Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

A 'aposta de Pascal' e o 'oba-oba' da fé racional

O grande matemático francês um dia resolveu apostar também na metafísica. Crer em Deus seria melhor do que não crer, apostou. O perigo maior seria errar e ir para o inferno. Acertando no palpite sobre Sua existência, deveria levar as pessoas (probabilidade) a crer.

Simples: se você crer em Deus e acertar, ganha a vida eterna; se errar (Ele não existir), não fará a menor diferença (o inferno). Se você não acreditar em Deus e Ele existir, você se acabou.

Pascal sabia do que falava, ele é considerado o pai da ciência da probabilidade.

Blaise Pascal é o filósofo da probabilidade: se não podemos estabelecer a existência de Deus, podemos pelo menos apostar. Se não podemos provar (razão) que Ele existe, podemos pelo menos apostar na sua existência. ‘Sinta’ Deus, amigo. Oh! Glória!

O problema é que a aposta de Pascal soa fingida, desonesta, trapaceira. Uma enorme vigarice intelectual. Imaginemos que depois da morte nos achemos diante não do Deus Trino [ou Triuno]; não estejamos diante Deus-Jeová, mas um dos deuses dos Amorreus!

Não teria sido melhor, pergunto a Pascal, não ter apostado em divindade alguma em vez de fazer a aposta errada?

Blaise Pascal bem poderia estar brincando quando propôs a sua aposta, assim como estou brincando com essa de Amorreus, etc. Mas tem muita gente que acredita (sem nunca ter lido os Pensées de Pascal) que o argumento dele é favorável à crença em Deus. Bobagem!

Eu mesmo escrevi alhures que tenho um cunhado que acredita piamente nesse argumento. Ele aposta como Pascal, e faz a sua ‘poupança espiritual’. Coitado!

Só posso suspeitar da razão pela qual ULTIMATO deu um enorme espaço ao francês Blaise Pascal nesse último número; talvez, puro chute meu, imaginando que através da matemática, da lógica, da razão ou quem sabe da mística, pode-se pensar na possibilidade de um Deus (dos Cristãos) que age no mundo, que responde as orações, que cura e que responde ao mal, mas o qual oferece também o livre arbítrio, ser crido. E uma chance!

O filósofo francês rejeitara teólogos medievais e com respeito à razão: essa não podia nem afirmar nem negar a existência de Deus.

Em vez disso Blaise argumentava (olha aí a aposta dele) que as conseqüências (negativas) de não crer são piores do que o ganho se se acreditar na vida eterna (em Deus). É mais racional acreditar do que descrer da existência de Deus. Uma questão de probabilidade!

A premissa é que Deus não concederia a vida eterna a um não-crente e que a sinceridade de uma crença em Deus não seria um requisito para a salvação. Tinha algo a oferecer com sua aposta!

Pascal introduz, assim, uma forma original, uma espécie de ‘voluntarismo’ racional para a equação da fé/razão. Creia, se acertares... . Se não creres, com certeza...

Blaise Pascal imaginaria horrores dos Christopher Hitchens e dos Richard Dawkins da vida. Como é que esse pessoal não dá uma chance a um exame honesto da fé Cristã e cortam-na pela raiz [a priori]?

Quem não dá uma chance, uma oportunidade, ou aposta em Deus; quem não se afasta das distrações do mundo, totalmente absorvidos pelas agitações e preocupações da vida moderna, vai acabar caindo no tédio e no vazio; em um estado de tristeza e angústia insustentável, de descrença mesmo e termina por contemplar a si mesmo no vazio do universo. Errado!

O romantismo da fé (pensava na igreja Católica de seu tempo?) já não satisfazia mais. O dogmatismo racionalista não matava mais a fome da fé. Perfeito!

Segundo ele, a fé (Cristã) deveria ser vista e alimentada pela Bíblia com ênfase na tradição, na cultura, na comunidade Cristã acrescentaria, creio eu.

Essa seria vivida e não mais fundada em um conjunto de proposições dogmáticas (como em teologia sistemática). Procurar-se-ia o significado do mundo, da vida, das coisas.

Não vamos mais à igreja (agora é ‘comunidade’) para aprender princípios, regras ou leis, mas ‘relacionar’ com Deus. A Bíblia é a história da interação Dele com o Seu povo, com o mundo, com o pessoal, sendo esse o propósito primeiro da Bíblia. Viva os milagres!

As narrativas bíblicas estão lá para nos ensinar a viver, daí a tentativa de descobrir a intenção dos autores da Bíblia.

A aposta de Pascal insiste em que nada perderemos se apostarmos na existência de Deus. Se não existir, perdemos; se existir, nada perdemos. Oh! Glória!

Afinal, o coração tem lá suas razões que a própria razão desconhece, desse modo podemos afirmar a importância não apenas da racionalidade da fé, mas dos caminhos do coração. Oh! Glória!

Se em Descartes o pensamento (eu penso, logo existo) é o fundamento da existência, em Pascal esse pensamento é muito ‘geométrico’, dogmático, frio, proposicional demais. Com Pascal temos a dimensão ‘afetiva’ do homem. Oh! Gloria!

Nas suas decisões você segue o coração ou a razão? Parecerão os dois contraditórios? Esqueça, dirá Pascal, são complementares. O coração é o centro de nossas emoções em oposição ao frio das nossas decisões na base da razão.
Oh! Glória!
P - RN
Textos publicados: 97 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.