Palavra do leitor
- 13 de fevereiro de 2009
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A difícil missão de um profeta
Desde o século 9 a.C., com a chamada Profecia Pré-clássica, a atividade profética foi sempre um grande desafio. Neste período, profetas como Elias e Elizeu tiveram que pagar um preço altíssimo pela missão nada compreendida. Era tempo de indiferença e apostasia no Reino do Norte, e combater a descrença e a idolatria reinantes fomentadas por líderes maus, como Acabe, Jezabel e outros, era uma tarefa quase impossível de se fazer.
Mas o verdadeiro profeta não pode se calar frente ao indiferentismo uma vez que ele é o portador da Palavra e fala em nome de Deus. Querendo ou não, recusando ou aceitando, o profeta fala. Fala apelando para o coração, com otimismo, esperando que haja uma mudança, uma volta para Deus.
O profeta fala mesmo que não seja ouvido, aponta para Deus mesmo quando o coração do povo aponta para os ídolos; esforça-se para ser entendido com o carisma de sua linguagem, crendo que o "Espírito de Deus no espírito do homem faz com que a palavra do homem se transforme em palavra de Deus".
Mas a missão não é fácil. E o profeta que tão insistentemente teimou em falar de Deus, agora triste, contempla o povo no castigo anunciado: "Por isso o SENHOR rejeitou todo o povo de Israel; ele os afligiu e o entregou nas mãos de saqueadores, até expulsá-lo da sua presença" (2Rs 17.20-NVI). A partir daí o profeta nada mais pode fazer a não ser lamentar: "Fizeram males que provocaram o SENHOR à ira" (v.11b).
A vocação profética não era para todos. Aceitar tamanho compromisso com uma missão nem sempre simpática não era atraente. Falar e não ser ouvido era o que Deus prometia àqueles a quem vocacionava. Parecia até mesmo ser incoerente com a atividade que é o uso da linguagem. Mas essa é a motivação: "Vá, e diga a este povo: Estejam sempre ouvindo, mas nunca entendam; estejam sempre vendo, e jamais percebam" (Is 6.9-NVI). Então o servo sai como que falando ao vento, apelando para o nada!
Como entender os ouvintes da mensagem? Como compreender um povo que a cada dia vai se afastando de Deus, acumulando para si pecados e mais pecados? O que esperar de um povo que não faz conta de Deus e que não tem interesse nenhum por suas palavras? O que falar para quem não tem disposição de ouvir? A verdade neste aspecto é uma só: o povo não quer ouvir a Deus! E o próprio Deus denuncia: "Esse povo é rebelde; são filhos mentirosos, filhos que não querem saber da instrução do SENHOR" (Is 30.9-NVI). E a missão do profeta chega ao cúmulo da rejeição: "Eles dizem aos videntes: Não tenham mais visões! e aos profetas: Não nos revelem o que é certo! Falem-nos coisas agradáveis, profetizem ilusões" (v.10).
Que lamentável! E pensar que era por volta do ano 740 a.C. Neste tempo o homem já era o que é: alguém que quer ser iludido. Quer ouvir o que "gosta" e não o que "precisa". A "instrução" do Senhor não soa bem aos ouvidos; ser "confrontados com o Santo de Israel" (v.11) não é o interesse marcado; querem coisas "agradáveis", querem "ilusões". Parece que é hoje!
A difícil missão de ontem é a missão quase impossível de hoje. Mas não estamos sem aviso. Paulo afirmou algo assim: "O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios" (1Tm 4.1). O tempo é hoje, e o apelo do apóstolo para nós é este: "Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos" (2Tm 4.2-3). Ou seja, o que se quer ouvir é a mesma ilusão dos tempos do profeta Isaías. Paulo parecia conhecer bem este fato: "Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos" (v.4). É a triste realidade desse tempo!
Como ser profeta da verdade quando a mentira é o que se quer ouvir? Como falar em nome de Deus se é ao Diabo que eles abrem os ouvidos? Como fazê-los entender a diferença de ouvir o que "quer" pelo ouvir o que "precisa"? É quase desanimador, admito. Mas Jesus teria fracassado se diante da debandada de quase vinte mil por ocasião de sua verdade falada à multidão preocupada apenas com a saciedade imediata de pães e peixes perecíveis (João 6) tivesse se desanimado. Sempre vão existir aqueles que dirão para a nossa motivação: "Para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna" (Jo 6.68).
