Palavra do leitor
- 25 de maio de 2011
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A 'aposta de Pascal' e o 'oba-oba' da fé racional
O grande matemático francês um dia resolveu apostar também na metafísica. Crer em Deus seria melhor do que não crer, apostou. O perigo maior seria errar e ir para o inferno. Acertando no palpite sobre Sua existência, deveria levar as pessoas (probabilidade) a crer.
Simples: se você crer em Deus e acertar, ganha a vida eterna; se errar (Ele não existir), não fará a menor diferença (o inferno). Se você não acreditar em Deus e Ele existir, você se acabou.
Pascal sabia do que falava, ele é considerado o pai da ciência da probabilidade.
Blaise Pascal é o filósofo da probabilidade: se não podemos estabelecer a existência de Deus, podemos pelo menos apostar. Se não podemos provar (razão) que Ele existe, podemos pelo menos apostar na sua existência. ‘Sinta’ Deus, amigo. Oh! Glória!
O problema é que a aposta de Pascal soa fingida, desonesta, trapaceira. Uma enorme vigarice intelectual. Imaginemos que depois da morte nos achemos diante não do Deus Trino [ou Triuno]; não estejamos diante Deus-Jeová, mas um dos deuses dos Amorreus!
Não teria sido melhor, pergunto a Pascal, não ter apostado em divindade alguma em vez de fazer a aposta errada?
Blaise Pascal bem poderia estar brincando quando propôs a sua aposta, assim como estou brincando com essa de Amorreus, etc. Mas tem muita gente que acredita (sem nunca ter lido os Pensées de Pascal) que o argumento dele é favorável à crença em Deus. Bobagem!
Eu mesmo escrevi alhures que tenho um cunhado que acredita piamente nesse argumento. Ele aposta como Pascal, e faz a sua ‘poupança espiritual’. Coitado!
Só posso suspeitar da razão pela qual ULTIMATO deu um enorme espaço ao francês Blaise Pascal nesse último número; talvez, puro chute meu, imaginando que através da matemática, da lógica, da razão ou quem sabe da mística, pode-se pensar na possibilidade de um Deus (dos Cristãos) que age no mundo, que responde as orações, que cura e que responde ao mal, mas o qual oferece também o livre arbítrio, ser crido. E uma chance!
O filósofo francês rejeitara teólogos medievais e com respeito à razão: essa não podia nem afirmar nem negar a existência de Deus.
Em vez disso Blaise argumentava (olha aí a aposta dele) que as conseqüências (negativas) de não crer são piores do que o ganho se se acreditar na vida eterna (em Deus). É mais racional acreditar do que descrer da existência de Deus. Uma questão de probabilidade!
A premissa é que Deus não concederia a vida eterna a um não-crente e que a sinceridade de uma crença em Deus não seria um requisito para a salvação. Tinha algo a oferecer com sua aposta!
Pascal introduz, assim, uma forma original, uma espécie de ‘voluntarismo’ racional para a equação da fé/razão. Creia, se acertares... . Se não creres, com certeza...
Blaise Pascal imaginaria horrores dos Christopher Hitchens e dos Richard Dawkins da vida. Como é que esse pessoal não dá uma chance a um exame honesto da fé Cristã e cortam-na pela raiz [a priori]?
Quem não dá uma chance, uma oportunidade, ou aposta em Deus; quem não se afasta das distrações do mundo, totalmente absorvidos pelas agitações e preocupações da vida moderna, vai acabar caindo no tédio e no vazio; em um estado de tristeza e angústia insustentável, de descrença mesmo e termina por contemplar a si mesmo no vazio do universo. Errado!
O romantismo da fé (pensava na igreja Católica de seu tempo?) já não satisfazia mais. O dogmatismo racionalista não matava mais a fome da fé. Perfeito!
Segundo ele, a fé (Cristã) deveria ser vista e alimentada pela Bíblia com ênfase na tradição, na cultura, na comunidade Cristã acrescentaria, creio eu.
Essa seria vivida e não mais fundada em um conjunto de proposições dogmáticas (como em teologia sistemática). Procurar-se-ia o significado do mundo, da vida, das coisas.
Não vamos mais à igreja (agora é ‘comunidade’) para aprender princípios, regras ou leis, mas ‘relacionar’ com Deus. A Bíblia é a história da interação Dele com o Seu povo, com o mundo, com o pessoal, sendo esse o propósito primeiro da Bíblia. Viva os milagres!
As narrativas bíblicas estão lá para nos ensinar a viver, daí a tentativa de descobrir a intenção dos autores da Bíblia.
A aposta de Pascal insiste em que nada perderemos se apostarmos na existência de Deus. Se não existir, perdemos; se existir, nada perdemos. Oh! Glória!
Afinal, o coração tem lá suas razões que a própria razão desconhece, desse modo podemos afirmar a importância não apenas da racionalidade da fé, mas dos caminhos do coração. Oh! Glória!
Se em Descartes o pensamento (eu penso, logo existo) é o fundamento da existência, em Pascal esse pensamento é muito ‘geométrico’, dogmático, frio, proposicional demais. Com Pascal temos a dimensão ‘afetiva’ do homem. Oh! Gloria!
