Palavra do leitor
- 11 de janeiro de 2014
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A eloquência silenciosa de João
“E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.” Mt 3.4
Mateus apresenta João exortando seus ouvintes ao arrependimento e se colocando como o cumprimento de um vaticínio de Isaías. Após abre um parêntesis e descreve a figura e a dieta dele. Quão diferentes em sobriedade e objetividade são os relatos bíblicos dos romances humanos! Um desses teria descrito a estatura, olhos, cabelos, tom de voz etc.
Quem está familiarizado às Escrituras não ignora que ela é plena de simbolismos, não apenas nos textos escatológicos, onde isso é mais visível. Quando determinado símbolo repousa sobre alguém insignificante, possivelmente pouco ou nada signifique; mais ou menos como os crucifixos que ímpios usam. Agora, quando o pano de fundo é um profeta da envergadura de João Batista, cabe considerá-lo.
As vestes são algo extremamente diversificado em face ao clima e a cultura de cada povo; contudo, um “casaco de pele” naqueles dias não era usual. Salomão, um milênio antes, disse que a “mulher virtuosa” era craque na tecelagem. “Busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com suas mãos.” Prov 31; 13 Na verdade, a primeira veste “ecologicamente incorreta” foi tecida no Éden. Antes do pecado o script era que atuassem nus, os humanos. Após a perda da inocência foi inaugurada a Alta Costura, Altíssima, aliás. “E fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.” Gên 3; 21
Estaria o precursor do Messias, que removeria o pecado do mundo, trajado de um modo a lembrar uma de suas consequências? Possivelmente sim; aliás, Elias, outro valoroso usou também.
A morte de Adão foi espiritual, sua alma continuou vivendo muitos anos. Deixou de viver em Deus, e seguiu existindo em si mesmo. “…todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.” “O homem que está em honra, e não tem entendimento, é semelhante aos animais, que perecem.” Sal 49; 20 Nada mais adequado, pois, que o homem alienado de Deus pareça-se com os animais, afinal, o espírito está morto; é mera alma vivente, e, animal é relativo à alma.
Eis a denúncia silenciosa das vestes de João, diversa das novas dadas aos filhos da cruz. “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida;…” Apoc 3; 5
Alimentava-se de gafanhotos. Sempre foram sinônimo de pragas. Onde uma nuvem passava nada restava. Porém, foi uma das armas usadas na libertação do povo hebreu do Egito. Digamos que, naquele contexto foi um mal necessário. Isso remete aos sofrimentos de Cristo; tudo o que Ele sofreu foi o mal necessário à nossa libertação. Mas, o que tem isso com a comida? Ele mesmo ilustrou desse modo Sua missão; “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.” Jo 4; 34 Todas as nossas pragas, que Isaías chamou de dores, enfermidades, foram comidas e bebidas pelo Senhor. “… não beberei eu o cálice que o Pai me deu?” Jo 18; 11
Por fim, mel silvestre. Em várias passagens a Palavra de Deus é comparada ao mel. Em Ezequiel, Jeremias, nos salmos, encontramos essa figura. Além disso, silvestre sugere a produção natural, sem intervenção humana. Daniel falara algo assim; “…do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos,…” Dn 2; 45 Sendo a Natureza uma obra Divina, aponta a uma missão de absoluta iniciativa celeste.
Como Deus prescindiu da semente humana contaminada na concepção do Salvador, o fez também em face à religião, no treinamento de seu servo. Lucas relata: “…veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias.” Luc 3; 2
Assim, João era um profeta eloquente mesmo em silêncio, dado que sua vida figurava a sina humana, e a do “Filho do Homem” que viria mudar a história.
Os convertidos ainda têm uma alma, mas, graças ao novo nascimento voltam a ter vida espiritual, de modo que não são meros animais, mas, filhos adotivos mediante Cristo. Seu modo de vida também deve ser uma mensagem, não na aparência, mas, na essência. Mais ou menos como o Tabernáculo, que, sendo recoberto com pele de animais, por dentro era de ouro e guardava o Testemunho da presença de Deus.
