Palavra do leitor
- 30 de outubro de 2016
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Olha só, eu não queria escrever sobre a ressurreição só porque hoje se comemora a ressurreição de Cristo que, em tese, abriu o caminho para a ressurreição de todos nós.
No momento, não estou interessado em ressurgir dos mortos, viver de novo ou uma nova vida. A amostra está sendo mais do que suficiente para mim. Só se me provarem que a tal nova vida seria em outro mundo, com outro tipo de habitantes e eu viesse a ser uma pessoa completamente diferente do que sou. Mas se entendo alguma coisa do texto bíblico, a ideia é renascer para viver ao lado de Cristo mil anos, só para comprovar que nem com ele a bordo deixaremos de pecar. Tô fora!
Fui uma criança triste. Quando menino, tive poucos momentos felizes, como a maioria dos meninos e meninas que conheci. Nossos momentos felizes eram fugazes. Mas nunca imaginei ou sonhei que seria um adulto infeliz. Não, não quero outra vida. Basta essa. Não tenho tanta longanimidade assim. Na verdade, sou bem fraco nesse quesito.
Talvez você esteja imaginando que as minhas razões sejam de foro íntimo ou pessoal. Que meu filho ou minha situação financeira sejam os agentes determinantes de minha vida infeliz. Não se engane. Não sou a Sandy (uma infeliz que se pensa cantora) que diz ter tudo na vida e nada mais a desejar. Estou mais para o fundador do Exército de Salvação, William Booth, um reverendo metodista que tinha uma profunda consciência social, isso lá pelos idos de 1865 e que declarou: "enquanto houver uma criança perambulando pelas ruas, com a mão estendida por um pedaço de pão, eu não estarei feliz".
Não quero viver essa infelicidade outra vez. Muito menos ao lado de Cristo. Não suportaria olhar para Ele em meio a tanta desgraça. Sua dor me mataria. Não conseguiria repetir a dose e permanecer ao lado de gente que concebe algo como o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), essa peça demoníaca que simplesmente atirou crianças e adolescentes no mundo do crime, de vez. Não desejo saborear a destruição de um planeta inteiro, uma segunda vez. Não quero, nem que prometam o mundo a meus pés.
Uma nova vida, ao lado dos Bushs, Lulas e seus companheiros letais do presente, do passado e do futuro, seria a tortura suprema. Não suportaria ver e ouvir de fatos como Vietnan e Iraque outra vez. Não quero viver em um mundo de tamanha desigualdade, preconceitos e individualismos, de novo. Tô fora.
Estou contando os anos que me restam. Meu plano é me desfazer do pouco que ainda possuo. Juro que não buscarei nada além do pão nosso de cada dia. Doarei meus livros, minhas coisinhas, pagarei o que puder, pedirei perdão para tantos que magoei, principalmente com essas mentiras religiosas, prepararei o caminho para os meus filhos e abençoá-lo-eis, amarei um pouco mais a Dedé e depois partirei com um sorriso no canto dos lábios. Talvez mais uns vinte ou vinte e cinco anos, salvo imprevistos. Espero que Deus me abençoe, pelo menos nisso, já que esteve ocupado demais para notar a minha presença. Também, com tanta desgraça por aí, nem Ele dá conta.
Não consigo entender esse negócio de celebrar a vida, essa droga. Talvez os americanos do norte e os europeus consigam, se forem capazes de não olhar para os outros seres humanos do planeta, que não fosse com a intenção de explorá-los, como sempre fizeram.
Pior seria imaginar viver de novo. Não contem comigo.
No momento, não estou interessado em ressurgir dos mortos, viver de novo ou uma nova vida. A amostra está sendo mais do que suficiente para mim. Só se me provarem que a tal nova vida seria em outro mundo, com outro tipo de habitantes e eu viesse a ser uma pessoa completamente diferente do que sou. Mas se entendo alguma coisa do texto bíblico, a ideia é renascer para viver ao lado de Cristo mil anos, só para comprovar que nem com ele a bordo deixaremos de pecar. Tô fora!
Fui uma criança triste. Quando menino, tive poucos momentos felizes, como a maioria dos meninos e meninas que conheci. Nossos momentos felizes eram fugazes. Mas nunca imaginei ou sonhei que seria um adulto infeliz. Não, não quero outra vida. Basta essa. Não tenho tanta longanimidade assim. Na verdade, sou bem fraco nesse quesito.
Talvez você esteja imaginando que as minhas razões sejam de foro íntimo ou pessoal. Que meu filho ou minha situação financeira sejam os agentes determinantes de minha vida infeliz. Não se engane. Não sou a Sandy (uma infeliz que se pensa cantora) que diz ter tudo na vida e nada mais a desejar. Estou mais para o fundador do Exército de Salvação, William Booth, um reverendo metodista que tinha uma profunda consciência social, isso lá pelos idos de 1865 e que declarou: "enquanto houver uma criança perambulando pelas ruas, com a mão estendida por um pedaço de pão, eu não estarei feliz".
Não quero viver essa infelicidade outra vez. Muito menos ao lado de Cristo. Não suportaria olhar para Ele em meio a tanta desgraça. Sua dor me mataria. Não conseguiria repetir a dose e permanecer ao lado de gente que concebe algo como o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), essa peça demoníaca que simplesmente atirou crianças e adolescentes no mundo do crime, de vez. Não desejo saborear a destruição de um planeta inteiro, uma segunda vez. Não quero, nem que prometam o mundo a meus pés.
Uma nova vida, ao lado dos Bushs, Lulas e seus companheiros letais do presente, do passado e do futuro, seria a tortura suprema. Não suportaria ver e ouvir de fatos como Vietnan e Iraque outra vez. Não quero viver em um mundo de tamanha desigualdade, preconceitos e individualismos, de novo. Tô fora.
Estou contando os anos que me restam. Meu plano é me desfazer do pouco que ainda possuo. Juro que não buscarei nada além do pão nosso de cada dia. Doarei meus livros, minhas coisinhas, pagarei o que puder, pedirei perdão para tantos que magoei, principalmente com essas mentiras religiosas, prepararei o caminho para os meus filhos e abençoá-lo-eis, amarei um pouco mais a Dedé e depois partirei com um sorriso no canto dos lábios. Talvez mais uns vinte ou vinte e cinco anos, salvo imprevistos. Espero que Deus me abençoe, pelo menos nisso, já que esteve ocupado demais para notar a minha presença. Também, com tanta desgraça por aí, nem Ele dá conta.
Não consigo entender esse negócio de celebrar a vida, essa droga. Talvez os americanos do norte e os europeus consigam, se forem capazes de não olhar para os outros seres humanos do planeta, que não fosse com a intenção de explorá-los, como sempre fizeram.
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