Palavra do leitor
- 16 de junho de 2008
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A bem servida igreja de Antioquia
Em Atos 13.1, vemos que a igreja gentílica instalada em Antioquia da Síria estava muito bem servida, pois nela congregavam "profetas e mestres": Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. A comunidade estava repleta de homens vocacionados por Deus e preparados para a obra, com alguns dos dons mencionados depois em Efésios 4.11 - Epístola que, diga-se de passagem, foi escrita por aquele Saulo, agora denominado Paulo.
Barnabé recebe belo testemunho da Bíblia: generoso, era José de nascimento, mas foi apelidado "Barnabé" porque essa palavra significa "filho de exortação" (At 4.36,37); ele introduziu o antigo perseguidor Saulo no conjunto dos discípulos, crendo em sua conversão (At 9.26,27); com a dispersão e pregação do Evangelho a gentios, foi Barnabé enviado a Antioquia, onde se alegrou com o que Deus fazia por ali, levando consigo depois o próprio Saulo (At 11.19-26); Barnabé era "homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé" (At 11.24).
Saulo, um terrível perseguidor da Igreja, que consentiu na morte de Estêvão (At 8.1, 9.1,2; Fp 3.6), converteu-se numa experiência extraordinária com o SENHOR Jesus. Ele era um homem de três mundos: judaico, romano e grego. Conhecia idiomas, filosofias, noções de Direito, poemas gentios. Estudou na importante escola de Gamaliel (At 22.3; ver At 5.32), era de formação farisaica, entendia profundamente da Lei, dos Profetas e dos Escritos.
Dos demais eu não sei, mas eram profetas ou mestres, conforme a pena de Lucas. "Colaço de Herodes" é uma forma elegante de dizer que Manaém tinha sido criado com o tetrarca da Galiléia. Não poderia ser, portanto, alguém de parcas condições financeiras. Mas ele preferiu estar na igreja em Antioquia.
O ambiente estava muito agradável, por certo. Mas, enquanto serviam eles ao Senhor e faziam jejuns, disse o Espírito Santo que separassem a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tinha chamado. Como considero que Lucas é tão teólogo quanto historiador, não tenho medo de extrair daqui a lição de que o Espírito é Quem chama, ao passo que é a igreja quem separa para a missão.
Com efeito, depois de orar e jejuar, a igreja despediu aqueles missionários sob imposição de mãos. Deus vocaciona, mas a igreja precisa ordenar e despedir. Antes, ela precisa ter consciência da direção do Espírito nesse sentido.
Não sabemos como foi que o Espírito disse à igreja que havia chamado a Barnabé e a Saulo para as missões estrangeiras. Pode ter sido por meio do dom de profecia, registrado por Lucas em At 11.27-30 e 21.7-16. Um certo Ágabo era "profeta", bem como as quatro filhas do diácono Filipe, que, por sua vez, exercia o dom de evangelista. Esses dons são mencionados em Ef 4.11. Note-se que neste texto Paulo menciona profetas e mestres ao lado de evangelistas, por exemplo.
O que quero destacar, porém, é a necessidade de entendermos o que o Espírito diz à nossa igreja local. Precisamos atender às vocações que Deus faz em nosso meio. É Ele Quem chama. A igreja separa.
Às vezes fica tão confortável e aconchegante o nosso "grupinho" que não queremos enviar os nossos melhores profetas e mestres em missão. Queremos tê-los conosco em nossas escolas bíblicas, em nossos cultos de doutrina, em nossas palestras sobre assuntos mais profundos. Fico feliz quando vejo uma igreja semelhante à de Antioquia, repleta de dons, mas também me preocupa o fato dessas pessoas habilidosas permanecerem tanto tempo juntas no mesmo lugar. Não entendo a lógica de reunir "tanta gente boa" numa igreja quando há tantos lugares carentes em todos os aspectos.
