Palavra do leitor
- 28 de outubro de 2008
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A economia do evangelho transformador
Depois do atentado de 11 de setembro duas coisas aparentemente não mais se ergueram como símbolo supremo da hegemonia imperialista norte americana. A primeira: outras torres no lugar daquelas destruídas - não sei se é devido a não cicatrização da imensa ferida deixada - se é que um dia isso poderá vir a cicatrizar; E a segunda: a economia, pois de lá pra cá vários sinais foram apresentados, como foi os bilhões de dólares gastos na indústria bélica para abastecimento das tropas em sua luta contra o "terror", e a própria desvalorização desse Dólar frente ao Euro causando mais disfunções econômicas em países latino americanos, que tem o Dólar como parâmetro regulatório de suas ações cambiais para fixação e controle de juros (a volta da inflação está ai para nos dizer).
E hoje em plena crise econômica mundial o qual estamos inseridos, e não adianta o ministro Guido Mantega dizer que o Brasil está fora disso, temos no próprio EUA o epicentro dessa crise que está fazendo as principais bolsas caírem, assim como a quebra de grandes bancos desse globalizado/especulativo e excludente sistema capitalista. Se a ‘quebra’ desses bancos estivessem atreladas somente aos seus próprios prejuízos, isso até seria uma coisa boa, mas infelizmente quem sempre paga a conta são esses mesmos excluídos que são produtos dessa especulação financeira.
Segundo análise feita em artigo de Franz J. Hinkelammer[1] não podemos tirar o nosso foco de denuncia contra as desigualdades decorrentes a este sistema de acúmulo de capital, porque a relação de justiça e injustiça quando eles ainda estavam no topo da cadeia alimentar capitalista, não existia. Segundo o autor dentro dessa perspectiva a “injusticia es producir la riqueza “socavando al mismo tiempo las dos fuentes originales de toda riqueza: la tierra y El trabajador”.[2]
Nosso papel como agentes do reino que já é presente por meio da Igreja, mas ainda não em sua totalidade, é de anunciarmos para esse mundo a economia do evangelho que é libertação, graça, paz, amor e justiça também no âmbito das economias mundiais, para que o ciclo capitalista clássico de acumulação e regulação contínua de capital, conhecido como DMD (‘D’inheiro, ‘M’ercadoria e mais ‘D’inheiro), cesse e seja substituído pela mais-valia de Jesus, onde a solidariedade para com o oprimido deva ser o nosso salário em retribuição ao pagamento que Cristo fez na Cruz por todos nós, antigos e atuais empregados do pecado.
Sendo assim, e finalizando esta reflexão, deixo aqui algumas palavras de Franz Hinkelammer que “caem” muito bem no sentido desse anuncio de uma economia cristã transformadora, pois é o homem atingido por esse nova e maravilhosa realidade “que exige que el sistema no sea fundado sobre el asesinato del hermano, que asegure la vida de todos, para que cada uno puede vivir. Es el ciudadano, que reivindica la sociedad en la cual puedan vivir todos los seres humanos y la naturaleza exterior también. Eso es la sociedad justa em función del bien común. En términos de proceso, es la sociedad que produce las riquezas conservando las fuentes de toda la producción de la riqueza: la tierra y el ser humano trabajador”
roberas.blogspot.com
[1] Doutor em Economia pela Universidade Livre de Berlim. Atualmente, é professor de economia no DEI - Asociación Departamento Ecumênico de Investigaciones, em San José, Costa Rica. Economista, filósofo e teólogo da libertação, nasceu na Alemanha e reside e trabalha na América Latina (Chile e Costa Rica) há mais de trinta anos.
[2] Franz J. Hinkelammert - LA VIDA ES MÁS QUE EL CAPITAL. LA DEMOCRACIA DE CIUDADANOS Y EL PROYECTO DE LA SOCIEDAD EN LA QUE QUEPAN TODOS LOS SERES HUMANOS - Revista Jurídica - CCJ/FURB ISSN 1982 -4858 - v. 11, nº 21, p. 13 - 23, jan./jun. 2007.
E hoje em plena crise econômica mundial o qual estamos inseridos, e não adianta o ministro Guido Mantega dizer que o Brasil está fora disso, temos no próprio EUA o epicentro dessa crise que está fazendo as principais bolsas caírem, assim como a quebra de grandes bancos desse globalizado/especulativo e excludente sistema capitalista. Se a ‘quebra’ desses bancos estivessem atreladas somente aos seus próprios prejuízos, isso até seria uma coisa boa, mas infelizmente quem sempre paga a conta são esses mesmos excluídos que são produtos dessa especulação financeira.
Segundo análise feita em artigo de Franz J. Hinkelammer[1] não podemos tirar o nosso foco de denuncia contra as desigualdades decorrentes a este sistema de acúmulo de capital, porque a relação de justiça e injustiça quando eles ainda estavam no topo da cadeia alimentar capitalista, não existia. Segundo o autor dentro dessa perspectiva a “injusticia es producir la riqueza “socavando al mismo tiempo las dos fuentes originales de toda riqueza: la tierra y El trabajador”.[2]
Nosso papel como agentes do reino que já é presente por meio da Igreja, mas ainda não em sua totalidade, é de anunciarmos para esse mundo a economia do evangelho que é libertação, graça, paz, amor e justiça também no âmbito das economias mundiais, para que o ciclo capitalista clássico de acumulação e regulação contínua de capital, conhecido como DMD (‘D’inheiro, ‘M’ercadoria e mais ‘D’inheiro), cesse e seja substituído pela mais-valia de Jesus, onde a solidariedade para com o oprimido deva ser o nosso salário em retribuição ao pagamento que Cristo fez na Cruz por todos nós, antigos e atuais empregados do pecado.
Sendo assim, e finalizando esta reflexão, deixo aqui algumas palavras de Franz Hinkelammer que “caem” muito bem no sentido desse anuncio de uma economia cristã transformadora, pois é o homem atingido por esse nova e maravilhosa realidade “que exige que el sistema no sea fundado sobre el asesinato del hermano, que asegure la vida de todos, para que cada uno puede vivir. Es el ciudadano, que reivindica la sociedad en la cual puedan vivir todos los seres humanos y la naturaleza exterior también. Eso es la sociedad justa em función del bien común. En términos de proceso, es la sociedad que produce las riquezas conservando las fuentes de toda la producción de la riqueza: la tierra y el ser humano trabajador”
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[1] Doutor em Economia pela Universidade Livre de Berlim. Atualmente, é professor de economia no DEI - Asociación Departamento Ecumênico de Investigaciones, em San José, Costa Rica. Economista, filósofo e teólogo da libertação, nasceu na Alemanha e reside e trabalha na América Latina (Chile e Costa Rica) há mais de trinta anos.
[2] Franz J. Hinkelammert - LA VIDA ES MÁS QUE EL CAPITAL. LA DEMOCRACIA DE CIUDADANOS Y EL PROYECTO DE LA SOCIEDAD EN LA QUE QUEPAN TODOS LOS SERES HUMANOS - Revista Jurídica - CCJ/FURB ISSN 1982 -4858 - v. 11, nº 21, p. 13 - 23, jan./jun. 2007.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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