A Bíblia sem rodeios!

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A bíblia sem rodeios!

‘’A liberdade de escolha encontra restrições, dentro de uma diversidade de situações, ao qual sempre nos coloca na condição de seres de decisões e isto nos torna singular e único’’.

A bíblia se apresenta para muitos devotos, como a saga do homem, em busca de seu sentido e significado. Em outras palavras, demonstra haver uma finalidade, desde o nascimento a morte. Além disso, constitui – se num pilar indiscutível, com relação a fé. Por ora, neste momento, ouso ir a direção de, expressamente, nos despir, mostrar quem, verdadeiramente, somos, e, sem sombra de dúvida, desenha os mosaicos de gente. Vou adiante, não esconde as baixezas, as perdas, as violências, as pulsações do mal, as incertezas, as desculpas esfarrapada, as guerras estúpidas, as disputas tolas e movidas por ganância.

De notar, suas páginas descrevem um Davi enredado na morte de Urias, na apropriação da mulher do mesmo, em fazer vistas grossas, diante de sua filha estuprada (por seu irmão); a mistura de ressentimentos dos irmãos de José, ao qual culminou em lançarem – no numa cisterna; a covardia de Abraão, quando dispensa Ismael e Hagar para o deserto, devido as pressões de sua esposa, Sara; a indiferença de Caim, ao suprimir a vida de seu irmão Abel e tantos outros exemplos de personagens bem perceptíveis, vivos, com emoções, com afetos, com ideias, com impressões, com interpretações e, enfim, a bíblia se estriba a falar de gente, eu e você, quer queiramos ou não, a trazer a tona que não somos tão bons, justos, corretos, apaixonados pela vida, como supomos ou cogitamos ou sonhamos.

Mesmo assim, o evangelho já se decidiu, e essa resposta resolvida, sem rodeios, sem meias palavras, sem sublimações, sem tampar o sol com a peneira, resumidamente, por gente de carne e osso, de alma e espírito, de paixão e imaginação, de lágrimas e êxtases, de etnias, de raças, de hábitos, de costumes, de diferenças e peculiaridades (sociais, históricas, culturais). Ora, essas colocações podem parecer uma bobagem, uma fantasia, um delírio, uma perda de tempo, até porque esse mundo parece não haver mais jeito. Em meio a essas constatações, insiste e persiste, por eu e você, por nós, por todos.

Sinceramente, dá a outra face, andar uma légua a mais, vender tudo que tem e doar, dificilmente faremos, todavia, o evangelho movido pela decisão por insistir e persistir por pessoas: não. É bem verdade, dentro de um cenário de busca pela perfeição, pela competitividade, pela felicidade, aqui e agora, pelo bem – estar e pela utilidade, vistas como os meandros a fim de nos levar a um estado de felicidade, a bíblia aponta, sem rodeios, para um salto, o salto para mergulharmos no coração – útero desse evangelho, em favor de pessoas e não de anjos, em favor das relações, inter – relações, entre – relações e correlações entre pessoas, em favor de uma dimensão de oração que, provavelmente, não trará antídotos, mas sim se compromete a aproximar o ser humano do ser humano, a abrir oportunidades para o ser humano ouvir o ser humano, a estender as mãos para o ser humano e se banhar na humanidade de poder ser uma nascente de bondade, de beleza, de inspiração, de diálogo e não de uma santidade legalista e que afasta, desapega, desacredita, sufoca, desumaniza.

A bíblia sem rodeios, a bíblia do evangelho da insistência e da persistência, a bíblia não afeita a ser uma caixinha de promessas e profecias, mas sim o chamado para, muito embora nossas rasuras, manchas e marcas, perceber o quanto podemos ser cheios de viço, de esperança, de misericórdia, de benignidade e de recomeços.

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Opinião do leitor