Nas suas decisões você segue o coração ou a razão? Parecerão os dois contraditórios? Esqueça, dirá Pascal, são complementares. O coração é o centro de nossas emoções em oposição ao frio das nossas decisões na base da razão.
Oh! Glória!
Simples: se você crer em Deus e acertar, ganha a vida eterna; se errar (Ele não existir), não fará a menor diferença (o inferno). Se você não acreditar em Deus e Ele existir, você se acabou.
Pascal sabia do que falava, ele é considerado o pai da ciência da probabilidade.
Blaise Pascal é o filósofo da probabilidade: se não podemos estabelecer a existência de Deus, podemos pelo menos apostar. Se não podemos provar (razão) que Ele existe, podemos pelo menos apostar na sua existência. ‘Sinta’ Deus, amigo. Oh! Glória!
O problema é que a aposta de Pascal soa fingida, desonesta, trapaceira. Uma enorme vigarice intelectual. Imaginemos que depois da morte nos achemos diante não do Deus Trino [ou Triuno]; não estejamos diante Deus-Jeová, mas um dos deuses dos Amorreus!
Não teria sido melhor, pergunto a Pascal, não ter apostado em divindade alguma em vez de fazer a aposta errada?
Blaise Pascal bem poderia estar brincando quando propôs a sua aposta, assim como estou brincando com essa de Amorreus, etc. Mas tem muita gente que acredita (sem nunca ter lido os Pensées de Pascal) que o argumento dele é favorável à crença em Deus. Bobagem!
Eu mesmo escrevi alhures que tenho um cunhado que acredita piamente nesse argumento. Ele aposta como Pascal, e faz a sua ‘poupança espiritual’. Coitado!
Só posso suspeitar da razão pela qual ULTIMATO deu um enorme espaço ao francês Blaise Pascal nesse último número; talvez, puro chute meu, imaginando que através da matemática, da lógica, da razão ou quem sabe da mística, pode-se pensar na possibilidade de um Deus (dos Cristãos) que age no mundo, que responde as orações, que cura e que responde ao mal, mas o qual oferece também o livre arbítrio, ser crido. E uma chance!
O filósofo francês rejeitara teólogos medievais e com respeito à razão: essa não podia nem afirmar nem negar a existência de Deus.
Em vez disso Blaise argumentava (olha aí a aposta dele) que as conseqüências (negativas) de não crer são piores do que o ganho se se acreditar na vida eterna (em Deus). É mais racional acreditar do que descrer da existência de Deus. Uma questão de probabilidade!
A premissa é que Deus não concederia a vida eterna a um não-crente e que a sinceridade de uma crença em Deus não seria um requisito para a salvação. Tinha algo a oferecer com sua aposta!
Pascal introduz, assim, uma forma original, uma espécie de ‘voluntarismo’ racional para a equação da fé/razão. Creia, se acertares... . Se não creres, com certeza...
Blaise Pascal imaginaria horrores dos Christopher Hitchens e dos Richard Dawkins da vida. Como é que esse pessoal não dá uma chance a um exame honesto da fé Cristã e cortam-na pela raiz [a priori]?
Quem não dá uma chance, uma oportunidade, ou aposta em Deus; quem não se afasta das distrações do mundo, totalmente absorvidos pelas agitações e preocupações da vida moderna, vai acabar caindo no tédio e no vazio; em um estado de tristeza e angústia insustentável, de descrença mesmo e termina por contemplar a si mesmo no vazio do universo. Errado!
O romantismo da fé (pensava na igreja Católica de seu tempo?) já não satisfazia mais. O dogmatismo racionalista não matava mais a fome da fé. Perfeito!
Segundo ele, a fé (Cristã) deveria ser vista e alimentada pela Bíblia com ênfase na tradição, na cultura, na comunidade Cristã acrescentaria, creio eu.
Essa seria vivida e não mais fundada em um conjunto de proposições dogmáticas (como em teologia sistemática). Procurar-se-ia o significado do mundo, da vida, das coisas.
Não vamos mais à igreja (agora é ‘comunidade’) para aprender princípios, regras ou leis, mas ‘relacionar’ com Deus. A Bíblia é a história da interação Dele com o Seu povo, com o mundo, com o pessoal, sendo esse o propósito primeiro da Bíblia. Viva os milagres!
As narrativas bíblicas estão lá para nos ensinar a viver, daí a tentativa de descobrir a intenção dos autores da Bíblia.
A aposta de Pascal insiste em que nada perderemos se apostarmos na existência de Deus. Se não existir, perdemos; se existir, nada perdemos. Oh! Glória!
Afinal, o coração tem lá suas razões que a própria razão desconhece, desse modo podemos afirmar a importância não apenas da racionalidade da fé, mas dos caminhos do coração. Oh! Glória!
Se em Descartes o pensamento (eu penso, logo existo) é o fundamento da existência, em Pascal esse pensamento é muito ‘geométrico’, dogmático, frio, proposicional demais. Com Pascal temos a dimensão ‘afetiva’ do homem. Oh! Gloria!
Nas suas decisões você segue o coração ou a razão? Parecerão os dois contraditórios? Esqueça, dirá Pascal, são complementares. O coração é o centro de nossas emoções em oposição ao frio das nossas decisões na base da razão.
Oh! Glória!
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