Por Jeverton Ledo (Magrão)

Dias atrás participei do Tribal Generation. Nesse encontro de diferentes cores, sons e tribos, abriu-se espaço para uma reflexão quanto a “redescobrir o caminho de nossos pais”. Tempo de debatermos as lutas enfrentadas para que o cristianismo seja verdadeiramente transformador na vida das pessoas e que nós sejamos testemunhas do Cristo vivo. Pensando nisso, resolvi compartilhar com cada um de vocês algumas questões que vejo como relevantes nessa tarefa contínua da propagação do evangelho, já que vivemos uma verdadeira “babilônia cristã”.

A tarefa de expormos a bíblia e todos os seus ensinamentos é singular, pois se trata da verdade redentora da salvação. Destaco a importância do testemunho, a proclamação e o alcance das pessoas. Diante dos nossos dias, é preciso manter vivas tais atitudes em nossa caminhada, pois somos testemunhas recrutadas para essa obra [At 26.16-18]. Diante desse desafio, precisamos abrir mão de nós mesmos em favor de algo muito maior, o Reino.

Está em cada um de nós essa produção de uma contracultura cristã que apresente Deus em sua essência e sem novas roupagens. Sim, o Deus criador que tem no ser humano sua maior criação e isso fará com que todas as pessoas se sintam amadas, independente de qual seja sua “tribo”. Todos somos pecadores, e isso é um outro aspecto importante, pois somos colocados como iguais e conduzidos ao esvaziamento pessoal. Essa proclamação deve respeitar culturas, pensamentos e a individualidade. Precisamos buscar pontos que permitam que o evangelho em sua integralidade penetre e faça sentido, dando um novo rumo a vida de cada pessoa. Entendo que as dificuldades são muitas por conta de uma sociedade cada vez mais plural, mas, creio que a transformação ocorrerá se voltarmos nossos olhos para Cristo e tivermos sua própria sensibilidade pulsando dentro de nós. Vamos deixar a presunção de que estamos aqui para ensinar, e, ao contrário, buscar a humildade e o serviço para apresentarmos o evangelho vivo e transformador.

Alcançaremos povos, raças e nações se percorrermos a curta distância entre mente e coração, se tivermos um compromisso de amor e escutarmos o clamor que vem de todos os lados. Continue dependendo de Deus e lembre-se que, no frigir dos ovos, métodos e estratégias são meras ilusões de eficácia diante da majestade de Deus.

Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. [Fp 2.5-8]

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Jeverton “Magrão” Ledo é missionário, autor de “Minha Escolha Profissional — o que Deus tem a ver com isso?” (Editora Vida).

  1. As palavras que o Magrão escreveu estão cobertas de razão, pois estão pautadas na Palavra de Deus. Vivemos a era das estratégias humanas com a pretensão de alcançar resultados espirituais. O evangelho simples e prático tem sido abandonado em nome de estratagemas híbridos e inócuos. Por essa razão, nunca houve uma geração tão pobre espiritualmente e tão travestida de mundanismo, buscando justificar-se nos efêmeros métodos mundanos de atração das massas.

  2. Magrão reflete a preocupação existente em meu coração com o atual estado de coisas da Igreja chamada “cristã”. O verdadeiro evangelho de Jesus foi substituído pelo evangelho da solução imediata; dos efeitos especiais; das declarações poderosas e que permite “arranjos” morais e éticos, sem se preocupar com o Reino de Deus, com a salvação do homem.

  3. Amado irmão,
    Mais um artigo escrito com muita pertinência. Este falou muito a minha alma. Transmite emoção, coragem e força para continuarmos a nossa caminhada. Parabéns!
    Sabemos que estamos em luta permanente, até que Jesus volte. Paulo reconheceu que Deus o socorreu várias vezes. Nem um dos planos de Deus pode ser frustado. Soli Deo Glória.

  4. Caro Magrão,

    ao meditar sobre a sua mensagem me recordo das bem-aventuranças (Mt 5) e de como Jesus os ensinava “e então abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo: Bem-aventurados…”

    Na paz de Jesus,
    Léo

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