Por Marlon Bruno

A crença na existência de Deus é colocada em cheque desde tempos imemoriais. Diariamente ele é sentado no banco dos réus e julgado pela limitadíssima racionalidade de suas próprias criaturas. Através da imaginação fértil de algumas delas, nasceram outras teorias e possibilidades metafísicas para o sentido de estarmos aqui. Seja como for, se o acaso criou tudo, ele não se esqueceu de Deus, pois ele existe e prova sua existência desde os primórdios da civilização através da perfeição do que criou: construção, organização e beleza.

Com isto, e com sua revelação especial, as escrituras sagradas, podemos dissertar a respeito dele:

Deus existe, criou todas as coisas, governa e preserva toda a criação [1Sm 2.6-8; Jó 34.14-15]. Ele é soberano sobre tudo e todos e não há nada que fuja do seu controle. Em essência, ele é espírito [Jo 4.24], é grande [Jó 36.26], é justiça [Hb 12.29], é amor [1Jo 4.8], é bom [1Cr 16.34], é luz [1Jo 1.5] e eternamente perfeito em toda a sua composição. Deus é o autor e conservador de toda a vida [Nm 16.22]. Não existe outro semelhante ou além dele [2Sm 7.22].

Deus não possui origem, não está preso ao tempo e não depende de nada para existir. Sua existência, por não fazer parte de nossa dimensão e observação, não pode ser compreendida nem estudada racionalmente. Por sermos limitados ao que ele nos revelou, apenas possuímos uma ideia rasa e básica do que pode ser realmente o seu ser. Penetrar no mundo de Deus sem o sinal verde das escrituras produz heresias, doutrinas de homens e ideologias extremistas.

Deus possui um caráter tripessoal, isto é, em seu único ser existem três personalidades distintas em propósito, mas semelhantes em subjetividade. Estas três pessoas de forma alguma dividem o ser de Deus e muito menos o transforma em três, como alguns intérpretes querem entender. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são indiscutivelmente as três partes integrantes e inseparáveis de Deus, sendo cada uma Deus em si mesma, o que constitui um mistério para nós.

Tudo que acontece, o que não acontece, e o que poderia acontecer, está debaixo da vontade soberana e providente de Deus. Ele não erra, não se surpreende, não improvisa, não se arrepende, não fica em dúvida nem age ansiosamente. A essência de todos os seus atributos harmônicos e independentes entre si é a plenitude de perfeição.
Além disso, possui um plano mestre que foi arquitetado consigo mesmo antes de criar o mundo.

A respeito desse Deus, isto é o suficiente e necessário. Suas outras particularidades são incognoscíveis. Sua extensão existencial é ultra-dimensional e, por isto, está infinitamente distante de nossa compreensão.

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Marlon Bruno, 19 anos, é de Ipatinga, MG.

  1. É bom relembrarmos algumas particularidades de Deus e assim chegarmos a compreensão de que nada somos diante de tão grande magnitude. E saber que um Deus tão grande assim habita em nós, miseráveis pecadores, é a coisa mais bela nisso tudo. Boa reflexão. Deus te abençoe Marlon Bruno.

  2. “Não a nós, mas ao nome de Deus seja dada toda honra, toda glória e todo louvor!”
    A finita mente humana, na hipócrita tentativa de se manifestar como soberana, insiste em diminuir tudo aquilo que tem a possibilidade de ser melhor, pois não suporta perder (como se realmente houvesse) a soberania do conhecimento.
    A cada momento que começamos a indagar, questionar as soberanas atitudes de Deus, erramos, erramos muito! Não há espaço no “novo eu” para tais erros. Devemos reconhecer sempre que ele é soberano, criador e governador de todas as coisas.
    Diante do “divã de Deus”, somos filhos prostrados, adoradores do Deus vivo e verdadeiro, desobstruídos para receber os conselhos do Dr. Sr. Jesus.

  3. Muito bom Keslley Rosendo! Digamos que o meu texto foi um comentário do seu comentário, que como uma síntese do que escrevi, melhor explica o que quiz dizer. Já dizia Calvino: “Quando entendemos isto, colocamos a boca no pó.” Grande abraço!

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