Não dá para brincar de esconde-esconde com Deus
Por Renan Vinícius
Se você está lendo este texto no blog Jovem da Ultimato, você é, provavelmente, um jovem.
Como jovem, certamente tem algumas responsabilidades, como trabalhar ou ir à universidade, cuidar da casa, pagar a conta de internet, aluguel, entre tantas outras coisas. Mas embora hoje você tenha muitas responsabilidades, um dia você foi criança. E, quando criança, o que você gostava de fazer? Correr? Brincar de elástico? De “lutinha”? Esconde-esconde? Se eu perguntar se você ainda continua participando de alguma dessas brincadeiras, certamente pensará: “é claro que não”. Será?
Recentemente, revisitei algumas músicas cristãs infantis que ouvia durante a infância. Uma delas me chamou bastante a atenção: “Esconde-esconde”, do Diante do Trono. Percebi então que, embora pareça coisa de criança, o “esconde-esconde” pode ser um hábito que permanece mesmo quando adultos.
Quando criança, tentamos nos esconder dos nossos pais quando fazemos alguma arte e quebramos algum objeto de nossas casas. Quando pré-adolescentes, nos escondemos daquele amigo com quem brigamos ou do professor quando nos esquecemos de fazer a tarefa. E na sua caminhada cristã, será que você já brincou de esconde-esconde? Será que já tentou se esconder de Deus após falhar ou errar de novo em relação àquele pecado com o qual você luta há anos?
Não preciso que você responda, certamente em algum momento da sua vida você já tentou se esconder de Deus, mesmo que por pouco tempo. Se você nunca parou para pensar nisso e está achando agora que somos inovadores, lamento dizer que a humanidade tenta brincar de esconde-esconde com Deus há muito tempo. Olha só:
“Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus, que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: “Onde está você?”. E ele respondeu: “Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi” (Gênesis 3:8-10 NVI).
Quando pecamos, nos sentimos distantes de Deus. Deus é santo, puro, perfeito e, como pecadores que somos, não merecemos a glória dele. Como o profeta Isaías escreveu, “as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá” (Isaías 59:2 NVI).
A teimosia de Adão e Eva os afastou de Deus. Quando perceberam que erraram, eles tentaram se esconder. Eles já conheciam a glória do Senhor, mas se renderam às tentações do pecado, como muitas vezes nós fazemos. A tentativa de se esconder não deu muito certo, é claro. Eles foram encontrados e então não restou nenhuma alternativa a não ser… pedir desculpas? Não, Adão colocou a culpa em Eva e até em Deus, enquanto Eva colocou a culpa na serpente.
E Deus perguntou: “Quem disse que você estava nu? Você comeu do fruto da árvore da qual o proibi de comer?” Disse o homem: “Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. O Senhor Deus perguntou então à mulher: “Que foi que você fez?” Respondeu a mulher: “A serpente me enganou, e eu comi”. (Gênesis 3:11-13 NVI)
A justificação humana é falha. Vejam que em todo o tempo há uma tentativa de terceirizar a culpa. Nós dificilmente assumimos que estamos errados. Nós somos pecadores e não conseguiremos jamais, por nossos atos, pagar o preço a Deus. Felizmente, em Isaías, Deus nos faz uma promessa: “O Redentor virá a Sião, aos que em Jacó se arrependerem dos seus pecados” (Isaías 59:20 NVI) .
Não fosse Jesus, estaríamos eternamente condenados ao esquecimento dentro do quarto escuro em que nos escondemos. Mas, felizmente, não dá pra brincar de esconde-esconde com Deus. “No dia seguinte, João viu Jesus aproximando-se e disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29 NVI).
Jesus nos ama incondicionalmente e pagou o preço dos erros que cometemos. E dos que infelizmente ainda iremos cometer. O nosso cordeiro venceu! Nossa dívida foi paga… mas você aceitaria facilmente que alguém pagasse todas as suas mensalidades atrasadas e os gastos que terá com conselho de ordem, compra de casa?
Aceitar algo de graça pode não ser tão simples quanto parece. Muitas vezes, o orgulho ou o senso de justiça própria nos fazem entender que precisamos fazer algo para nos redimir, como se pudéssemos barganhar com Deus. Nessas situações, reduzimos o poder redentor de Cristo e achamos que somos capazes consertar a nossa situação.
Precisamos entender que não, não podemos fazer nada para mudar nossa situação. Como escrevi em um texto anterior, “não importa se você errou muito ou pouco, a boa notícia é o que pedido sincero de perdão tem uma resposta maravilhosa de Deus que, com sua graça, afasta de nós a culpa e a acusação. O perdão é algo libertador, que tira o peso do pecado e nos dá esperança”.
Por isso, se você já tentou ou está tentando se esconder de Deus, confie na graça de Cristo e entenda que você não pode fazer nada para se redimir. Jesus já fez por você. Ele pagou todo o preço. Ele nos tira do quarto escuro em que tentamos nos Esconder.
Como diz a música do título do texto, “Deus conhece o meu coração, ele sabe tudo que eu penso. Mesmo quando estou sozinho, Jesus está me vendo. Ele sabe onde ponho as mãos, cada passo onde piso os meus pés. Quando erro não me rejeita, mas me oferece o perdão“. De fato, “Não dá para brincar de esconde-esconde com Deus , não dá para viver longe do Seu amor“.
Que o Senhor traga sincero arrependimento ao nosso coração e afaste o desejo de nos escondermos dele nos momentos em que falhamos.
- Renan Vinícius tem 23 anos, é paulista de certidão e goiano de coração. É membro da Igreja Presbiteriana de Higienópolis, em São Paulo. Escreve em seu blog pessoal, Assim eu sou.
Este texto foi adaptado de um estudo do “Espaço Higienópolis”, ministério de jovens e estudantes da Igreja Presbiteriana de Higienópolis.
Valmir
7. Para onde poderia eu fugir do teu Espírito? Para onde poderia correr e escapar da tua presença?
(Salmos, 139)
Conheço esse texto e ele é para mim uma resposta num momento em que eu achava que o fato de viajar para outro estado, toda aquela presença divina que me acolhia com perdão e o poder do evangelho,iria fazer com que eu não continuasse a ouvir Deus falar comigo daquele jeito sutil,em forma de paz no coração, dando desejo de me aproximar de sua palavra.