Não estamos perdidos no espaço
A história da redenção começa no jardim do Éden, passa pelo jardim do Getsêmani e deságua na Nova Jerusalém
Nem o planeta nem os 6 bilhões de pecadores que vivem em sua porção seca estão perdidos no espaço. O mundo não está desgovernado. Deus nunca soltou as rédeas desse cavalo bravo ainda não plenamente domado. O timão continua em suas mãos. E Deus não está dormindo nem ausente. Ele não tira férias, não abdica nem transfere sua propriedade a ninguém.
Deus está colocando todos os poderes hostis ao seu reino debaixo dos seus pés. Esses poderes hostis ao reino de Deus podem ser a soberba, a incredulidade, o pecado, a hipocrisia, a idolatria, a injustiça, a desordem, a anarquia, a rebelião, as hostes humanas e demoníacas, seja lá o que for. Na agenda de Deus, “o último inimigo a ser destruído é a morte” (1 Co 15.26), que é um inimigo e tanto. É o mais resistente, o mais avassalador, o mais cruel de todos os poderes contrários ao homem e a Deus. Não obstante, a morte será exterminada, por último. A essa altura assistiremos o acontecimento mais irônico e mais eletrizante da história: a morte da morte.
“E então virá o fim” (1 Co 15.24): o fim da presente conjuntura, o fim do tempo, o fim dos céus e da terra que agora existem, o fim da mistura do trigo com o joio, o fim de tudo, o propalado fim da história.
Existe uma ciência chamada história da redenção. Ela diz respeito à disciplina que estuda os atos de Deus no processo de salvação do homem e da criação. A história da redenção começa no jardim do Éden, passa pelo jardim do Getsêmani e deságua na Nova Jerusalém. Ela conduz o homem e a criação do paraíso perdido ao paraíso recuperado. Tem, portanto, passado, presente e futuro. O passado é cada vez maior e o futuro cada vez menor, o que significa uma diminuição progressiva do tempo de espera. A história da redenção abrange os já realizados anúncio e concretização da salvação, a presente divulgação da salvação e a futura plenitude da salvação.
Em geral os habitantes do planeta, os de ontem e os de hoje, abrigam uma tênue e confusa esperança de que algo de bom vá acontecer em algum tempo alojado no futuro próximo ou remoto. Esse sentimento acompanha aquele outro sentimento de sede de Deus. Todas as religiões, de um modo ou de outro, alimentam essa esperança, que só é digna de fé se está intimamente associada com a pessoa de Jesus Cristo, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Este Jesus é a pedra que sustenta todo o peso da salvação (At 4.11) e torna possível a esperança de novos céus e nova terra (2 Pe 3.13).
Texto originalmente publicado na edição 260 de Ultimato.
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