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Palavra do leitor

A cruz das utilidades versus a cruz das fruições

"Eu busco uma oração lúdica e que me faça reverbera vida para vidas’’.

Hebreus 10.19-22

O evangelho se direciona para uma variedade de assuntos e situações, embora não eternos e muito menos perpétuos, que desenham a vida. Decerto, esses assuntos ocorridos em situações, no tempo-espaço, na ciranda das escolhas, vão desde o nascimento a morte, da comida a bebida, do prazer ao sexo, da debutante ao ancião, do casamento ao divórcio, do primeiro beijo ao último, do sonho a decepção, da cruz a ressurreição, da transcendência ao futuro, da esperança ao ir adiante, da inquietação ao receio, do pão ao vinho, da comunhão a solidão, da alienação ao perdão, de vinho novo ao odre novo, do recomeçar a resiliência etc. São como meandros de variações, de nuances, de diferenças, de oposições, de contradições, de controvérsias, de idas e vindas, pelo qual o evangelho procura escrever o Deus Ser Humano Jesus Cristo, dar o ponta pé do Reino de Deus, em seus lampejos, em suas réstias ou fagulhas, em suas doses homeopáticas, com a apresentação de uma transcendência voltada a abrir oportunidades para o futuro, para existir pelo outro.

Vou adiante, além dessa transcendência, abordo essa oração lúdica ou criativa para o reverberar de vidas em prol de vidas (porque assim foram os milagres, os sinais e os prodígios perpetrados pelo Logos Criativo e Preexistente, do Deus de Tomé, com suas marcas, com suas feridas, com sua expressão de sofrimento para acolher os vitimados pelas hostilidades, pelas ofensas, pelas violências, pelos abusos, pelos desmandos e pelos despautérios da caminhada). Ao me valer do título, a Cruz das Utilidades versus a Cruz das Fruições, tenho como amparo a metáfora de Santo Agostinho, as duas feiras. De um lado, encontramos aquilo que tem utilidade, tem serventia a cada um de nós. São as coisas, como sua condição profissional, seu automóvel, suas roupas, seus eletrodomésticos, seu plano de saúde, seu computador, seu acesso as redes digitais. De outro lado, tudo aquilo não restrito as linhas férreas do utilitarismo, com a finalidade de nos ser útil e nada mais. Faço menção ao que nos faz fruir, gozar, se alegrar, em plenitude, como, por exemplo, a emoção e as lágrimas numa dança singular, quando os pais veem sua filha de quinze anos, do discorrer de uma melodia envolvente de um canto lírico, a imersão ao desvelar os poemas de Carlos Drumond de Andrade, de Cora Coralina, ao sentir o cheiro das flores ao despertar da primavera, a profundidade de uma amizade libertária e não opressiva. Destarte a Cruz das Utilidades se personifica por sempre reduzir o Deus Ser Humano Jesus Cristo, como se fosse uma coisa, algo ou um meio para alcançar outras coisas e sua finalidade e sentido se pauta no que pode me conceder e nada mais.

Diametralmente oposto, a Cruz das Fruições me ensina sobre o quanto mais for alforriado de ser útil, de proporcionar utilidade, de ser um meio, trará, como consequência, uma intensidade e leveza sem precedentes em nossas experiências com vidas e vidas humanas. Afinal de contas, ninguém se emociona, flui e conflui nas lágrimas e na alegria, por causa dos objetos expostos e dispostos, por exemplo, no aniversário de quinze anos de uma adolescente. Não e não, a alegria, o êxtase, a pulsação do momento se consuma, ali, e estabelece outras aberturas e, diferentemente como se fosse uma coisa para outra coisa. Cabe salientar e insisto, o encontro com o evangelho de Cristo, também, oferece-nos essa fruição, em cada momento, em cada evento, em cada circunstância. Além do mais, ir ao encontro dessa Cruz não me faz ir a outras cruzes, porque compreendo que cheguei e isto faz toda a diferença. Não preciso ir para lá e cá, a procura de um meio novo de o encontrar, cheguei Nele.

Eis a importância de se abrir para a Cruz da Fruição, desvencilhar-se de todos os imperativos categóricos utilitários de sempre fazer e buscar algo e adentrar na dimensão da Fruição, de cheguei, do estou com Ele e isto aponta para uma dimensão de santidade, de sacramento, de oração, de transcendência, de gestar o tempo presente para o conceber do tempo futuro, de um Deus que acolhe os atingidos pelos sofrimentos e pelas desesperanças.
São Paulo - SP
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