O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e como rei domina sobre tudo o que existe. (Salmo 103:19)

Deus põe e dispõe. Ele faz e desfaz. Ele dá origem ao que quer e dá sumiço ao que quer. Ele se levanta e se abaixa. Ele anda e para de andar.

Deus não é ditador. Não é um soberano eleito e empossado. Ele é naturalmente Senhor Supremo de tudo e de todos. É o Rei dos reis, o Senhor dos senhores. Ele é suficiente em si e para si. A sua soberania é intocável e infinita.

Ele manda o vento tumultuar o mar e a tempestade acontece. Ele manda o vento cessar de tumultuar o mar e a tempestade cessa. Ele manda um grande peixe tragar por inteiro o profeta e Jonas fica dentro do peixe três dias e três noites. Ele manda o grande peixe vomitar o profeta na praia e Jonas vai à grande cidade de Nínive e anuncia a mensagem de Deus ali. Ele manda uma planta crescer por cima da cabeça do profeta e Jonas se regozija com a sombra que a planta lhe proporciona. Ele manda um bichinho atacar a planta e Jonas quase desmaia por causa do calor. Ele ordena que o profeta pregue na capital da Assíria e Jonas percorre a cidade de ponta a ponta anunciando o juízo iminente de Deus. Ele tem pena da grande cidade de Nínive e retira a ameaça a ela dirigida.

Deus tem misericórdia de quem ele quer. Essa escolha soberana não depende do que a pessoa quer ou faz. Os gêmeos ainda estavam no ventre de Rebeca, ainda não haviam feito alguma coisa boa ou má, e Deus já havia escolhido Jacó e não Esaú (Rm 9.10-13).

Deus não pede conselho a ninguém nem realiza plebiscito. Ele pensa sozinho, ele resolve sozinho, ele age sozinho. Do contrário, ele não seria Deus.

Eu não chamaria Deus de Deus se ele não fosse soberano. Ele seria pequeno demais, a ponto de não chamar a minha atenção. Ele seria meu semelhante.

Por crer na soberania de Deus, eu o respeito, guardo os meus limites, submeto-me tranquilamente a ele e busco a sua vontade. Ele é meu Senhor e eu sou o seu servo. Ele é o meu comandante e eu sou o seu comandado. Só a ele eu me encurvo, só a ele dobro os joelhos, só a ele ponho o rosto no chão!

Texto originalmente publicado na edição 345 de Ultimato.

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