"Palavras de vida eterna", é o que o profeta deve comunicar mesmo quando a preferência é pelas ilusões do aqui e do agora. A verdade é comprometedora e incondicional; as ilusões podem ser agradáveis e até satisfatórias, por algum momento. Mas o profeta sempre, mesmo na indiferença dos que ouvem, sustentará uma Palavra que, a despeito de sua rejeição, é a melhor esperança para quem nela se agarra, é o alicerce irremovível para quem quer construir um futuro certo!
Mas o verdadeiro profeta não pode se calar frente ao indiferentismo uma vez que ele é o portador da Palavra e fala em nome de Deus. Querendo ou não, recusando ou aceitando, o profeta fala. Fala apelando para o coração, com otimismo, esperando que haja uma mudança, uma volta para Deus.
O profeta fala mesmo que não seja ouvido, aponta para Deus mesmo quando o coração do povo aponta para os ídolos; esforça-se para ser entendido com o carisma de sua linguagem, crendo que o "Espírito de Deus no espírito do homem faz com que a palavra do homem se transforme em palavra de Deus".
Mas a missão não é fácil. E o profeta que tão insistentemente teimou em falar de Deus, agora triste, contempla o povo no castigo anunciado: "Por isso o SENHOR rejeitou todo o povo de Israel; ele os afligiu e o entregou nas mãos de saqueadores, até expulsá-lo da sua presença" (2Rs 17.20-NVI). A partir daí o profeta nada mais pode fazer a não ser lamentar: "Fizeram males que provocaram o SENHOR à ira" (v.11b).
A vocação profética não era para todos. Aceitar tamanho compromisso com uma missão nem sempre simpática não era atraente. Falar e não ser ouvido era o que Deus prometia àqueles a quem vocacionava. Parecia até mesmo ser incoerente com a atividade que é o uso da linguagem. Mas essa é a motivação: "Vá, e diga a este povo: Estejam sempre ouvindo, mas nunca entendam; estejam sempre vendo, e jamais percebam" (Is 6.9-NVI). Então o servo sai como que falando ao vento, apelando para o nada!
Como entender os ouvintes da mensagem? Como compreender um povo que a cada dia vai se afastando de Deus, acumulando para si pecados e mais pecados? O que esperar de um povo que não faz conta de Deus e que não tem interesse nenhum por suas palavras? O que falar para quem não tem disposição de ouvir? A verdade neste aspecto é uma só: o povo não quer ouvir a Deus! E o próprio Deus denuncia: "Esse povo é rebelde; são filhos mentirosos, filhos que não querem saber da instrução do SENHOR" (Is 30.9-NVI). E a missão do profeta chega ao cúmulo da rejeição: "Eles dizem aos videntes: Não tenham mais visões! e aos profetas: Não nos revelem o que é certo! Falem-nos coisas agradáveis, profetizem ilusões" (v.10).
Que lamentável! E pensar que era por volta do ano 740 a.C. Neste tempo o homem já era o que é: alguém que quer ser iludido. Quer ouvir o que "gosta" e não o que "precisa". A "instrução" do Senhor não soa bem aos ouvidos; ser "confrontados com o Santo de Israel" (v.11) não é o interesse marcado; querem coisas "agradáveis", querem "ilusões". Parece que é hoje!
A difícil missão de ontem é a missão quase impossível de hoje. Mas não estamos sem aviso. Paulo afirmou algo assim: "O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios" (1Tm 4.1). O tempo é hoje, e o apelo do apóstolo para nós é este: "Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos" (2Tm 4.2-3). Ou seja, o que se quer ouvir é a mesma ilusão dos tempos do profeta Isaías. Paulo parecia conhecer bem este fato: "Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos" (v.4). É a triste realidade desse tempo!
Como ser profeta da verdade quando a mentira é o que se quer ouvir? Como falar em nome de Deus se é ao Diabo que eles abrem os ouvidos? Como fazê-los entender a diferença de ouvir o que "quer" pelo ouvir o que "precisa"? É quase desanimador, admito. Mas Jesus teria fracassado se diante da debandada de quase vinte mil por ocasião de sua verdade falada à multidão preocupada apenas com a saciedade imediata de pães e peixes perecíveis (João 6) tivesse se desanimado. Sempre vão existir aqueles que dirão para a nossa motivação: "Para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna" (Jo 6.68).
"Palavras de vida eterna", é o que o profeta deve comunicar mesmo quando a preferência é pelas ilusões do aqui e do agora. A verdade é comprometedora e incondicional; as ilusões podem ser agradáveis e até satisfatórias, por algum momento. Mas o profeta sempre, mesmo na indiferença dos que ouvem, sustentará uma Palavra que, a despeito de sua rejeição, é a melhor esperança para quem nela se agarra, é o alicerce irremovível para quem quer construir um futuro certo!
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