Wat zeg je? O que você está dizendo?
Por Jeverton “Magrão” Ledo
Sim! Andei meio sumido.
Fui reler meu último artigo publicado e logo percebi que estava na hora de trazer uma nova reflexão.
Continuo em meio aos meus devaneios, reflexões, análises e autoanálises, tendo ao meu lado as boas folhas brancas, companheiras da madrugada.
Mas esse tempo foi por um motivo nobre. Estava realizando muitos exames por conta de uma enfermidade que me acompanha há alguns anos.
Fiquem tranquilos, sigo sendo acompanhado por meu neurologista e sempre grato pela vida. Mas essa trajetória pode encontrar seu devido espaço em outra reflexão.
Você deve estar estranhando o título, e se perguntando, o que te levou a usar essa expressão?
Essa é uma expressão comumente utilizada no holandês. Diante do não entendimento de uma determinada situação ou pergunta, wablief tem o seu lugar.
Em muitos momentos quando sou abordado na rua ou vou falar com alguém no supermercado, farmácia ou outro lugar, recorro ao bom e sempre útil. Wat zeg je?
Mas e em nossa caminhada de fé? Quantas e quantas vezes as coisas não se fazem claras para nós, não é verdade?
São diferentes situações, dilemas, decisões, e você precisando entender o que está acontecendo, procurando por respostas.
Temos por natureza a dificuldade de ler nas entrelinhas, temos a tendência de querer tudo pronto. Mas estamos realmente prontos para escutar atentamente, e dispostos a entender que nem sempre as coisas são como eu e você queremos?
A compreensão exige esforço, disposição para aprender, humildade, se desarmar e perceber que em muitos momentos, sou eu, o meu sabotador.
Pense comigo, quantas vezes eu e você, diante de nossa experiência e sabedoria, achismos e todos seus companheiros, nos encontramos de ouvidos fechados para escutar.
Queremos ser os donos da verdade, impor nossas ideias, ensinar nossas filosofias. E o outro, ah, o outro deve entender que sua posição deve ser de um mero aprendiz.
Quanto tempo perdemos quando resolvemos nos colocar na posição de detentores de alguma coisa. A caminhada se torna árdua, cansativa, e com aparência de deserto.
Parece que esse é o desejo de muitos: manter a guarda armada, os punhos cerrados e os ouvidos fechados. Você está mesmo disposto a passar quarenta anos no deserto?
- Jeverton “Magrão” Ledo é missionário e trabalha com juventude. Ele e a esposa moram em Gent, na Bélgica.
Paula
“Só sei que nada sei”
40 anos no deserto às vezes ainda é pouco…bom artigo Magrão.
Lucas
Brother Magro, esse texto pede um bom e longo bate-papo!
Mexeu comigo!
Um grande abraço!