Bem-aventurados os amigos dos velhos
Bem-aventurados aqueles que entendem por que sempre tropeço e minhas mãos tremem.
Bem-aventurados aqueles que sabem que meus ouvidos agora fazem força para ouvir o que dizem.
Bem-aventurados os que provam saber que meu ânimo baixo está e meus olhos mal podem ver.
Bem-aventurados são eles, eu sei, que hoje cedo não reclamaram quando na mesa café derramei.
Bem-aventurados aqueles que à porta vêm, com sorriso nos lábios e expressão de prazer, repartir comigo as notícias que têm.
Bem-aventurados os que não me trazem à memória, em tom de censura, ou simples brincadeira: “Você já contou duas vezes esta história!”
Bem-aventurados os que nos fazem voltar de tempos passados as doces lembranças, e à alegria da vida assim retornar.
Bem-aventurados os que outros fazem saber que amor eu mereço, que respeito eu tenho, que sozinho não estou no difícil viver.
Bem-aventurados os que do saber têm a luz para ver que hoje as forças me faltam para sobre os ombros levar minha cruz.
Bem-aventurados os que, desejando ajudar, com carinho, amor e com dedicação tornam suave a minha volta pr’ o Lar.
*Publicado na Ultimato de setembro de 1978.
(Tradução adaptada do poemeto em inglês de Esther Mary Walker, Beatitudes for the friends of the aged, por Edijéce Martins Ferreira, pastor da Igreja Presbiteriana da Madalena em Recife, PE)
Jonathan Castro
Lindo texto, só queria pedir que corrigissem o nome da igreja para “Igreja Presbiteriana DA Madalena” (porque é no bairro da Madalena), é que “de Madalena” fica parecendo nome de igreja católica ^^’
ultimatojovem
Obrigado pela observação, Jonathan. Correção efetuada.
Álvaro
No Brasil, diferentemente do Oriente, principalmente o Japão, as pessoas muitas vezes isolam os velhos. Isto é muito triste, pois na época que eles mais necessitam de apoio, amor ou simplesmente alguém para ouvi-los não os encontram. Nos esquecemos que pela graça de Deus um dia ficaremos velhos e precisaremos do apoio de nossos familiares e amigos.