Por Andressa Marinho

Já faz alguns dias que fui a Viçosa pela primeira vez, à Ultimato pela primeira vez, ao CEM pela primeira vez. As emoções vividas antes, durante e depois foram muito intensas e bem compartilhadas com ouvidos próximos. A empolgação na ida, na estadia e no retorno eram coisas difíceis de decifrar.

Agora, após algum tempo de molho, tento escrever um relato meio carta de agradecimento. Um relato imediato, talvez, conseguiria captar melhor e com mais integridade as sensações experienciadas. Mas também penso que as lembranças um pouco envelhecidas podem trazer um sabor diferente à memória… elas são feitas de coisas que se alojaram e encontraram lugar para ficar na mente e no coração.

Bom, eu fui com muitas expectativas e receios, eu confesso. A mente inquieta que tenta prever os passos me acompanhou, mas ela silenciava quando a fé resolvia falar. Um dia antes da viagem, eu escrevi uma oração ao Senhor e agradeci, porque o que estava acontecendo era, de fato, um sonho antigo. Em meio a um turbilhão de pensamentos, uma certeza no peito: Deus é realmente muito bom! Abro aspas aqui para compartilhar meu pedido nessa oração escrita: “Quero estar de coração aberto para viver novas histórias por lá, para aprender e compartilhar. Para dividir um quilo de sal na mesa preparada por Jesus”.

Chegando lá, eu e minha irmã, Evelin, brincamos que parecia que havíamos chegado no destino de um intercâmbio: “Que país gelado é esse?!”. Dormi ansiosa para o dia seguinte e minha ansiedade contrastava com a alegria leve da minha irmã por simplesmente estar ali, vivendo algo inusitado no meio da semana. No dia seguinte, acordei e vi a cesta de café da manhã cuidadosamente preparada pela Ariane que nos supriu muito bem durante todos os dias. Vimos rapidamente as meninas do alojamento do Centro Evangélico de Missões, onde ficamos hospedadas, e fomos para o “mato”. Eu começava a pisar no chão da realidade.

Quando vi o prédio da Ultimato pela primeira vez, fiquei emocionada, sem entender como tudo aquilo estava acontecendo. Enquanto isso, eu dizia interiormente para as preocupações me deixarem curtir cada momento. Como seria breve, eu sabia que cada instante seria único. Até entrei duas vezes para reparar melhor. Conheci Ariane, Lora, assim como o Aleff, Marcos, Emmanuel, Cristina, Vanessa, Júlia, Gabi, Letícia, Lúcia, Fábio (que, diga-se de passagem, preparou uma lista de locais para comer muito útil), Filipe e tantos outros ultimateiros. Tímida, cheguei no café da manhã e a oração feita ali aqueceu o meu coração (e é claro, os raios de sol em alguns cantinhos). Mas algo me ocorria: meus colegas de trabalho eram, também, meus irmãos em Cristo.

Bom, apressando os fatos, eu quis saborear não só o chá e bolos deliciosos, mas todo o lugar. Ver as capas da Ultimato de todos os anos e contemplar a jornada. Folhear as edições antigas da revista e pensar na grande história de Deus através do tempo. Ver o legado do reverendo Elben César e imaginá-lo ali orando, escrevendo, passeando pelo jardim. Aliás, eu olhei várias vezes para o jardim para registrar no coração. Sentar à mesa do escritório para trabalhar e sentir a emoção de estar ali. Almoçar com Ariane, Aleff e Vanessa. Foi legal saber sobre os deslocamentos do Aleff e do dom da música, saber que Vanessa era uma possível amiga de evento da ABU e que cuida das crianças da igreja e ver de perto o jeito amável da Ariane para com todos.

Essa foi uma parte do primeiro dia, mas o que sucedeu: o almoço delicioso na casa da Lora e do Délio (preparado pelas mãos abençoadas da Lu), as comidas, histórias e boas risadas na casa do Davi e da Samara, mais conversas à mesa com as meninas do CEM (até oração beirando a madrugada), a visita ao escritório da Interseve acompanhada pela Zenilda e outros momentos me confirmaram que Deus ouviu mesmo a minha oração: Ele preparou várias mesas de comunhão. E Ele era o anfitrião em todas elas.

Foram tantos detalhes preciosos e pessoas preciosas, são tantos adjetivos para descrever a experiência: hospitalidade, acolhimento…, mas agora faço o que a Ariane me propôs a fazer quando passamos pela placa “pare, olhe, escute”… A verdade é que quando paro para lembrar agora, o que vem à mente é um trecho de uma conversa, uma frase e um versículo:

– Na Ultimato cada mês é um novo milagre, são 55 anos de milagre.

– “Ore como se tudo dependesse de Deus. Trabalhe como se tudo dependesse de você”

– Deus, em Cristo, está reconciliando todas as coisas: “e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão no céu, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz” (Cl 1.20).

No fim das contas, a realidade foi bem melhor do que as minhas previsões. Sentir o ar fresco de Viçosa, a natureza, o evangelho de Cristo juntando todos e fazendo tudo ter mais sentido (como disse à Ariane: tudo tem cheiro de boa nova), ver o legado e as novas gerações, ver a missão de Deus pulsando em todo canto e em todos os corações, ver a Ultimato ganhar espaço físico, rostos, nomes e histórias… que presente, que graça de Deus!

Obrigada por me proporcionarem esses dias comuns e cheios de beleza! Obrigada por me permitirem participar disso tudo: trabalhar na Ultimato é me sentir parte de algo que edifica a igreja de Cristo e edifica a mim… A cada contato com os conteúdos, eu paro, olho e escuto… ouço Deus falar. É um privilégio!

Que Deus abençoe muito vocês, minhas irmãs e meus irmãos!

Abraços,

Andressa


  • Andressa Marinho é estagiária no Núcleo Web da Ultimato e estudante de letras no CEFET de Belo Horizonte, MG.

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