Por Jeverton “Magrão” Ledo

Os enfeites de Natal já estão decorando as vitrines. Caixas empoeiradas estão sendo abertas ao redor do mundo, afinal já se passou quase um ano. Caixas que guardam as árvores que têm seu lugar especial na sala.

Pessoas lançam nas redes sociais suas pré-análises de um ano conturbado em muitos países. Crises, eleições, golpes, calúnias… e a lista segue e segue.

E você? Já sei, não vê a hora desse 2019 acabar logo.

Cansaço, desânimo, apreensão, desconfiança, e por que não dizer desesperança, abatem a sua alma e consomem quase que seu último fôlego.

Exagerei? Será mesmo um exagero da minha parte, ou estamos mesmo exaustos? Seja nos atendimentos via Skype, ou em conversas informais com amigos via WhatsApp, uma queixa é comum: “me sinto cansado” confessam.

Uma entre muitas perguntas preencheu minha mente: o que tem nos deixado tão cansados? Durante os últimos dias tenho refletido na tentativa de encontrar o caminho que nos livre dessa “bola de neve”.

Por vezes não se sabe exatamente onde tudo se iniciou. Pode ter sido no corre corre diário, pois temos a sensação de que estamos sempre atrasados. Se estou atrasado, deixa eu correr, afinal tempo é dinheiro, já dizia nosso amigo – ou melhor, inimigo – dito popular.

O stress do trânsito conturbado das grandes cidades, o mercado financeiro com seu frenético sobe e desce, as notícias que revelam um mundo caótico, perdido, dando voltas sem chegar a lugar nenhum.

“Para tudo, queremos descer”, gritam em coro.

O equilíbrio está se perdendo, vivem em descompasso. A vida tem passado tão rápido e as demandas são tantas, que se esquecem de cuidar de si mesmos. Esquecem de cuidar da mente, das emoções, da saúde física e espiritual.

Estão doentes. Mergulhados no oceano de indagações e questionamentos, carregando pesos de anos e anos. Sendo engolidos pelas ondas que não param de bater.

O tempo poderia nos ajudar a tentar começar a responder o porquê? Teria o tempo algum poder? Que tempo é esse? Seria aquele que mostra que os ponteiros do relógio, seguindo sua corrida?

Não, na verdade quero apontar para o tempo a sós, o tempo que silencia a alma e abre o coração. O tempo que te aproxima de si mesmo e te conecta com o mais profundo do seu ser, abrindo assim o caminho para que seja conduzido a uma vida equilibrada.

Esse exercício diário tem há muitos anos me ajudado a me desconectar dos barulhos ao redor, me levar a olhar além de mim mesmo e me revelar o real propósito do caminhar.

Equilibrado, enfrento a realidade com uma consciência mais aguçada e sigo remando.

Essa prática é uma das ferramentas que temos a nosso favor. Silenciar os barulhos internos exige disciplina e um desejo profundo de vencer o desafio de esvaziar suas próprias mochilas.

Vença o desafio e siga, afinal temos uma história para contar e um legado a deixar.

  • Jeverton “Magrão” Ledo é missionário e trabalha com juventude. É um apaixonado por quadrinhos e arte, e reside com a família na Bélgica.
  1. Elisson Terêncio Souza

    Perseverar nesse exercício diário do tempo a sós é a grande chave. Nos aquietarmos para nos ouvir e ouvir o Criador. Bacana o texto, brother! Abraço!

  2. É, amigo, realmente precisamos silenciar. A devocional sempre me ajuda a seguir. Ainda mais quando leio Filipenses 4. Faz com que meu coração descanse no Senhor.
    Abraços c Saudades.

  3. Daniel Santana de Oliveira

    Realmente precisamos ter um uma parada a cada dia…
    Ler a PALAVRA e fazermos uma boa dose de reflexão…
    “Simplesmente dá uma pausa”.

  4. Antonia van der Meer

    Magrão, que artigo excelente, se bem que li depois de um tempo significativo, mas suas reflexões continuam atuais e válidas, e muito especialmente seu convite a aquietar o coração e a mente e passar um tempo de renovo na presença de Deus.
    Obrigada!

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