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.” II Cor 4; 7 O que João dissera antes de Paulo: “É necessário que ele cresça e que eu diminua.” Jo 3; 30
Mateus apresenta João exortando seus ouvintes ao arrependimento e se colocando como o cumprimento de um vaticínio de Isaías. Após abre um parêntesis e descreve a figura e a dieta dele. Quão diferentes em sobriedade e objetividade são os relatos bíblicos dos romances humanos! Um desses teria descrito a estatura, olhos, cabelos, tom de voz etc.
Quem está familiarizado às Escrituras não ignora que ela é plena de simbolismos, não apenas nos textos escatológicos, onde isso é mais visível. Quando determinado símbolo repousa sobre alguém insignificante, possivelmente pouco ou nada signifique; mais ou menos como os crucifixos que ímpios usam. Agora, quando o pano de fundo é um profeta da envergadura de João Batista, cabe considerá-lo.
As vestes são algo extremamente diversificado em face ao clima e a cultura de cada povo; contudo, um “casaco de pele” naqueles dias não era usual. Salomão, um milênio antes, disse que a “mulher virtuosa” era craque na tecelagem. “Busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com suas mãos.” Prov 31; 13 Na verdade, a primeira veste “ecologicamente incorreta” foi tecida no Éden. Antes do pecado o script era que atuassem nus, os humanos. Após a perda da inocência foi inaugurada a Alta Costura, Altíssima, aliás. “E fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.” Gên 3; 21
Estaria o precursor do Messias, que removeria o pecado do mundo, trajado de um modo a lembrar uma de suas consequências? Possivelmente sim; aliás, Elias, outro valoroso usou também.
A morte de Adão foi espiritual, sua alma continuou vivendo muitos anos. Deixou de viver em Deus, e seguiu existindo em si mesmo. “…todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.” “O homem que está em honra, e não tem entendimento, é semelhante aos animais, que perecem.” Sal 49; 20 Nada mais adequado, pois, que o homem alienado de Deus pareça-se com os animais, afinal, o espírito está morto; é mera alma vivente, e, animal é relativo à alma.
Eis a denúncia silenciosa das vestes de João, diversa das novas dadas aos filhos da cruz. “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida;…” Apoc 3; 5
Alimentava-se de gafanhotos. Sempre foram sinônimo de pragas. Onde uma nuvem passava nada restava. Porém, foi uma das armas usadas na libertação do povo hebreu do Egito. Digamos que, naquele contexto foi um mal necessário. Isso remete aos sofrimentos de Cristo; tudo o que Ele sofreu foi o mal necessário à nossa libertação. Mas, o que tem isso com a comida? Ele mesmo ilustrou desse modo Sua missão; “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.” Jo 4; 34 Todas as nossas pragas, que Isaías chamou de dores, enfermidades, foram comidas e bebidas pelo Senhor. “… não beberei eu o cálice que o Pai me deu?” Jo 18; 11
Por fim, mel silvestre. Em várias passagens a Palavra de Deus é comparada ao mel. Em Ezequiel, Jeremias, nos salmos, encontramos essa figura. Além disso, silvestre sugere a produção natural, sem intervenção humana. Daniel falara algo assim; “…do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos,…” Dn 2; 45 Sendo a Natureza uma obra Divina, aponta a uma missão de absoluta iniciativa celeste.
Como Deus prescindiu da semente humana contaminada na concepção do Salvador, o fez também em face à religião, no treinamento de seu servo. Lucas relata: “…veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias.” Luc 3; 2
Assim, João era um profeta eloquente mesmo em silêncio, dado que sua vida figurava a sina humana, e a do “Filho do Homem” que viria mudar a história.
Os convertidos ainda têm uma alma, mas, graças ao novo nascimento voltam a ter vida espiritual, de modo que não são meros animais, mas, filhos adotivos mediante Cristo. Seu modo de vida também deve ser uma mensagem, não na aparência, mas, na essência. Mais ou menos como o Tabernáculo, que, sendo recoberto com pele de animais, por dentro era de ouro e guardava o Testemunho da presença de Deus.
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.” II Cor 4; 7 O que João dissera antes de Paulo: “É necessário que ele cresça e que eu diminua.” Jo 3; 30
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