecerem seu Curriculum Vitae com esta ciência são desculpados em razão de haverem sido criados em grandes cidades e, consequentemente, tiveram uma infância com déficit em muitas áreas que nós, os "da roça", somos superavitários. 

Tive o privilégio de viver minha infância na zona rural. Nasci, cresci e permaneci no campo até os 10 anos. Na adolescência e juventude, vivi no campo e na cidade. Nesta época, em minha região, não conhecíamos energia elétrica, água encanada, leite em embalagens pet (era in natura, direto das tetas das vacas), xampu e tantos outros benefícios que eram e são corriqueiros na cidade. Mas, por outro lado convivi com prazeres que as crianças da urbe não têm.

A alegria de fazer meus próprios brinquedos. Os carrinhos confeccionados com jenipapos, os pequenos caminhões com caixotes de tábuas e os "carros de calangos". Na adolescência tive outros prazeres. Um deles era caçar (prática ecologicamente incorreta, mas, na época nunca tínhamos ouvido a palavra ecologia) com espingarda de socar. Para caçarmos com a espingarda de socar é necessário todo um preparo com a arma: coloca-se a pólvora, alguns caroços de chumbo e, por fim a bucha, esta normalmente é feita com a fibra da casca do coco seco. Retirava-se uma pequena quantidade e, com uma vareta de ferro enfiava o material pelo cano da espingarda e socava bem. 

A espingarda de socar, tem uma grande desvantagem em relação à de cartucho e ao rifle. Todas as três são eficientes, porém, no quesito eficácia a arma que eu utilizava era deficitária em relação às outras duas. Enquanto a espingarda de cartucho e o rifle têm seus projeteis concentrados, com a outra ocorre que os chumbos se espalham perdendo-se assim muito de sua eficácia.

Os pequenos grãos de chumbo que atingem o alvo, muitas vezes são suficientes para abater a caça, porém, os que se perdem são recursos que "escorrem pelo ralo". Isto é, considerando que no máximo 50% do total de carga atinge o alvo, temos aí uma grande perda de energia, esforço, dedicação, enfim, recursos que são desperdiçados quando utiliza-se uma espingarda de socar.

Este fato me faz lembrar dois aspectos corriqueiros da vida dos líderes. O primeiro é a quantidade de vezes que idealizamos projetos (coletivos ou particulares) e, por não perseverarmos estes são lançados no fundo de uma gaveta onde passarão muitos e muitos anos. O segundo é a falta de foco e a conseqüente subutilização dos materiais que dispomos para realização desses projetos.

Nossa cultura, "pentecostal/ocidental/brasileira/nordestina" é geralmente desprovida de projetos que sejam elaborados com começo, meio e fim. Alguns são acéfalos, outros não tem fim e, ainda existem aqueles que são lançados como "cortinas de fumaça" apenas visando "elevar o moral" dos liderados, mascarando os reais problemas.

Entretanto, quando nos voltamos para as Sagradas Escrituras nos deparamos com exemplos de projetos que podem servir muito bem de cases para a administração moderna. Como exemplo poderíamos citar o processo administrativo do qual José foi o gestor. Percebemos com clareza o começo, meio e fim do projeto, bem como sua eficácia na utilização dos recursos disponíveis.

Outro exemplo é ensinado pelo nosso Mestre. No evangelho de Lucas encontramos este ensinamento: "Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?" (Lc 14:28 ARA). Que temos nesta frase?Um sonho: realizar um investimento! Mas, não é um sonho vago, fora da realidade; também não é um sonho faraônico, ou um "sonho para inglês ver". Temos um planejamento com todas as etapas que a administração moderna ensina:

Planejamento – Vejam que os ouvintes de Jesus entenderam que para se construir uma torre é necessário fazer um planejamento. Não se pode iniciar um projeto sem que o mesmo seja detalhadamente planejado. Quais os objetivos? Quais os caminhos para atingí-los? Qual a metodologia que deve ser utilizada? Em qual tempo devemos concluir o projeto? Qual o custo deste projeto? Etc.

Execução – Como capacitar as pessoas envolvidas no projeto? Como deverá ser a execução (passo-a-passo)? Quais são os dados que devem ser coletados para servirem como sinalizadores de andamento do projeto? Etc.

Avaliar – Como está o processo de execução do projeto? Está dentro do prazo? As etapas estão sendo cumpridas conforme o planejado? Quais os problemas que estão ocorrendo? Como contorná-los? Etc. Não podemos esquecer que todo projeto necessita ser especifico, mensurável, alcançável, realista e temporal.

Agir - Nesta etapa o gestor deve trabalhar como os canhoneiros dos navios agiam em batalha: eles davam o primeiro tiro na direção do inimigo e, de acordo com o local onde a bala do canhão caia, eles iam "ajustando o tiro". O objetivo era atingir o alvo!

Portanto, entre o desejo de "construir uma torre" e, vê-la construída tem todo um processo de "sentar e calcular"! Podemos citar algumas das muitas razões que fundamentam a importância de se realizar um projeto bem planejado, isto é, que siga o método da administração ensinado nas Escrituras:

1º Se idealizamos projetos que sejam norteados pelas etapas de planejar, executar, avaliar e agir teremos maiores possibilidade de vermos a realização do mesmo.
2º Os projetos que forem colocados em execução seguindo estes passos não terão perda de recursos no mesmo nível dos idealizados sem planejamento.
3º Os projetos terão inicio, meio e fim. Saberemos exatamente quando começamos e quando terminamos o projeto.
4º Os projetos serão marcos em nossa caminhada. Isto é, a realização de projetos servem como referencial para a análise do nosso passado e, projeção para o futuro.
5º A conclusão de projetos serão motivos de celebração. Se não temos realizações como teremos celebrações?
6º Os projetos iniciados e concluídos desenvolverão a cultura de conquista, exercitando cada vez mais nossa confiança em Deus e melhorando nossa auto-estima.
Portanto, se caçamos com espingarda de socar poderemos até atingir o alvo, mas, perderemos muitos recursos, não seremos eficazes. Necessitamos de foco; necessitamos “ajustar nossa mira” para atingirmos nossas metas com a menor perda de tempo, energia e dedicação, enfim, recursos, possível!
Alagoinhas - BA
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