A igreja sediada em Antioquia foi sábia. Ela ouviu a voz do Espírito, orou, jejuou e enviou. Essa é a tarefa da igreja. Não fomos chamados para um agrupamento meramente social, onde tão-somente desfrutamos da amizade dos irmãos e recebemos conforto e conhecimento. Fomos chamado "para fora". Afinal, não é este o significado de "ekklesia"?
Barnabé recebe belo testemunho da Bíblia: generoso, era José de nascimento, mas foi apelidado "Barnabé" porque essa palavra significa "filho de exortação" (At 4.36,37); ele introduziu o antigo perseguidor Saulo no conjunto dos discípulos, crendo em sua conversão (At 9.26,27); com a dispersão e pregação do Evangelho a gentios, foi Barnabé enviado a Antioquia, onde se alegrou com o que Deus fazia por ali, levando consigo depois o próprio Saulo (At 11.19-26); Barnabé era "homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé" (At 11.24).
Saulo, um terrível perseguidor da Igreja, que consentiu na morte de Estêvão (At 8.1, 9.1,2; Fp 3.6), converteu-se numa experiência extraordinária com o SENHOR Jesus. Ele era um homem de três mundos: judaico, romano e grego. Conhecia idiomas, filosofias, noções de Direito, poemas gentios. Estudou na importante escola de Gamaliel (At 22.3; ver At 5.32), era de formação farisaica, entendia profundamente da Lei, dos Profetas e dos Escritos.
Dos demais eu não sei, mas eram profetas ou mestres, conforme a pena de Lucas. "Colaço de Herodes" é uma forma elegante de dizer que Manaém tinha sido criado com o tetrarca da Galiléia. Não poderia ser, portanto, alguém de parcas condições financeiras. Mas ele preferiu estar na igreja em Antioquia.
O ambiente estava muito agradável, por certo. Mas, enquanto serviam eles ao Senhor e faziam jejuns, disse o Espírito Santo que separassem a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tinha chamado. Como considero que Lucas é tão teólogo quanto historiador, não tenho medo de extrair daqui a lição de que o Espírito é Quem chama, ao passo que é a igreja quem separa para a missão.
Com efeito, depois de orar e jejuar, a igreja despediu aqueles missionários sob imposição de mãos. Deus vocaciona, mas a igreja precisa ordenar e despedir. Antes, ela precisa ter consciência da direção do Espírito nesse sentido.
Não sabemos como foi que o Espírito disse à igreja que havia chamado a Barnabé e a Saulo para as missões estrangeiras. Pode ter sido por meio do dom de profecia, registrado por Lucas em At 11.27-30 e 21.7-16. Um certo Ágabo era "profeta", bem como as quatro filhas do diácono Filipe, que, por sua vez, exercia o dom de evangelista. Esses dons são mencionados em Ef 4.11. Note-se que neste texto Paulo menciona profetas e mestres ao lado de evangelistas, por exemplo.
O que quero destacar, porém, é a necessidade de entendermos o que o Espírito diz à nossa igreja local. Precisamos atender às vocações que Deus faz em nosso meio. É Ele Quem chama. A igreja separa.
Às vezes fica tão confortável e aconchegante o nosso "grupinho" que não queremos enviar os nossos melhores profetas e mestres em missão. Queremos tê-los conosco em nossas escolas bíblicas, em nossos cultos de doutrina, em nossas palestras sobre assuntos mais profundos. Fico feliz quando vejo uma igreja semelhante à de Antioquia, repleta de dons, mas também me preocupa o fato dessas pessoas habilidosas permanecerem tanto tempo juntas no mesmo lugar. Não entendo a lógica de reunir "tanta gente boa" numa igreja quando há tantos lugares carentes em todos os aspectos.
A igreja sediada em Antioquia foi sábia. Ela ouviu a voz do Espírito, orou, jejuou e enviou. Essa é a tarefa da igreja. Não fomos chamados para um agrupamento meramente social, onde tão-somente desfrutamos da amizade dos irmãos e recebemos conforto e conhecimento. Fomos chamado "para fora". Afinal, não é este o significado de "ekklesia"?
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