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Palavra do leitor

A balada da violência

Se a violência fosse uma pessoa certamente estaria sendo entrevistada em todos os meios de comunicação e sendo alvo da atenção de milhões de pessoas.

Nunca se falou tanta em violência e nunca se fez tão pouco para combater este mal tão nefasto e tão contundente como em nossos dias. Os meios de comunicação falam muito sobre ela, e todos os dias registram a sua atuação em todas as camadas sociais.

Falar da violência é audiência garantida em todos os meios de comunicação. Este canto diuturno soa como uma balada mórbida e infernal aos ouvidos de uma população desprotegida, carente e só.

A violência vive o seu apogeu neste novo século com direito ás primeiras cadeiras no teatro da vida. Ela vem falante e glamourosa, atraindo olhares e holofotes, desfilando na passarela com sua presença sempre marcante.

A violência, rainha ou bruxa, está presente nas escolas sentada nas cadeiras, levando ao desespero professores, pais, alunos, diretores e funcionários. Ela se levanta e age em questão de segundos, colocando em polvorosa toda uma cidade e todo um país. É preciso evita-la, é preciso combate-la, é preciso, sobretudo, enfrenta-la!

Não adianta dissimular, não adianta ignorar, e nem dizer (como dizem os políticos), que são fatos isolados e estão todos sob controle. Outrossim, não devemos supervalorizar esta "deusa dos tempos modernos", que hoje é manchete em todos os jornais e presença indispensável na maioria dos programas de televisão.

A violência deve ser combatida sempre - de preferência sem muito comentário e sem alarde. Hoje, infelizmente, se faz exatamente o contrário. Certamente há mais pessoas interessadas em comentários e audiência do que propriamente em combater a violência. Daí todas esta importância que hoje se dá a este cancer social.

Como conviver com toda esta bateria de informações, muitas vezes desencontradas? Noticias são plantadas para atender a interesses e prender a atenção do telespectador.
Programas vespertinos como: Cidade Alerta e Brasil Urgente são especialistas em propagar a violência á caça de mais audiência. Os jornais televisivos também destacam e ampliam a violência através de seus muitos recursos.

A violência é alardeada e entronizada por muitos com claro objetivo de impressionar e prender o telespectador e assim faturar alto em cima da desgraça alheia. Até quando a violência vai receber este tratamento e vai continuar posando soberana como se fosse algo natural e familiar? É preciso fechar o quanto antes a indústria da violência e lhe dar o tratamento que ela merece. Com a palavra, os nossos governantes e a sociedade em geral.
Mogi Guaçu - SP
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