O controle de todas as coisas
Por Jeverton “Magrão” Ledo
“Essas são as novas medidas adotadas pelo Governo para as festas de final de ano, e o número de infectados está 23% maior do que na semana anterior. Seguimos agora ao vivo com o nosso repórter que conversa com o Ministro da Saúde. Quando teremos nossa vida de volta? Manifestações para o relaxamento das medidas tomam as ruas” – diz o apresentador.
O início de uma vacinação em massa é a esperança para esse 2021. 2020 é um ano que será lembrado até o fim da nossa existência. Mas, e a manjedoura, o nascimento, a luz que dissipa as trevas?
O mundo parece definitivamente estar de cabeça para baixo, o isolamento tem afetado o comportamento, e principalmente, ouso dizer, a forma como muitos, inclusive os cristãos, têm enxergado o novo normal.
Novo normal? Sim, isso mesmo, o novo normal. Essa pequena expressão está em alta em diferentes rodas de conversa.
Algumas pessoas me perguntam se já me acostumei com o novo normal. Confesso que não faz sentido para mim, já que a vida segue sua trajetória.
Claro, a pandemia tem afetado nossa vida, e eu não ouso ignorar esse período sombrio e desconhecido. O grande problema em minha visão é que muitos estão se esquecendo que o controle de todas as coisas segue nas mãos do Criador.
Os olhos de muitos cristãos se voltaram para as circunstâncias, para as grandes ondas que batem contra nossa pequena embarcação. Pessoas estão sendo dominadas pelo medo e desconfiança, tentando com todas as forças retomar um mínimo controle de sua própria vida.
Mas lá se foi mais um Natal. Os encontros foram virtuais, famílias brindaram à distância, os presentes chegaram via Correios. E a pergunta segue ecoando: e a manjedoura?
Que entremos o novo ano esperando não que aconteça uma reviravolta, com as escolas e blocos de carnaval invadindo as ruas, trazendo, na visão de muitos, um pouco de alegria e divertimento. Mas, que o novo ano traga uma reflexão consciente do nosso eu pecador, nos enchendo de compaixão e comprometimento com o que realmente importa.
Que o novo, tão esperado, seja como uma palavra de ordem. Palavra que nos transforme, gerando mudanças reais que possam sim impactar o mundo, e todos aqueles que seguem vagando e vagando, certos de que o mundo será como antes.
- Jeverton “Magrão” Ledo é missionário e trabalha com juventude. É um apaixonado por quadrinhos e arte, e reside com a família na Bélgica.
Antonia Leonora van der Meer
Como sempre, gosto de ler os artigos do Magrão, reflexões honestas sobre situações às vezes bem complicadas, como a de hoje. Mas não perde a esperança e nos chama a voltar o nosso olhar não para a vacina, que é importante, mas para o Deus Criador que continua com o controle da história e que entrou em nosso mundo sofrido para nos oferecer vida e luz.
Antonia Leonora van der Meer
O relato do Magrão é importante, e nos leva a refletir sobre a desilusão a temores que vivemos, mas ele nos convida a levantar os olhos para o Senhor que continua tendo o controle da história. Ele nos dá segurança e esperança