1500 (22 de abril) — A armada portuguesa de dez naus e três caravelas, sob o comando de Pedro Álvares Cabral, de 33 anos, chega ao Brasil.

1500 (26 de abril) — Dom Henrique Soares de Coimbra celebra a primeira cerimônia cristã em solo brasileiro. No dia seguinte, à noite, João Faras, o astrônomo da armada, chama de Cruzeiro do Sul a constelação cujas principais estrelas formam o desenho de uma cruz.

1500 (1º de maio) — Para comemorar a Paixão de Jesus Cristo, frei Henrique celebra a segunda missa, com a presença de mais de mil portugueses e cerca de 150 nativos.

1517 (31 de outubro) — Martinho Lutero, com a idade de 34 anos, dá início oficial à Reforma Religiosa do Século XVI, depois de dois séculos de continuada decadência da religião. A Europa pega fogo.

1538 — Começam a chegar ao Brasil os primeiros escravos africanos.

1540 — É iniciada a Contrarreforma, com a fundação da Companhia de Jesus, tendo à frente o basco Inácio de Loyola, então com 51 anos. As duas reformas alteram profundamente o clima religioso da Europa.

1549 (29 de março) — Desembarcam na Bahia os seis primeiros missionários jesuítas, na companhia de mais de mil pessoas, entre soldados, funcionários públicos, colonos, artesãos e cerca de 400 degredados. Com eles vêm o primeiro governador do Brasil (Tomé de Sousa) e o padre Manoel da Nóbrega.

1557 (10 de março) — Realiza-se na ilha de Serijipe, na Baía de Guanabara, o primeiro culto reformado abaixo da linha do Equador. O pastor calvinista Pierre Richier, de 50 anos, prega em francês sobre o verso 4 do Salmo 27: “Je demande à l’Eternel et une chose, que je désire ardenment: je vondrais habiter toute ma vie dans la maison de l’Eternel, pour contempler la magnificence de l’Eternel et pour admirer son temple”. Onze dias depois, é organizada a primeira igreja evangélica do Brasil e da América do Sul, e celebrada, pela primeira vez, a Santa Ceia.

1558 (9 de fevereiro) — Nicolau Durant de Villegaignon, de 48 anos, manda estrangular e lançar ao mar na Baía de Guanabara três signatários da primeira confissão de fé reformada da América, conhecida como Confissão Fluminense. Um dos dezessete artigos diz: “Cremos que Jesus Cristo é o nosso único Mediador, Intercessor e Advogado, pelo qual temos acesso ao Pai, e que, justificados no seu sangue, seremos livres da morte, e, por Ele já reconciliados, teremos plena vitória sobre a morte”.

1597 (9 de julho) — Morre, aos 63 anos, na cidade hoje denominada Anchieta, no Estado do Espírito Santo, o missionário jesuíta José de Anchieta, conhecido como “o apóstolo do Brasil”. Seu corpo foi carregado até Vitória por seus fiéis, quase todos indígenas. Anchieta viveu 44 anos no Brasil.

1630 (15 de fevereiro) — Tropas holandesas ocupam Pernambuco e criam no Nordeste brasileiro a Nova Holanda. São 67 navios, 3.700 tripulantes, 3.500 soldados e 1.170 canhões.

1645 (16 de junho) — Um ano depois da partida do governador João Maurício de Nassau para a Europa, soldados holandeses e índios potiguares matam o padre André de Soveral e outros setenta fiéis durante a celebração da missa dominical na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, no Rio Grande do Norte.

1654 (26 de janeiro) — Termina a invasão holandesa. Neste período de 24 anos foram organizadas 22 igrejas reformadas no Nordeste. Essas igrejas e demais ministérios paralelos foram servidos por 54 pastores, 120 presbíteros e igual número de diáconos e mais de 100 consoladores e mestres-escolas.

1804 (7 de março) — É organizada, em Londres, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, a primeira organização interdenominacional com o objetivo de distribuir a Bíblia no mundo inteiro.

1809 — A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira começa a editar a Bíblia em português na versão de João Ferreira de Almeida, morto em 1691. É a primeira Bíblia em português e a 32ª versão integral das Escrituras nas línguas modernas. O público primeiramente visado são os refugiados portugueses que foram para a Inglaterra, quando Napoleão invadiu e ocupou Portugal, dois anos atrás.

1810 (19 de fevereiro) — Assina-se o Tratado de Comércio e Navegação entre Portugal e Inglaterra, segundo o qual o governo de Portugal se obriga a que “os vassalos de Sua Majestade Britânica residentes em seus territórios e domínios [inclusive o Brasil] não serão perturbados, inquietados, perseguidos ou molestados por causa da sua religião, mas antes terão perfeita liberdade de consciência e licença para assistirem e celebrarem o serviço divino em honra do Todo-Poderoso Deus, quer seja dentro de suas casas particulares, quer na suas particulares igrejas e capelas…” Todavia, essas igrejas e capelas têm de ser construídas de tal modo que externamente se assemelhem a casas de habitação, não podendo também ter sinos.

1822 (26 de maio) — Sob protestos do núncio papal Lourenço Coleppi, inaugura-se no Rio de Janeiro o primeiro templo protestante em solo brasileiro, sem aparência externa de templo, como reza o Tratado de Comércio e Navegação. Para impedir qualquer tumulto e por ordem de José Bonifácio de Andrade e Silva, Secretário de Estado dos Negócios do Reino e dos Negócios Estrangeiros, a polícia está de prontidão em volta da Capela Anglicana, na rua dos Barbonos (hoje Evaristo da Veiga).

1822 (7 de setembro) — Em viagem a São Paulo, o príncipe regente Dom Pedro, ao tomar conhecimento das pressões de Portugal, resolve proclamar ali mesmo a Independência do Brasil. Menos de dois meses depois, será aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Ele tem, então, 24 anos.

Artigo originalmente publicado na edição 264 de Ultimato.

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