Por Jeverton Ledo (Magrão)

A pergunta do título é interessante, pois sempre me leva a uma reflexão quanto a minha caminhada cristã. Gritos, sussurros, assovios, chamados e silêncio ensurdecedor. Ao olhar para os encontros de Jesus, sempre me intriga a maneira como o Mestre escutava as pessoas.

Hoje, diante de tanto barulho, será que temos tido a sensibilidade de escutar o grito do nosso próximo? Uma das maiores necessidades do homem pós-moderno é ter alguém que o escute não em um simples bate papo, ou uma conversa descompromissada sobre o resultado do jogo da última quarta.

As pessoas têm sofrido sozinhas, e, por estarem sozinhas, guardam os estragos dessa solidão dentro delas mesmas, chegando ao ponto de adoecer.

Escutar, para mim, é um dom. Uma ferramenta que pode trazer cura às feridas mais profundas. Jesus sempre teve esse olhar, ou melhor, ouvido atento para escutar as reais necessidades daqueles que se aproximavam ou tinham um encontro com ele.

O “servir ao reino” nos envolve em muitas coisas que tomamos como primordiais para ser um discípulo. Mas, o que dizer das coisas simples, aquelas que realmente demonstram que estamos trilhando o caminho do se tornar parecido com o Mestre? Refiro-me ao caminho do servir, acolher, estender a mão, indignar-se frente às injustiças e cobiça de muitos, o caminho do coração que me faz silenciar para, assim, escutar o outro.

Pare, pense e olhe para si mesmo. Estamos assentados aos pés de Jesus ou estamos na multidão como meros expectadores?

Encontre seu lugar e vá. Caminhe ao encontro do outro não só com o coração, mas com seus ouvidos, pois o mundo clama, clama por compaixão, por alguém que os escute.

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Jeverton “Magrão” Ledo é missionário, autor de “Minha Escolha Profissional — o que Deus tem a ver com isso?” (Editora Vida).

  1. “o falar é prata e o ouvir é ouro” … bom pra gente cair na real e começar ouvir o próximo , muitas vezes o simples fato de ser ouvida e tudo que alguém precisa. muitoo boa magrão que Deus continue te abençoando e te usando

  2. Vivemos na dita era “pós-moderna” onde tudo é muito volátil, principalmente as relações sociais, e com isso a gente se esquece das coisas simples como ouvir e escutar as pessoas, as situações e tempo que temos vivido. E para além da pergunta que você fez, a respeito de termos ouvidos eu digo mais , o que temos feito com aquilo que ouvimos? Isso tá gerando cura e transformação na vida das pessoas e da nossa sociedade?
    Muito bom o seu texto e que a reflexão continue dentro de nós.

  3. Acho que não escutamos por estarmos preocupados somente com nossa vida, nossos problemas, nossos sonhos…muito boa colocação, devemos realmente nos importar, que Deus nos ajude a nunca sermos indiferentes…

  4. Uma amiga me disse que as vezes pessoas conversam com ela, mas a sua mente está em outro lugar e aquele interlocutor fica ali como se em um interminável blá…blá…blá… No final da conversa ela não absorveu quase nada. Esse é um problema de muitos de nós, que as vezes até paramos para “dar atenção”, mas não necessariamente escutamos o que o outro está falando. Somos impacientes. Jesus sabia ouvir, Ele sabia amar. Precisamos amar e ouvir, estar perto de verdade.
    O texto é muito pertinente para o tempo que estamos vivendo. Que essa mensagem produza frutos em nós e que saibamos servir o Reino e impactar a vida das pessoas ouvindo-as.

  5. Magrão, este é o próprio principio da oração. O pai sabe de todas as coisas nos “detalhes”, mas ele nos instrui a conversar com Ele.

    Quando choramos e nos abrimos, estamos compartilhando a carga, seja com o próprio Jesus ou com o irmão.

    Aquele que tem um amigo para o “escutar” é um agraciado pelo Pai.

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