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Palavra do leitor

A dádiva do momento presente

Uma das necessidades mais prementes de nossos dias é recuperar a capacidade de estar presente por inteiro no lugar em que estamos. Já não temos mais a capacidade de manter a atenção concentrada durante longos períodos. As vozes da dispersão estão todo o tempo à espreita.

Já não conseguimos mais desfrutar dos odores e sabores dos alimentos; temos uma televisão ligada no refeitório, para desviar nossa atenção;

Já não conseguimos mais apreciar o canto de um pássaro ou uma bela música, pois a barulheira ao nosso redor nos deixou insensíveis ao ruído constante;

Já não atentamos o suficiente para as palavras, pois também elas perderam sua relevância em meio ao caos exterior;

Mas, de tudo, o que mais me inquieta, é saber que já não somos mais capazes de contemplar uma bela paisagem com nossos próprios olhos: as imagens são mediadas pelas lentes de uma câmera.

Já repararam que, com frequência, queremos gravar a aula que assistimos, para poder ouvi-la depois (mesmo que esse depois nunca chegue)? Já repararam que fotografamos tudo, mas não vemos nada? Já repararam que falamos todo o tempo, mas pouco refletimos? O que todos esses fatos têm em comum?

Eles, de certa forma, nos isentam do compromisso de estar presente aqui e agora. Como estou gravando a aula, posso ouvi-la depois e, portanto, me eximo da necessidade de prestar atenção. Tiro muitas fotos das flores, mas não guardo na memória seu cheiro, sua textura, sua fragilidade, pois, afinal, a tecnologia aplaca nosso desejo de Eternidade enquanto nos tira a dádiva do presente. Enquanto comemos, deixamos a mente vagar, ou pior, estamos preocupados com uma infinidade de outras coisas. Estamos a tal ponto dispersos que sequer nos damos conta de que estamos vivendo assim. E assim nos acostumamos a essa existência parcial.

Enquanto confesso todas essas coisas em oração (pois sou culpado de todas elas!), me vem à mente o episódio dos caminhantes de Emaús. O próprio Cristo Ressurreto caminhava e conversava com eles, mas eles estavam tão preocupados com os últimos acontecimentos do dia que mal se deram conta de quem os acompanhava. Por fim, no momento do partir do pão, eles reconhecem ao Senhor e, quando já era “tarde demais”, atentam retroativamente: “Não estavam ardendo os nossos corações dentro de nós, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?” (Lc 24:32)

A minha oração hoje é: Senhor, ajude-me a estar atento à sua presença enquanto caminhas ao meu lado.

***
Inspirado pela leitura de Richard Foster, Santuário da Alma. São Paulo, Editora Vida, 2011.
Tomei o título emprestado de Jean Pierre Caussade, uma referência constante na obra do Richard Foster.
São Paulo - SP
Textos publicados: 8 [ver]

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