Por Mikaella Santos Tardelli

 

Quando um jovem cristão ingressa à universidade:
– O que ele pensa: “Nossa vou estudar algo que gosto!”
– O que sua mãe pensa: “Deus tenha misericórdia, meu filho vai se perder!”
– O que o pai pensa: “É, filho, esses são os primeiros passos!”
– O que a avó pensa: “Espero que ele estude mais do que na escola!”

Brincadeiras à parte, muitas ideias vêm à nossa mente ou na mente de pessoas próximas a nós ao entrarmos na universidade, mas o que devemos pensar? É importante termos em mente que lá é um lugar de oportunidades: você pode encontrar o emprego dos sonhos a partir dela, bem como abrir a mente para as situações ocorridas neste tempo. Você pode fazer grandes amigos que irão durar a vida toda ou até encontrar a pessoa amada… enfim, a universidade é um lugar de oportunidades!

Nas Escrituras aprendemos que tudo o que fazemos deve ser para glorificar a Deus (1Co 10.31), mas vejo que muitos entendem isso de maneira equivocada. Por exemplo, sabemos que a universidade é um local onde podemos evangelizar; é também um espaço para “defendermos” nossa fé das ideologias que a confronta. Não penso que seja só isso, a universidade nos dá diversas possibilidades, além das citadas acima, mas gostaria de acrescentar algo que tenho refletido a respeito.

Viver em uma era pós-moderna nos influencia a pensar que “aquilo que sentimos é aquilo que cremos”, e isso é perigoso, pois o que sentimos é algo que envolve nosso emocional – e para a psicologia, a emoção é algo que não conseguimos controlar. Se aquilo que sentimos é aquilo que cremos… aquilo que cremos conduz nossa atitude. Se pensarmos bem, todos os dias podemos sentir algo diferente; assim, não teremos algo concreto, algo firme e isso trará todo um desequilíbrio em nossa vida.

As ideologias pós-modernas têm um viés reducionista, e precisamos ser críticos (aqui, parto do princípio de que a crítica é uma busca ou investigação profunda) o suficiente para dialogar com elas – e isso é uma oportunidade que a universidade nos proporciona. Estamos acostumados a evangelizar apresentando muitos argumentos; contudo, precisamos lembrar que existem ideias que só são entendidas com a ajuda do Espírito Santo. Aprendi que a Bíblia não é um livro filosófico, mas nos dá princípios que norteiam a filosofia, a cultura e todas as suas esferas e a maneira como enxergamos o mundo. Creio que o nosso Deus é o Deus da ciência em todas as suas áreas, o Deus que dialoga com a cultura. Por isso, na universidade podemos crescer em conhecimento e em graça diante de Deus e dos homens.

Se somos universitários, professores e estudantes de uma forma geral, na mesma medida sejamos cristãos letrados nas Escrituras; pois somos chamados para muito mais do que evangelizar: podemos adentrar nas linhas ideológicas e filosóficas, ser influências em nosso meio, ser bons pensadores. Como cristãos somos chamados a dialogar em nosso meio, a dar gosto ao que é sem sal; somos a luz que se acende no meio da escuridão (Mt 5.13-16). Devemos criar oportunidades para que a verdade da Salvação seja anunciada e mentes sejam libertas, para que assim o Senhor seja glorificado.

 

  • Mikaella Santos Tardelli é pedagoga e psicopedagoga clínica e institucional.

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