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Palavra do leitor

A entrega das chaves

A maior dificuldade das perdas, quiçá, esteja na síndrome da autojustificação. Parto dessa frase e pontuo comedidas observações no que toca ao povo evangélico. Evidentemente, reitero o quão e quanto seria imprescindível um texto compacto e denso. Mesmo assim, convido-lhes a lançarem as redes e firmarem suas considerações. Devo dizer, a expressão – ‘’a entrega das chaves’’ tem a notória intenção de nos remeter sobre a urgência de indiscutivelmente captarmos o ser livre tão enfatizado e defendido ferrenhamente por Cristo.

De certa maneira, acredito que vem a calhar essa elucubração mais voltada a, expressamente, prosear e debulhar os derradeiros episódios da trajetória de Davi. Sem sombra de dúvida, estabelecer comentários com relação ao Salmista, inatacavelmente, traz uma percepção das vicissitudes da vontade humana. Não dá para colocar uma pá de cal e virar a costa referente as turbulências vivenciadas pelo tido ‘’homem segundo o coração de Deus’’. Mortes!.. Traições!.. Motins!.. Revoltas!.. Aliás, o mais instigante e por que não testificar fascinante ao nos debruçarmos sobre os meandros das narrativas de Davi se encontra na questão de desvendar os cômodos de uma existência trancafiada. Valho-me dessa metáfora e, por tal resultado, demonstra a importância de sermos invadidos pela remissão sem precedentes. Em outras palavras, rompermos com as marcas de uma vida de aparências e de uma transparência retida nos calabouços da nossa interioridade.

Tristemente, muitos adentram nas boas-novas do evangelho e parecem carregar, como um mal necessário, as perdas. De tal modo, começam a trilhar por um ciclo de justificativas tolas e até estúpidas. Vou além, a situação acaba por ser mais maléfica, principalmente, quando adotamos as ferramentas dos sistemas doutrinários e dos caudilhos ditatoriais dogmáticos farisaísticos. Por conseqüência, a entrega das chaves representa parar de manter uma existência mascarada, reconhecer a sequiosidade da esperança, enfrentar a descrença latejante travestida por uma fé atomizada (imiscuída a movimentos espiritualísticos eqüidistantes da Graça de Cristo). A grosso modo, despir-se de todas as indumentárias de um evangelho de aparências e permitir ser invadido por uma concreta, autêntica e palpitante transparência. Afinal de contas, lancem sobre mim toda a vossa ansiedade, eis as palavras retumbantes e inconfundíveis do mestre. Parafraseando-a, lançamos todas as desculpas inócuas e nos filiarmos ao amor perdoador de Cristo, ou seja, ao recomeçar inspirador da vida cravada na cruz de renúncia e de alforria de todo os claustros de culpa e condenação pós-libertação muito aplicado pela religiosidade. Presumidamente, abrir os olhos e sem receio de haver um passado, mas também da via acessível para prosseguirmos. Tão somente dessa maneira, o espertar de cada manhã terá sentido, motivo e destino. É bem verdade, a história de Davi personifica uma existência mais assemelhada a um monturo de emoções adoecidas e de situações de cóleras pendentes, não canalizadas... Quantos necessitam de irromperem com os formalismos das aparências.

Diga-se de passagem, muito bem orquestrado por uma vida ancorada aos sistemas religiosos, morais, seculares, gnósticos, econômicos e por ai vai. Diametralmente oposto, a entrega das chaves significa um passo audacioso, incerto (devido a adentramos no horizonte da dependência e não da autonomia, diante de Deus), alforriado dos escoramentos das autojustificativas para, em tão, submergir na vontade plena de Deus, ou, em suma, Cristo Jesus. E, vou ser repetitivo, essa vontade com a capacidade de nos levar a um inspirador recomeço, a resgatar a dimensão da igreja como um espaço para relações de interdependência, a tornar a comunhão num exercício perene de serviço, de discipulado, de tolerância, de sustentação e de diálogo aglutinador. Todavia, enquanto isso permanecer na tábua das retóricas teológicas e não alcançar a práxis do homem do cotidiano, prosseguiremos de soslaio, adaptados a sermos bueiros de uma ideologia propagada por um Messias que morreu numa cruz.

Deveras, ultimamente, a prosperidade tem sido uma tônica buscada vorazmente. Não por menos, estamos numa sociedade intitulada de pós-moderna e movida por um progresso e de uma realidade econômica fincada no consumismo. Salienta – se, um consumismo interpretado como a panacéia de todas as agruras e de todos os flagelos humanos. Para muitos o antídoto, a salvação aqui, o selo de que o Criador não fez as malas e nos deixou a ver navios. Nisto, o Deus objetivo ganha foro de relevância! Em contrapartida, encontramos um evangelho esquizofrênico, disseminador de uma pletora de promessas de bem-estar irreais e desumanas, de uma graça de prateleiras. Por fim, deparamo-nos com uma geração de pessoas mumificada por indagações não resolvidas. Eis a travessia a ser feita, através da entrega das chaves para o fluir da Graça de Cristo.
São Paulo - SP
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