Por Rafaela Senfft

“Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo”. João 14:27

Qual é a paz que o mundo oferece? Vinte dias num SPA ou num lugar paradisíaco? A paz do mundo significa ausência de perturbações e ela não pode ser constante, pois nem sempre tudo vai bem, pelo contrário. Se somos um pouco menos narcisistas, ao ligar a TV as notícias são estarrecedoras. Nada está tranquilo. Ainda que as tragédias pareçam passar longe dos nossos lares, nestes temos as infindáveis inconstâncias privadas que nos assalta.

A paz do mundo parece ser migalha de bons momentos, que se dissipam como neblina sob o menor raio de sol. Basta o regresso daqueles dias gloriosos de descanso nas cidades montanhosas ou nas ilhas calmas do Rio de Janeiro. Bastam alguns minutos na Avenida Brasil pra suprimir parte do seu investimento sensorial e do sossego.

A bateria parece descarregar em meio a um cenário desagradável e a dissonância das buzinas. O ar puro dá lugar à toxicidade da fumaça escura, à paisagem de concreto e à desarmonia estética das construções inacabadas e precárias.

O mal parece ser mais expressivo que o bem. O bem é sutil e, neste caso, está menos aparente. Ele é um habitante no interior das pessoas que nasceram de novo e que muda a perspectiva delas do que é a paz.

A paz de Deus não são migalhas de bem-estar. O salmista recitou que ainda que andasse pelo vale da sombra da morte não temeria mal algum porque sabia que Deus estava com ele. Essa é a paz verdadeira.

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”. Filipenses 4:7

A paz de Deus não tem nada a ver com as circunstâncias, é uma paz se renova todos os dias, ancorada nas promessas de Deus, na ressurreição de Jesus e na eternidade. E quando se trata do aqui e agora, ela suscita que o vale da sombra da morte na companhia de Deus é melhor que dias, meses ou anos se divertindo em Las Vegas.

A paz que Deus dá é duradoura e constante, apesar das preocupações e ansiedade. Através de Cristo essa paz é renovada, sempre viva, e podemos estar confiantes em meio a qualquer situação em que a vida se encontre.

“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia”. 2 Coríntios 4:16

Ter a paz de Deus é ter a perseverança crescendo no coração, é viver na terra olhando para o céu.

“E não vos amoldeis ao sistema deste mundo, mas sede transformados pela renovação das vossas mentes, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Romanos 12:2

A paz de Deus não é a paz que o mundo dá. Ela é a paz dos mártires, do mistério da alegria no meio da tribulação. A paz de Deus ultrapassa tudo que é temporal e traz uma perspectiva fundada na esperança.

Talvez o Senhor não mude determinada situação para que possamos sentir essa sensação de bem-estar e de calmaria que o mundo chama de paz, mas ele muda nossa maneira de lidar com as adversidades da vida.

Assim Ele nos apresenta a sua Paz, muitas vezes até usando os problemas para nos levar a ter uma confiança maior Nele, criando em nós um estilo de vida que independe do grau da tempestade que cai lá fora, porque o que importa são as chamas da lareira que aquecem o interior da casa.

Rafaela Senfft é artista plástica formada pela Escola Guignard/UEMG, onde é professora de História da Arte Ocidental no curso de extensão. É membro de CIVA (Christian in Visual Arts) e congrega na Igreja Esperança, em BH.

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